Há quem diga que os opostos se atraem, e tenho quase certeza de que esse dito popular tem lá seu fundo de verdade. Os muito extrovertidos com frequência encontram porto seguro naqueles que mais ouvem, observam, e pensam duas vezes antes de abrir a boca. E a vivacidade de quem está sempre com a corda toda costuma ser por vezes bem-vinda para os introspectivos, que simbioticamente se conectam com o mundo através desse outro tão diverso, acelerado, pulsante.
Tenho cá minhas dúvidas, no entanto, se essa conjunção de extremos, costurada pelo fio de diferença, do contraste, seja algo tão fadado ao êxito assim. Ainda creio que relações mais transcendentes sejam pautadas por afinidades, que vão bastante além de apenas compartilhar gostos.
Gosto da ideia de que compartilham relações mais plenas os que, de alguma maneira, são parecidos, não idênticos, porque, talvez, pulsam, sem planejar, em uma frequência semelhante.
Essa sintonia virtuosa passa por percepções éticas, pela forma de entender o mundo, e de sorvê-lo como experiência. Não falo aqui da monotonia que seria pensar igual, mas de forma complementar. Olhar na mesma direção.
Gosto da ideia de que compartilham relações mais plenas os que, de alguma maneira, são parecidos, não idênticos, porque, talvez, pulsam, sem planejar, em uma frequência semelhante.
Encontram sobre o que falar, seja a respeito de temas mais encorpados, relevantes, da realidade, ou sobre assuntos prosaicos, cotidianos e aparentemente desimportantes. Vibram. E essa conexão se torna visível para os mais sensíveis.