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‘A Biblioteca à Noite’: entre as estantes noturnas de Alberto Manguel

Em 'A Biblioteca à Noite', argentino Alberto Manguel retratou o fascínio emanado por todas as bibliotecas, sejam elas pessoais, públicas ou imaginárias.

porArthur Marchetto
21 de maio de 2020
em Literatura
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A Biblioteca à Noite, do argentino Alberto Mangel

Alberto Manguel em sua biblioteca na França. Imagem: GETTY.

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Ao longo de sua trajetória, Alberto Manguel se dedicou ao amor pelos livros das mais variadas formas. Escreveu sobre os diferentes tipos de leitor e de leitura em livros como O Leitor como Metáfora e Uma história da Leitura. Falou sobre lugares fantásticos em seu Dicionário de Lugares Imaginários, escreveu sobre como foi conviver ao lado de outro escritor argentino em Com Borges e apresentou muitas outras reflexões sobre sua franca paixão bibliófila.

Publicado por aqui pela Companhia das Letras, em uma de suas obras Manguel se debruçou sobre a morada dos livros. Em A Biblioteca à Noite (tradução de Samuel Titan Jr., 2006), Alberto Manguel parte da sua biblioteca particular para apresentar as maneiras com que a humanidade tem armazenado livros, os seus significados e a importância desse repertório na história da humanidade – o relato acaba se tornando tão imersivo que até chegou a ganhar uma exposição internacional em Realidade Virtual que veio para o Brasil.

Manguel imprime no livro uma certa sensação de fascínio. A paixão pelos livros não só proporciona prazer e conhecimento, como também pode nos aterrorizar e fazer com que nós nos confrontemos com a inexorabilidade da morte, com a certeza de que somos incapazes de ler tudo que gostaríamos e o espaço da biblioteca, por reunir uma grande quantidade de material, é muitas vezes intimidante – principalmente aos “não iniciados”.

O que vamos entendendo ao longo do livro é que a biblioteca não é só uma coisa concreta, que tocamos, mas carrega consigo uma biblioteca mítica, simbólica. O ímpeto de guardar a experiência humana, os conhecimentos do mundo. Cada biblioteca construída, seja particular, pública ou imaginária, carrega consigo esse propósito:

‘Minha biblioteca é um reino privado, bem diferente das bibliotecas públicas, grandes ou pequenas, e diferente também da biblioteca eletrônica virtual, sobre cuja universalidade continuo sendo um cético moderado.’

Dessa forma, a biblioteca não é só um espaço para armazenar livros, mas representa a cultura criada ao longo da história da humanidade (inclusive, uma biblioteca de filmes, de jogos, de séries…). Essas bibliotecas também constroem uma identidade. Os livros que leio, que guardo ou descarto, que coloco nas partes mais ou menos visíveis, que estão registrados no meu cadastro em uma biblioteca pública e todos os outros que esbarrei, que escolhi ignorar ou prestar atenção marcam o meu trajeto e estabelecem os contornos de quem eu sou.

Os livros que marcam as estantes públicas de uma cidade, as prateleiras de uma livraria ou a produção científica de uma universidade também registram a personalidade daquele local, marcam a história do que foi produzido, lido, visto, como visto no documentário Ex Libris sobre a Biblioteca Pública de Nova York. Ao mesmo tempo, esses livros não são só memória. Carregam também o esquecimento. Cada livro que sobrevive marca a história do vencedor, mas também ecoa aqueles que sumiram, que foram queimados, apagados, suprimidos.

Os livros que resistem precisam marcar também a consciência daqueles que pereceram em explorações coloniais, que viraram cinzas nas fogueiras nazistas, daqueles que não resistiram à passagem do tempo ou sucumbiram em alguma tragédia como o incêndio na Biblioteca de Alexandria. Sem contar as bibliotecas imaginárias e apócrifas que permeiam a obra de diversos autores, como o famoso Necronomicon de H.P. Lovecraft ou os livros que Lucien organiza em Sandman. Livros que marcam as angústias e ambições da humanidade, daqueles desdobramentos que poderiam ter sido, mas não foram.

Ao fim, o que Alberto Manguel apresenta é um tratado de amor aos livros. Ele também fala sobre a biblioteca dos escritores, dos espaços arquitetônicos, dos livros enquanto forma de poder. É difícil registrar a leitura em uma coluna, e da síntese o que surge é o registro do amor sincero do amante que sabe que morrerá antes de usufruir todos os momentos com sua companheira, porque as bibliotecas ficarão e nós… nós iremos.

A BIBLIOTECA À NOITE | Alberto Manguel

Editora: Companhia das Letras;
Tradução: Samuel Titan Jr.;
Tamanho: 301 págs.;
Lançamento: Agosto, 2006.

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Tags: A biblioteca à noitealberto manguelBibliotecaBibliotecasBook ReviewCompanhia das LetrasCrítica Literáriaex-librisLiteraturaLiteratura ArgentinaResenha

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