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Se eu fosse ficar cego

Henrique Fendrich por Henrique Fendrich
19 de setembro de 2018
em Henrique Fendrich
A A
"Se eu ficasse cego", crônica de Henrique Fendrich.

Imagem: Reprodução.

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Há uma menina inglesa de seis anos que está ficando cega. E não há o que fazer, pois não existe cura para a doença que está acabando com a sua visão. A cada visita ao oftalmologista ela está vendo menos. A menina sabe disso e resolveu fazer uma lista das coisas que quer ver antes de ficar cega. A primeira delas é a Disney, para conhecer as suas princesas favoritas. Ela também quer visitar o Palácio de Buckingham, o zoológico, a Austrália, assistir a uma partida de futebol e ir à praia. Tudo isso o mais breve possível, enquanto ela ainda consegue enxergar.

E eu pensei na lista que faria caso soubesse que os meus dias de visão estavam contados. Incluiria uma viagem à Europa, especialmente Viena, a Baviera e a República Tcheca, lugares que nunca conheci, mas que repercutem forte no meu DNA e no meu coração. Desejaria conhecer as cidades históricas mineiras. A Amazônia, essa em que raramente um brasileiro põe os olhos, também estaria na lista. Só que tudo isso sairia muito caro, então é possível que eu me contentasse em ver uma última vez São Paulo, Brasília e a Lapa paranaense. Mas também faria questão de ver o mar, de entrar e navegar por ele, de me admirar da sua imensidão. Gostaria ainda de viajar de avião e ficar na janela olhando aquelas cidades minúsculas lá embaixo, para que me lembrasse de como somos pequenos e sem importância.

Anúncio. Deslize para continuar lendo.

A cada visita ao oftalmologista ela está vendo menos. A menina sabe disso e resolveu fazer uma lista das coisas que quer ver antes de ficar cega.

Todos os dias eu sairia de casa às cinco da tarde, que, como venho insistindo, é uma das horas mais bonitas do dia, e veria o sol enfraquecendo até se pôr. Passaria a noite olhando para a lua e as estrelas, tentando compreender coisas maiores e inalcançáveis. Quem sabe eu pedisse um telescópio. Acordaria às cinco da manhã, que é uma das horas mais bonitas do dia, só para ver o céu ganhando cor.

Quando não houvesse nada digno de nota para ver, eu leria, leria muito, leria tudo aquilo que ainda não tive oportunidade de ler. E passaria os meus últimos dias de visão em São Bento, onde nasci e conheço as ruas de olhos fechados.

Tags: cegocegueiracrônicaOftalmologistavisão
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