Sem sombra de dúvida, Malhação fez parte da história de gerações de brasileiros. No ar desde 1995, a atração, que foi pensada ao estilo soap opera, aos poucos foi assimilando o jeitão de novela, característica que tornou a Globo uma potência mundial na área, e tornou-se um celeiro de jovens talentos.
Entre altos e baixos, é fato que Malhação deixou feitos importantes para a jornada da televisão no Brasil. Nomes celebrados na nossa dramaturgia e no universo do entretenimento, como Cauã Reymond, Marjorie Estiano, Sophie Charlotte, Rodrigo Faro, Nathalia Dill, entre muitos outros, tiveram no projeto o primeiro passo para voos maiores em suas carreiras. Personagens como o icônico Cabeção, de Sérgio Hondjakoff, vivem até hoje no imaginário dos espectadores do folhetim.
Com o boom da internet e das plataformas digitais, a Globo percebeu que o público jovem fugiu da sua grade de programação. Fora isso, faltavam tramas que gerassem engajamento nas redes sociais e que trouxessem à tona temas relevantes à chamada geração Z.
Multitela, esse público tem as questões sociais e a inclusão como alguns dos temas prioritários em seu dia a dia. A direção da emissora percebeu que, após o êxito de Viva a Diferença (2017/2018), escrita por Cao Hamburger, não houve outra temporada que garantisse tamanha repercussão.
Vencedora do Emmy Internacional Kids 2018, Viva a Diferença rendeu o spin-off As Five. A série, exibida no Globoplay, já tem mais duas temporadas confirmadas. Diante desse case bem-sucedido, a emissora está aberta a novas possibilidades.
Com o boom da internet e das plataformas digitais, a Globo percebeu que o público jovem fugiu da sua grade de programação. Fora isso, faltavam tramas que gerassem engajamento nas redes sociais e que trouxessem à tona temas relevantes à chamada geração Z.
Streaming
É fato o investimento cada vez maior da empresa no Globoplay. O streaming é hoje um mercado estratégico, efervescente em audiência e necessário para se posicionar diante de plataformas como Netflix e Disney+, que não poupam aportes financeiros generosos na produção de conteúdos. O público adolescente migrou para o ambiente digital e abandonou a tevê aberta.
Por essas e outras razões, o fim de Malhação pode ser encarado também como um até breve. A emissora reconhece a existência de uma lacuna e tem total interesse de preenchê-la, mas de forma assertiva. A temporada cancelada, que iria ao ar depois da reprise de Sonhos, teria como pano de fundo uma escola considerada a pior do Brasil. Cerca de 70% do elenco seria formado por artistas negros, mas a trama foi considerada “mais do mesmo” e poderia ser um “tiro pela culatra” na avaliação dos executivos.
A Globo reconheceu ainda que faltava diversidade e representatividade social e étnica em Malhação. É o fim de um ciclo e o momento de se rever apostas. Que venham, de fato, boas novidades ao público infantojuvenil. Ficamos na expectativa e na torcida!