• Quem somos
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
15 de agosto de 2022
  • Login
Sem Resultados
Veja Todos Resultados
Escotilha
  • Cinema & TV
    • Canal Zero
    • Central de Cinema
    • Espanto
    • Olhar em Série
  • Literatura
    • Contracapa
    • Ponto e Vírgula
  • Música
    • Caixa Acústica
    • Prata da Casa
    • Radar
    • Vitrola
  • Teatro
    • Em Cena
    • Intersecção
  • Artes Visuais
    • Mirante
    • Visualidades
  • Crônicas
    • Helena Perdiz
    • Henrique Fendrich
    • Paulo Camargo
    • Yuri Al’Hanati
  • Colunas
    • À Margem
    • Vale um Like
  • Cinema & TV
    • Canal Zero
    • Central de Cinema
    • Espanto
    • Olhar em Série
  • Literatura
    • Contracapa
    • Ponto e Vírgula
  • Música
    • Caixa Acústica
    • Prata da Casa
    • Radar
    • Vitrola
  • Teatro
    • Em Cena
    • Intersecção
  • Artes Visuais
    • Mirante
    • Visualidades
  • Crônicas
    • Helena Perdiz
    • Henrique Fendrich
    • Paulo Camargo
    • Yuri Al’Hanati
  • Colunas
    • À Margem
    • Vale um Like
Escotilha
Sem Resultados
Veja Todos Resultados
Home Crônicas Henrique Fendrich

Pierina e pouco mais

Henrique Fendrich por Henrique Fendrich
14 de fevereiro de 2018
em Henrique Fendrich
A A
Pierina e pouco mais

Foto: Reprodução.

Compartilhe no TwitterEnvie pelo WhatsAppCompartilhe no Facebook

Um dia eu estudarei a fundo a mecânica quântica, apenas para entender por que é que, ao folhear um livro, eu geralmente bato o olho justamente no que era do meu especial interesse. Não falo apenas nos casos em que procuro um trecho e abro o livro na página exata, mas também naqueles em que não sei o que existe no livro, e de repente, sem esforço, dou de cara com um tema que me interessa. Rubem Braga, por exemplo. De vez em quando eu folheio um livro qualquer e dou de cara com uma citação ao Rubem Braga. É uma lei de atração que certamente nasce do fato de que, nos últimos 15 anos, eu li, reli e treli todos os seus livros, fiz dele o tema da minha monografia, encontrei outros pesquisadores, dei até entrevista sobre ele, e fiz um blog com o seu nome.

Não me espantei nem um pouco, portanto, ao descobrir que, exatamente nos poucos dias em que estive em São Paulo, acontecia uma exposição sobre o Rubem Braga. Fui lá ver, naturalmente, não que eu esperasse descobrir muita novidade, para mim já era bom ver o Rubem Braga sendo visto. E lá estava o Braga repórter, escritor, editor, diplomata, amante das artes, homem da TV e, sobretudo, combatente da FEB. Digo isso porque deram muito destaque à participação dele na Segunda Guerra Mundial. As salas foram revestidas com capas de jornais, e abaixo das manchetes estava a crônica que o Braga enviava direto do front na Itália. Seria bom que, com isso, o “Crônicas da Guerra na Itália” fosse um pouco mais conhecido. É um livro diferente dos outros, mas, ao mesmo tempo, um dos mais bonitos do Braga.

Anúncio. Deslize para continuar lendo.

Pude ler também a primeira crônica que ele escreveu, a parnasiana “A Lágrima”. Ainda não era o Braga dos bons tempos, mas já era melhor do que as minhas primeiras crônicas, eu que imitava o Braga. Já a redação que fez na quarta-série, “A batalha das flores”, permitia antever muita coisa que faria parte do seu estilo. Havia ainda muitas entrevistas, fotos, documentos, rascunhos, e outras coisas mais que deixavam a gente feliz por vê-lo tão homenageado.

Tudo isso exposto em São Paulo, onde ele se sentia bem. Congonhas já havia entrado para a sua geografia. Nesta soberba cidade, os seus nervos estalaram, entre emoções e solidões, como vergas de metal do velho viaduto. Dentro dele vibravam, como parte de sua vida, as agitações da ânsia multifária e triste de São Paulo. Era um homem de coração fácil, que logo se afeiçoava a locais, erguia um palco para suas emoções e colocava discretas placas de mármore comemorativas – tudo são coisas que ele escreveu.

Pierina existiu, e na vida real atendia pelo nome de Pierina. Com ela o Braga se correspondia por meio de sinais e gestos, da janela do seu prédio.

E há também, e principalmente, Pierina. Era a amada que, vez ou outra, aparecia em sua crônica no Diário de São Paulo, em 1934, para animá-la e dar-lhe graça. Pierina existiu, e na vida real atendia pelo nome de Pierina. Com ela o Braga se correspondia por meio de sinais e gestos, da janela do seu prédio, um hotelzinho perto da Ladeira da Memória, para a janela do sobrado dela. Às vezes jogava flores, frutas para ela, mas quase nunca acertava o alvo. Um dia, entretanto, conseguiu enviar um aviãozinho com um recado escrito, de uma janela para a outra. Mas não houve nunca um encontro, as coisas ficaram por isso mesmo, e logo o Braga se veria longe de São Paulo.

Penso no Braga, penso nesse amor platônico do Braga em São Paulo, e na eternidade de Pierina – penso, naturalmente, nos meus próprios casos. Ah, faltou, faltou um espacinho, na bela exposição feita para ele, para o amor de Pierina. Que amava o Braga nesse tempo em São Paulo? “Pierina e pouco mais. Pierina e a vida, duas coisas que se confundem hoje, e amanhã se confundirão mais na morte”.

Tags: crônicaexposiçãoPierinaRubem BragaSão Paulo
Post Anterior

‘Ender’s Game’ e o paradoxo de Orson Scott Card

Próximo Post

‘High School Musical’ popularizou os musicais entre crianças e adolescentes

Posts Relacionados

"Drama da mulher que briga com o ex", crônica de Henrique Fendrich.

Drama da mulher que briga com o ex

24 de novembro de 2021
"A vó do meu vô", crônica de Henrique Fendrich

A vó do meu vô

17 de novembro de 2021

Saint-Exupéry e o mundo deserto

10 de novembro de 2021

Das laranjas e dos crepúsculos

3 de novembro de 2021

Pedalando na chuva

27 de outubro de 2021

Mulher do 3×4

20 de outubro de 2021

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

  • Salman Rushdie com seu livro 'Os Versos Satânicos'

    A polêmica de ‘Os Versos Satânicos’

    0 shares
    Share 0 Tweet 0
  • 4 coisas que você precisa saber para entender ‘WandaVision’

    0 shares
    Share 0 Tweet 0
  • ‘Tudo é rio’, de Carla Madeira, é uma obra sobre o imperdoável

    0 shares
    Share 0 Tweet 0
  • ‘A Ilha’ traz personagens perturbados para elevar e manter o suspense

    0 shares
    Share 0 Tweet 0
  • ‘A Casa Mágica da Gabby’: por muito mais gatinhos fofinhos e coloridos

    0 shares
    Share 0 Tweet 0
Instagram Twitter Facebook YouTube
Escotilha

  • Quem somos
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
  • Artes Visuais
    • Mirante
    • Visualidades
  • Cinema & TV
    • Canal Zero
    • Central de Cinema
    • Espanto
    • Olhar em Série
  • Colunas
    • Cultura Crítica
    • Vale um Like
  • Crônicas
  • Literatura
    • Contracapa
    • Ponto e Vírgula
  • Música
    • Caixa Acústica
    • Prata da Casa
    • Radar
    • Vitrola
  • Teatro
    • Em Cena
    • Intersecção

© 2015-2022 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.

Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Cinema & TV
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Colunas
  • Artes Visuais
  • Crônicas
  • Sobre a Escotilha
  • Contato

© 2015-2022 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.

Welcome Back!

Login to your account below

Forgotten Password?

Retrieve your password

Please enter your username or email address to reset your password.

Log In