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Uma fé possível

Yuri Al'Hanati por Yuri Al'Hanati
13 de junho de 2016
em Yuri Al'Hanati
A A
"Uma fé possível", crônica de Yuri Al'Hanati.

Imagem: Reprodução.

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Meu trabalho é dos mais burocráticos. Envolve cadastro, fotocópia de documentos, carimbos, conferência de firmas, dossiês digitais, assinaturas frente e verso em todas as vias e uma série de trâmites dificultosos que têm como único objetivo evitar processos fraudulentos. Burocracia em sua plena forma, com o gozo de seu poder modorrento, enfim. Dizem que a burocracia é uma arte inventada por Satanás e praticada livremente no inferno. Fácil entender o porquê. Sendo o demônio o polo oposto a Deus, a burocracia se situaria, da mesma forma, no extremo mais distante da fé. Não há validade alguma para os princípios da fé no mundo da burocracia, assim como a validação de certos dogmas é mal vista em todas as religiões de uma maneira geral.

Em termos de fé, tudo aquilo que poderia ser atribuído a um banana, um ingênuo, vira uma virtude dentro da igreja cristã. Acreditar em algo sem prova alguma é sinal de que sua espiritualidade está desenvolvidíssima, e não há nada a fazer a não ser sentir pena pelos Tomés que se recusam a seguir o mesmo princípio. Eis aí uma pessoa de fé, um exemplo a ser seguido. Da entrada do átrio para fora, entretanto, a fé transformaria um homem próspero em um sem-teto em questão de dias, senão de horas. O pressuposto é que ninguém é digno de confiança, nem mesmo o dono do carimbo, razão pela qual outros carimbos se somam ao original. A fé persiste semanticamente no princípio jurídico: dar fé. Quer dizer colher a documentação, verificar as possíveis fraudes e brechas e, não as havendo, borrar a página com a tinta preta que se fixa na borracha que se fixa na madeira que é erguida e violentamente marretada pelo braço do homem que acredita em certa medida no método, na burocracia e nos poderes conferidos. Uma fé com dois olhos bem abertos.

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Dizem que a burocracia é uma arte inventada por Satanás e praticada livremente no inferno. Fácil entender o porquê. Sendo o demônio o polo oposto a Deus, a burocracia se situaria, da mesma forma, no extremo mais distante da fé.

A fé do cartório é uma fé possível. Uma fé verificada e embasada, como a fé na ciência, na engenharia e, vá lá, no direito. Entrar em um avião sem ter a menor ideia de como um motor aeronáutico movido a explosão funciona requer uma certa dose de credulidade no trabalho tecnológico desenvolvido até aqui. O sinal da cruz antes da decolagem acaba sendo mais uma fé para se ancorar diante da escuridão do desconhecido. Quanto mais âncoras em certezas cegas, mais profilático se torna seu fiel, que tenta escapar da insanidade diante do medo da morte. Antes acreditar no semáforo, no avião e no relógio, como diz a letra do Vanguart, do que em algo que não pode nunca ser confirmado e nem carimbado por ninguém. Essa é uma fé para os que já estão loucos de mundo.

Tags: burocraciaconceitocredulidadecrônicaféprincípioReligiãovalidação
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