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A arrastada solidão de ‘As Águas-Vivas Não Sabem de Si’

'As Águas-Vivas Não Sabem de Si', de Aline Valek, é uma interessante obra sobre a solidão, ainda que apresente uma incômoda lentidão no desenrolar da trama.

porAlejandro Mercado
1 de agosto de 2016
em Literatura
A A
A arrastada solidão de ‘As Águas-Vivas Não Sabem de Si’

Capa de 'As águas-vivas não sabem de si', de Aline Valek. Imagem: Reprodução.

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Colunista de Carta Capital, autora de uma das mais interessantes newsletters da atualidade (a Bobagens Imperdíveis), blogueira, ilustradora e tanta coisa a mais, Aline Valek mergulhou, e me desculpem o trocadilho, em seu primeiro romance. As Águas-Vivas Não Sabem de Si (291 págs.), lançado pelo selo Fantástica Rocco, é um passo importante na carreira da escritora, que já possui dois livros de contos: Hipersonia Crônica (2013) e Pequenas Tiranias (2015).

As Águas-Vivas Não Sabem de Si acompanha a história de Corina, uma mergulhadora que faz parte de uma equipe que pesquisa os arredores de uma zona hidrotermal. O objetivo dos pesquisadores é testar um traje de mergulho especial. Mas isso seria pouco nesta obra que mistura suspensa e ficção científica, e é nos segredos escondidos entre os integrantes da equipe, especialmente Corina e o Dr. Martin, um cientista obcecado pela ideia de encontrar vida inteligente no fundo do oceano, que o livro aprofunda sua densa temática.

Corina é solitária, introspectiva. Estar na Auris para ela é uma forma de afastamento, um mergulho literal na profundidade de sua insegurança, onde a personagem se desabita, vive no limite entre sua descrença e uma ponta resguardada de amor à vida. Nem Arraia, Susana, Maurício ou Martin parecem ser capazes de transpor a couraça que reveste Corina, envolta em seus dramas pessoais em todos os poros de seu corpo.

Por vezes parece que Aline não se dá por satisfeita ao criar esse cenário imagético com suas palavras, o que ela faz muito bem, diga-se.

É inegável que As Águas-Vivas Não Sabem de Si prende o leitor. Aline Valek empresta toda fluidez e sensibilidade que os leitores de seus trabalhos já conhecem, e consegue criar uma trama em que nos vemos amarrados procurando entender as motivações da personagem, além de saber o que os silêncios do oceano dirão. Aliás, o próprio oceano é um personagem do livro, fundamental à criação deste retrato claustrofóbico e solitário. Contudo, a autora peca ao bater tanto na tecla da solidão.

Por vezes, parece que Aline não se dá por satisfeita ao criar esse cenário imagético com suas palavras, o que ela faz muito bem, diga-se. Acaba tropeçando numa sequência de voltas em que somos lembrados a todo tempo de quão solitário o fundo do oceano pode ser. Esse lembrete constante torna a leitura um pouco morosa, às vezes até cria uma falsa impressão de que estamos lendo um trecho que já vimos anteriormente. Não chega a ser empecilho à compreensão da obra, mas gera a sensação de certas dificuldades ao deslanchar a trama, fazendo do desfecho um tanto repentino.

Surge a dúvida se as impressões da leitura podem ser em virtude de uma dificuldade de Valek em se adaptar a escrever uma obra com maior fôlego do que os interessantes contos que lançou anteriormente. Talvez, inclusive, a obra pudesse ser mais curta, o que poderia melhorar esse meio de campo que parece por vezes não sair do lugar. De toda forma, é um ousado início para a autora. Seguiremos no aguardo dos próximos.

AS ÁGUAS-VIVAS NÃO SABEM DE SI | Aline Valek

Editora: Fantástica Rocco;
Tamanho: 296 págs.;
Lançamento: Maio, 2016.

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Tags: Aline ValekAs Águas-Vivas Não Sabem de SiBook ReviewCrítica LiteráriaEditora RoccoFantástica RoccoLiteraturaLiteratura BrasileiraResenha

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