Há pouco mais de dois meses, um ensaio sensual protagonizado por Eunice Baía ganhou repercussão na rede. Talvez pelo nome muita gente não lembre, mas a jovem, atualmente com 27 anos e dedicada à carreira como designer de moda, conquistou o Brasil no início dos anos 2000 como a indiazinha Tainá. Mais: ela também curte a maternidade com o pequeno Antônio, de 5 anos, com direito a fotos muito fofas em sua conta no Instagram.

Deixando de lado a nova fase da vida de Eunice, aproveito para recordar na coluna “Vale um Like” desta semana os dois filmes protagonizados por ela, que representam uma importante contribuição ao cinema brasileiro dedicado ao público infantojuvenil.
Tainá – Uma Aventura na Amazônia (2000) e Tainá 2 – A Aventura Continua (2004) colecionam prêmios e elogios da crítica especializada, [highlight color=”yellow”]com direito ao reconhecimento em importantes eventos internacionais dedicados à sétima arte[/highlight], como o Chicago International Children Film Festival. Juntos, os dois longas fizeram quase 2 milhões de espectadores.
Descoberta no Pará, na pequena cidade de Barcarena, Eunice foi selecionada entre cerca de 3.000 crianças. Descendente de índios, aos 7 anos a garota deixou a família para estudar e seguir carreira em São Paulo, sob os cuidados da tutora Noêmia Duarte, que fez parte da equipe de produção do primeiro filme.
Em Tainá – Uma Aventura na Amazônia, o espectador embarca em uma viagem lúdica e divertida ao lado da indiazinha e dos seus desafios para proteger a floresta. O embate com Joninho (Caio Romei), o menino da cidade grande que não gosta de viver no meio da natureza, aproxima o público-alvo da narrativa. As descobertas e o amadurecimento do garoto geram identificação e fazem da protagonista uma heroína na medida certa, cativante e capaz de apresentar um Brasil bastante restrito às aulas de geografia.
Aproveito para recordar na coluna ‘Vale um Like’ desta semana os dois filmes protagonizados por Eunice Baía, que representam uma importante contribuição ao cinema brasileiro dedicado ao público infantojuvenil.
A trilha sonora de Luiz Avellar e a direção pulsante de Tânia Lamarca e Sérgio Bloch são importantes diferenciais do primeiro filme, que reúne no elenco nomes como o do saudoso Luiz Carlos Tourinho. O êxito do projeto abriu caminho para uma sequência.
Com mais investimentos em distribuição e divulgação, Tainá 2 – A Aventura Continua traz novamente Eunice Baía como a personagem-título, mas desta vez acompanhada da pequena Catiti (Arilene Rodrigues), uma indiazinha que sonha em ter um animal de estimação para cuidar. Com sequências gravadas em Manaus e Ubatuba, no litoral de São Paulo, o longa, dirigido por Mauro Lima, também traz à tona a questão dos laços familiares.
O menino Carlito (Vitor Morosini) perdeu a mãe e vive na floresta com o pai. A saudade é superada com a ajuda de seu cachorrinho de estimação, Bóris, que acaba se perdendo na floresta e é encontrado por Catiti.
[highlight color=”yellow”]A relação das crianças e adolescentes com a fauna e a necessidade do respeito à natureza ganham força no filme[/highlight], que tem novamente a bela trilha sonora de Luiz Avellar. Já adolescente, Eunice dá a entender que essa seria sua última aventura como Tainá.
Origem
Quase uma década após o lançamento de Tainá 2, a aventura ganhou um novo episódio: Tainá – A Origem (2013). Dirigido por Rosane Svartman, o longa é protagonizado por Wiranu Tembé, também descoberta no Pará e que assume a personagem defendida até então por Eunice Baía. A menina, à época com 5 anos, nem falava português em sua aldeia.
O longa, como o nome sugere, cronologicamente seria o primeiro filme da trilogia. Tainá – A Origem está disponível na Netflix.
Pela ausência de títulos voltados ao público infantojuvenil e pela riqueza de temas abordados, a série de filmes Tainá é uma das gratas surpresas do cinema brasileiro nas últimas décadas. Encantou gerações e deve permanecer como referência para pais e educadores. Um programa mais que recomendado, que com certeza vale um like…