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Home Crônicas Henrique Fendrich

Há esse imenso silêncio

porHenrique Fendrich
29 de janeiro de 2020
em Henrique Fendrich
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A essa altura já não devia haver nenhuma dúvida de que você não quer falar comigo. Nem hoje, nem amanhã, nem nunca mais! Fui olhar o seu Facebook e descobri que havia me excluído da sua lista de amigos. Digitei o seu nome para acessar o seu perfil e apareceu uma mensagem erro, dizendo que essa página podia ter sido removida ou algo do tipo, mas eu sei o que isso significa: é que, além de ter me excluído, você também me bloqueou. Pode haver prova melhor de que uma pessoa não deseja se comunicar comigo? E, no entanto, eu me recuso a aceitar que isso seja verdade, pois na minha cabeça isso não tem cabimento e não faz o menor sentido, já que não houve briga que justificasse essa atitude.

Você já não estava respondendo as mensagens no WhatsApp. Achei que havia acontecido alguma coisa, talvez o seu celular tivesse estragado, talvez você tivesse sido roubado, não sei. Qualquer coisa podia ter acontecido, menos estar me ignorando. E foi quando eu resolvi procurar nas outras redes sociais e me dei conta de que você havia me excluído de todas elas! Simplesmente, decidiu desaparecer da minha vida, como se nunca tivesse existido, como se fosse apenas um fantasma que eu projetei para o mundo num momento de fraqueza. Nem parece que estivemos juntos durante todo esse tempo! Você se lembra das declarações que me fez e das que ouviu de mim? Onde tudo isso foi parar? E será que nada disso que a gente viveu era razão suficiente para que você, pelo menos, aparecesse para me dizer o que foi eu que fiz, antes de ir embora para todo o sempre?

Há esse imenso silêncio que você deixou e que eu preciso preencher de alguma maneira, nem que seja com a minha imaginação. Já reli várias vezes as últimas conversas que tivemos, na esperança de que ali pudesse achar a explicação para o seu sumiço, só que a verdade é que não descobri nada. Será que foi alguma necessidade sua que eu, na minha distração, não percebi de imediato e então você se ofendeu? É que eu às vezes me distraio mesmo, mas nunca tive a intenção, nunca deixei de me interessar pelas coisas que dizem respeito a você e sempre lhe ajudei com tudo o que eu podia. Ou há algum outro motivo? Eu não tenho como saber e isso é o pior de tudo. Será que, depois de toda a nossa história, eu não mereço pelo menos uma satisfação antes de ser descartada?

Já reli várias vezes as últimas conversas que tivemos, na esperança de que ali pudesse achar a explicação para o seu sumiço, só que a verdade é que não descobri nada.

Você só pode estar muito ofendido com algo que eu fiz ou deixei de fazer. E, nesse caso, o seu desaparecimento seria uma forma de me punir, e até de me agredir. Porque é uma agressão também, isso tudo me doeu mais do que se tivesse sido espancada. É claro que você sabia que em algum momento eu iria atrás de você e então descobriria que havia sido excluída da sua vida. Como você achou que eu iria me sentir ao descobrir isso? Certamente você sabia que eu iria me sentir mal, mas isso não impediu que agisse dessa maneira e que continuasse levando a sua vida normalmente, como se nada disso importasse.

Ah, meu Deus, você poderia ter vindo falar comigo, poderia ter vindo até brigar comigo, se fosse o caso, e só então me excluir e me bloquear. Ainda seria uma coisa ruim, mas não doeria tanto, porque pelo menos eu saberia que você estava me excluindo por isso e aquilo, em vez de ficar na ignorância. Mas você me deletou sumariamente, sem direito à defesa, me puniu e nem explicou qual era a minha culpa.

Eu ainda tenho a esperança de que você surja e me explique o que foi que aconteceu, porque não me parece aceitável que tudo termine dessa maneira, eu ainda me recuso a acreditar que esse seja o fim de tudo, não pode ser, não pode ser! Essa sensação de coisa mal resolvida é insuportável para mim. Estou disposta a aceitar as culpas que você quiser atribuir a mim pelo seu sumiço. Mas, por favor, apareça!

Tags: afastamentoCrônicadesaparecimentoghostingrelacionamentosilênciosumiçovirtual

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