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Home Crônicas Alejandro Mercado

Alô, Dilma? É você?

porAlejandro Mercado
21 de agosto de 2015
em Alejandro Mercado
A A
"Alô, Dilma? É você?", crônica de Alejandro Mercado

Imagem: Reprodução.

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Dez da noite de uma terça-feira gelada. Pego o telefone, abro a agenda de corino preta e procuro seu número. Havia anotado com alguns garranchos, pois sempre fui péssimo ao escrever estando em pé.

Pois bem, disco seu número sem esquecer de colocar o dígito da operadora. Só consigo pensar “Quem foi o bendito que inventou essa história?”. Telefone toca uma, duas e, na terceira, você atende.

– Alô, Dilma? É você? Ô Dilma, é Alejandro, do planeta Terra, tudo bem? Como tão as coisas aí no mundo da Lua? Ó, seguinte, ligando apenas para passar as últimas informações. Aqui ainda tá tudo confuso. Aquele garoto lá do MDB do Rio, ó, sei não… é meio abobado. Andou falando aí em pauta bomba pra lá, redução de maioridade penal pra cá… Tô com a sensação que tem algo meio freudiano nesse auê todo, sabe como?

Como de costume, você no silêncio meio constrangedor; chego a pensar se não desligou na minha cara, mas continuo.

– Ô Dilma, menina, que foi aquela história de dobrar meta que não existe? Tu já viu que virou meme por aqui, não viu? Não é possível que você, tão inteligente e entendida de economia, não consiga se expressar coordenando bem as palavras. Cadê aquele bigodudo do Mercadante que não te paga um media training? Não precisa falar, eu sei que o Aloízio fica ofendido quando o chamo de bigodudo. Mas tive que arranjar algo pra substituir “aeroporto de mosquito” que ele também ficava ofendido. Enfim, somos de casa, né?

“Aquele garoto lá do MDB do Rio, ó, sei não… é meio abobado. Tô com a sensação que tem algo meu freudiano nesse auê todo, sabe como?”

Ouço a TV ao fundo. Por isso sei que você não desligou. Ouço a voz da Fernanda Montenegro e fico confuso. Jurava que você havia desistido de Babilônia.

– Ó Dilmãe, o povo foi pra rua no domingo, levaram uns cartazes meio absurdos, o menino do Rio subiu no carro de som em BH. Aquela bobajada toda. Tão dizendo por aí que foram umas 700, 800 mil pessoas no total. Te preocupa não, se mais de 450 mil votaram no Levy Fidelix só é sinal que tá faltando psiquiatra no país. Mas assim, não dá pra tirar a razão de que o país tá de pernas para o ar.

Ouço seu primeiro resmungo. Como de costume, tu não gosta que contrariem seu direcionamento econômico. Penso se você cogita me exonerar do cargo.

– Dilma, diz pra mim, quando é que você volta. Tu saiu para eleição e não voltou mais. É Cunha, Collor, Calheiros, o tamagochi do Kataguiri. Tem até aquele japa chato do MasterChef que não sai por nada. Me conta, por que você parou de alimentar seu Instagram? Você tá triste? É a sofrência? Andou ouvindo Pablo, né? Falei que isso ia te fazer mal, mulher.

O telefone fica mudo. Olho as horas e compreendo. Ela desligou porque começou o MasterChef e, Coração Valente que só, também se encantou com a Jiang. Amanhã o dia vai ser difícil. Comandar o país com sono e da Lua não deve ser tarefa fácil.

Tags: BrasilCrônicaDilmaJiangMasterChef

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