• Sobre
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
Escotilha
Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
Escotilha
Home Literatura

‘Este é o mar’: a descida ao inferno de Mariana Enriquez

porJonatan Silva
21 de agosto de 2019
em Literatura
A A
'Este é o mar' é segundo livro de Mariana Enriquez publicado no Brasil

'Este é o mar' é segundo livro de Mariana Enriquez publicado no Brasil. Imagem: Reprodução.

Envie pelo WhatsAppCompartilhe no LinkedInCompartilhe no FacebookCompartilhe no Twitter

O limite entre a música e a poesia ficou mais tênue após o Nobel concedido a Bob Dylan, em 2016, e consolidou de uma vez por todas a relação da canção com a literatura. Bandas como The Doors, Velvet Underground, The Smiths e Joy Division – só para citar nomes seminais – beberam largamente de fontes literárias, levando para suas letras e melodias a representação do que está nos livros.

A argentina Mariana Enriquez, uma das vozes literárias mais interessantes do seu país, explora essa ligação singular entre linguagens em Este é o mar, seu segundo livro publicado no Brasil. Como em As coisas que perdemos no fogo, a escritora usa o cotidiano para criar uma história de horror contemporâneo, mas acaba por escolher a fantasia como força motriz da narrativa – os passos de James Evans, um rockstar atormentado por entidades cuja única e exclusiva obrigação é atormentá-lo até a morte. Seriam essas mesmas criaturas as responsáveis pelas tragédias que pairavam sobre Jim Morrisson, Kurt Cobain, Jimmi Hendrix, Brian Jones e tantos outros do Clube dos 27.

O ponto de virada acontece quando Helena, a criatura incumbida de maltratar James, acaba se apaixonando por ele. Como em qualquer história de Mariana Enriquez, é impossível pensar de maneira lógica. São vidas, humanas e não, que se cruzam em uma espécie de teia temporal ou em enormes vazios que são preenchidos pelo tédio quase adolescente. E talvez essa perspectiva jovem seja a falha do romance, faltando alicerce, uma base que dê fôlego à história que, aos poucos, se perde em uma trama juvenil e às raias do gótico

Metáforas e silêncios

Este é o mar parece escapar à mão da autora. Se em As coisas que perdemos no fogo a sua prosa é bem construída e as tramas são grandes enlaces narrativos, neste romance tudo parece estar flutuando ao sabor do vento. Não existe o arcabouço histórico – como no conto “A Casa de Areia” – ou os conflitos psicológicos de “As Hospedeiras”.

Em Este é o mar não existe o arcabouço histórico – como no conto “A Casa de Areia” – ou os conflitos psicológicos de “As Hospedeiras”.

Helena, uma espécie de encosto apaixonado, e James, tal qual um outsider típico, são um Romeu e Julieta sobrenatural. Por todo o livro, Mariana Enriquez oferece pistas para o leitor, vai construindo uma teia fina que se desenlaça com a imprecisão das peças desse quebra-cabeças. Existe algo que não se encaixa.

Este é o mar é o contraponto de tudo o que fez de As coisas que perdemos no fogo um livro indispensável. Ao contrário do dedo na ferida, há a condescendência. No lugar da discussão sobre o papel da mulher na sociedade, um conjunto de personagens femininos amorfos. Invés de tratar da política pelas metáforas engenhosas, o silêncio.

Este é o mar é uma descida irregular ao inferno de Mariana Enriquez.

ESTE É O MAR | Mariana Enriquez

Editora: Intrínseca;
Tradução: Elisa Menezes;
Tamanho: 176 págs.;
Lançamento: Junho, 2019.

[button color=”red” size=”small” link=”https://amzn.to/2Hc0z6n” icon=”” target=”true” nofollow=”false”]Compre com desconto[/button]

link para a página do facebook do portal de jornalismo cultural a escotilha

Tags: Book ReviewCrítica LiteráriaEditora Intrínsecaescritoras argentinasEste é o marLiteraturaLiteratura ArgentinaMariana EnriquezResenha

VEJA TAMBÉM

Chico Buarque usa suas memórias para construir obra. Imagem: Fe Pinheiro / Divulgação.
Literatura

‘Bambino a Roma’: entre memória e ficção, o menino de Roma

29 de maio de 2025
Nascido em Fortaleza, o escritor Pedro Jucá vive em Curitiba. Imagem: Reprodução.
Literatura

‘Amanhã Tardará’ emociona ao narrar o confronto de um homem com seu passado

28 de maio de 2025

FIQUE POR DENTRO

Calçadão de Copacabana. Imagem: Sebastião Marinho / Agência O Globo / Reprodução.

Rastros de tempo e mar

30 de maio de 2025
Banda carioca completou um ano de atividade recentemente. Imagem: Divulgação.

Partido da Classe Perigosa: um grupo essencialmente contra-hegemônico

29 de maio de 2025
Chico Buarque usa suas memórias para construir obra. Imagem: Fe Pinheiro / Divulgação.

‘Bambino a Roma’: entre memória e ficção, o menino de Roma

29 de maio de 2025
Rob Lowe e Andrew McCarthy, membros do "Brat Pack". Imagem: ABC Studios / Divulgação.

‘Brats’ é uma deliciosa homenagem aos filmes adolescentes dos anos 1980

29 de maio de 2025
Instagram Twitter Facebook YouTube TikTok
Escotilha

  • Sobre
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
  • Agenda
  • Artes Visuais
  • Colunas
  • Cinema
  • Entrevistas
  • Literatura
  • Crônicas
  • Música
  • Teatro
  • Política
  • Reportagem
  • Televisão

© 2015-2023 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.

Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
  • Sobre a Escotilha
  • Contato

© 2015-2023 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.