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Home Crônicas Henrique Fendrich

Canto de gari

Henrique Fendrich por Henrique Fendrich
9 de maio de 2018
em Henrique Fendrich
A A
"Canto de gari", crônica de Henrique Fendrich.

Imagem: Reprodução.

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Como todas as pessoas, eu gosto da chuva. Como todas as pessoas, eu gosto da chuva sob certas condições: 1) Que eu esteja em casa enquanto estiver chovendo; 2) Que a chuva passe assim que eu pensar em sair de casa e 3) Que, mesmo estando em casa, a chuva não se prolongue por muito tempo. Fora essas condições, existem algumas outras que, embora não essenciais, contribuem bastante para uma melhor aceitação do fenômeno, como 4) Pegar no sono ouvindo a chuva cair no telhado; 5) Abraçar alguém enquanto se observa pela janela a chuva cair e 6) Sentir o cheirinho de terra no momento em que a chuva der uma trégua.

Não sendo observadas essas condições, especialmente as duas primeiras, o resultado fui eu praguejando enquanto um tremendo pé d’água despencava sobre a minha cabeça no meio da rua. Um daqueles temporais em que guarda-chuva nenhum resolve e podemos nos dar por agradecidos se o vento não arrastá-lo para longe. Poças d’água se acumulavam por toda a calçada e meus pés ficavam encharcados. Eu xingava o governo e a minha sorte de estar na rua em um dia como aquele.

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Com o pouco de visibilidade que ainda tinha, consegui ver ao longe um gari que caminhava na minha direção. Vestia uma capa de chuva, mas nem por isso se molhava menos do que eu. Ao vê-lo, tive consciência de que as coisas poderiam ser muito piores para mim, e que outras pessoas poderiam estar sofrendo bem mais do que eu. Tive então uma grande pena daquele homem, que, ao contrário de mim, não estava se deslocando de um lugar para outro, mas justamente trabalhando embaixo daquele dilúvio. Quando já estávamos próximos um do outro, pensei em dar ao homem um sorriso de compreensão, algo que quisesse dizer “Eu sei, eu sei… Mas fazer o quê? A vida é dura”. Estava realmente pronto para consolá-lo.

Tive então uma grande pena daquele homem, que, ao contrário de mim, não estava se deslocando de um lugar para outro, mas justamente trabalhando embaixo daquele dilúvio.

Então o homem passou por mim. Assobiando. Assobiando! Assobiava uma música alegre, nem sequer reparou em mim, como também não reparava na forte chuva que caia sobre ele, e não maldizia a própria sorte, apenas continuava a trabalhar – assobiando!

Nada nos humilha mais do que canto de gari em dia de chuva.

Tags: cantochuvacrônicagari
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