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A resposta de Calaf

Yuri Al'Hanati por Yuri Al'Hanati
26 de novembro de 2018
em Yuri Al'Hanati
A A
“A resposta de Calaf”, crônica de Yuri Al'Hanati.

Imagem: Reprodução.

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A princesa chinesa Turandot, na ópera homônima de Giacomo Puccini, revoltada e traumatizada pelo estupro de sua avó, dedica-se à castidade e faz um desafio ao seu desposamento: se entregará a quem apostar a própria cabeça contra três enigmas que lançará ao pretendente. O cavaleiro incógnito, que apenas no terceiro ato se revela Calaf, filho de Timur, rei destronado dos tártaros, se entrega ao desafio tomado por um amor que flutua entre a intemperança e a obstinação. Como compete aos heróis, coloca valores acima de bens, e recusa os subornos de Ping, Pang e Pong, que lhe oferecem joias, mulheres e outras tantas benesses para que se demova da ideia de tentar conquistar a mulher mais bela do mundo.

É no segundo ato, durante a famosíssima ária “In questa reggia” – imortalizada por Maria Callas – que Turandot se apresenta e impõe seu desafio a Calaf. Ela, que se mostra avessa à ideia de ser desposada, também tenta demover o cavaleiro incógnito de se submeter ao desafio. “Straniero! non tentar la fortuna! Gli enigmi sono tre, la morte è una!”, canta a soprano. Ao que Calaf lhe responde, encerrando a discussão: “No, no! Gli enigmi sono tre, una è la vita!”.

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Viver com a morte no horizonte é radicalmente diferente de viver com a vida sob os pés, e parece pouco nobre reduzir o próprio entendimento, decisões de uma vida inteira, à morte que espreita, sendo ela o objetivo último a ser evitado. Melhor é correr o risco de viver, diz Calaf.

A visão do herói é evidenciada por essa mudança de referencial. A ária termina com o tenor e a soprano repetindo suas últimas palavras em concorrência, numa demonstração que sugere divergência e convergência ao mesmo tempo. Que uma morte e uma vida sejam dois lados de uma mesma moeda observada de ângulos diferentes parece não valorar uma ou a outra, mas sim a pedra de toque de cada filosofia. Viver com a morte no horizonte é radicalmente diferente de viver com a vida sob os pés, e parece pouco nobre reduzir o próprio entendimento, decisões de uma vida inteira, à morte que espreita, sendo ela o objetivo último a ser evitado. Melhor é correr o risco de viver, diz Calaf.

Última palavra da ópera – aqui já escrita por Alfano –, Turandot, após passar uma madrugada em claro tentando desvendar o enigma que o cavaleiro incógnito, lhe propõe – descobrir seu nome – diz que Calaf, na verdade, se chama “amor”. Cai por terra, na visão de Puccini/Alfano, a hipótese do amor contra a solidão da vida e o medo da morte. O amor, que se apresenta de maneira misteriosa, rejeita tudo o que é mundano e interpela desvelação ao coração dos reticentes, é, desde um primeiro momento, movido por um desejo enorme de vida, e não de morte. É fim, e não meio. E não deixa ninguém que não ousa dizer o seu nome dormir. Gloria a te!

Tags: alfanoAmorcalafcrônicaMaria Callasmorteóperapucciniturandotvida
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