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Home Crônicas Paulo Camargo

‘Metrópolis’, o filme que não acabou

porPaulo Camargo
19 de maio de 2020
em Paulo Camargo
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Os trabalhadores em 'Metrópolis' são usados como peças de uma engrenagem, roubados de sua individualidade. Imagem: Divulgação.

Os trabalhadores em 'Metrópolis' são usados como peças de uma engrenagem, roubados de sua individualidade. Imagem: Divulgação.

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Muito cedo na História do Cinema, já nos filmes silenciosos, encontram-se exemplos da relação entre presente e futuro. Metrópolis (1927), clássico expressionista e distópico assinado pelo mestre austríaco Fritz Lang, por exemplo, não deixa de ser uma espécie de projeção temporal de preocupações bastante palpáveis em uma Alemanha entre-guerras, às vésperas da ascensão ao poder do Partido Nacional Socialista e de seu líder, Adolf Hitler.

O enredo é ambientado no século 21, numa grande cidade governada de forma autoritária por um poderoso empresário, que muito bem pode ser lido hoje como um líder político que comanda tendo quase exclusivamente a economia em mente. Seu círculo mais próximo de colaboradores constitui a classe privilegiada, uma elite que pouco ou nada se importa com quem mantém a engrenagem em movimento, desde que ela não pare e coloque seus privilégios em risco. Qualquer semelhança com o que vivemos hoje no Brasil, em tempos de pandemia, não é mera coincidência.

No filme de Lang, os trabalhadores são escravizados pelas máquinas (como esquecer a figura ao mesmo tempo sensual e gélida do robô feminino, símbolo maior do longa-metragem), e condenados a viver e trabalhar em galerias no subsolo, onde suas individualidades são ignoradas, suprimidas. Entram e saem da linha de produção como um rebanho fadado a produzir até a morte.

O enredo é ambientado no século 21, numa grande cidade governada de forma autoritária por um poderoso empresário, que muito bem pode ser lido hoje como um líder político que governa tendo quase exclusivamente a economia em mente. Seu círculo mais próximo de colaboradores constitui a classe privilegiada, uma elite que pouco ou nada se importa com quem mantém a engrenagem em movimento, desde que ela não pare e coloque seus privilégios em risco.

Não à toa, Metrópolis causou tamanho impacto em Hitler que, ao chegar ao poder, solicitou ao seu ministro da Propaganda, Paul Joseph Goebbels (inspiração ao ex-secretário especial da Cultura, Roberto Alvim), que convidasse Fritz Lang para fazer filmes de conteúdo nazista. O führer não percebeu, nas entrelinhas da obra de ficção científica de Lang, um forte de teor de crítica política à ideologia defendida por seu partido. O diretor, obviamente, rejeitou a proposta e fugiu para Paris, onde chegou a realizar filmes de conteúdo antinazista antes de emigrar para os Estados Unidos.

Metrópolis, 93 anos após seu lançamento, não perdeu a atualidade, sobretudo pela interpretação cada vez mais pertinente da luta de classes, dos conflitos sociais e do confronto ideológico, contidos no filme. Trata-se de uma metáfora ainda muito potente da metropolização, mas também da mecanização e consequente desumanização em tempos do ressurgimento do autoritarismo, para quem vidas valem pouco ou quase nada frente a um projeto fascista de poder.

Tags: autoritarismoCrônicaexpressionismo alemãoFritz LangMetropolisnazismo

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