• Sobre
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
Escotilha
Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
Escotilha
Home Literatura

‘As Boas Mulheres da China’: a Revolução Cultural chinesa vista pelos olhos das mulheres

‘As Boas Mulheres da China’ expõe os danos da revolução e mostra como mulheres e crianças são as mais vulneráveis em regimes autoritários.

porHeloise Auer
15 de setembro de 2018
em Literatura
A A
‘As Boas Mulheres da China’: a Revolução Cultural chinesa vista pelos olhos das mulheres

Imagem: Reprodução.

Envie pelo WhatsAppCompartilhe no LinkedInCompartilhe no FacebookCompartilhe no Twitter

As Boas Mulheres da China é uma obra de não-ficção publicada em 2003 pela jornalista chinesa Xinran Xue que, entre os anos 1989 e 1997, entrevistou mulheres de diferentes idades e condições sociais para compreender a condição feminina no fim do século XX na China. Seu programa de rádio, Palavras na Brisa Noturna, discutia questões sobre as quais poucos ousavam falar e incomodou o suficiente para obrigar a radialista a se mudar para Londres, onde pôde publicar os dilacerantes relatos presentes nesta obra.

Ao longo de quinze capítulos, a autora se dedica a contar histórias – incluindo a sua própria – de abuso, humilhação, estupro, discriminação, abandono, submissão e descaso. São relatos tristes e singelos que refletem uma sociedade chinesa conservadora e extremamente patriarcal. Casos como o de Hongxue, que, privada de qualquer forma de carinho, encontra afago nas patas de uma mosca; como o das mães que perderam seus filhos no terremoto e juntas criaram um orfanato para abrigar outras crianças; como o de Hua’er, violentada em nome da “reeducação” promovida pela Revolução Cultural; ou o das mulheres da Colina dos Gritos que, mesmo vivendo em condições inimagináveis para a maioria das pessoas, se consideram felizes. Todos relatos escritos por Xinran de maneira fiel e livre de estereótipos, rompendo barreiras e transmitindo para os leitores do Ocidente a realidade chinesa da época.

Revolução Cultural

Com uma narrativa sensível e humanista, Xinran confere ao seu trabalho um tom universal que permite a reflexão do leitor sobre as condições às quais muitas mulheres são submetidas em nome do tradicionalismo das normas sociais.

Essas experiências e percepções formam um retrato tocante da figura feminina durante os 10 anos da Revolução Cultural (1966-1976) que devastou o país, reverteu a moral dos habitantes e mergulhou a nação em uma situação precária, sem recursos sequer de comunicação interna. As notícias, mesmo as más, corriam vagarosamente da população ao estado. Milhares de pessoas foram silenciosamente torturadas e mortas por oposição às ideias do Partido. Segundo Xinran, nos danos causados à sociedade chinesa, deve-se incluir os danos aos instintos sexuais normais, que foram mais perversos para as mulheres.

Sem dúvida, As Boas Mulheres da China é um livro capaz de despertar empatia em qualquer pessoa que se disponha a lê-lo. E, apesar de remeter a uma cultura essencialmente diferente da nossa, a narrativa sensível e humanista de Xinran confere ao seu trabalho um tom universal que permite a reflexão do leitor sobre as condições às quais muitas mulheres são submetidas em nome do tradicionalismo das normas sociais.

AS BOAS MULHERES DA CHINA | Xinran Xue

Editora: Companhia de Bolso;
Tradução: Manoel Paulo Ferreira;
Tamanho: 256 págs;
Lançamento: Julho, 2007.

COMPRE O LIVRO E AJUDE A ESCOTILHA

Tags: as boas mulheres da chinabookBook ReviewChinaCrítica LiteráriaLiteraturaLivrolivro-reportagemmulheresResenhaResenha de LivrosReviewRevolução Culturalxinranxinran xue

VEJA TAMBÉM

Juliana Belo Diniz desafia o biologicismo e recoloca o sofrimento mental em seu contexto humano. Imagem: Juliana Veronese / Divulgação.
Literatura

‘O que os psiquiatras não te contam’ e a urgência de devolver complexidade à saúde mental

19 de dezembro de 2025
As escritoras Sigrid Nunez e Susan Sontag. Imagem: Reprodução.
Literatura

‘Sempre Susan’: a homenagem terna e ácida de Sigrid Nunez a Susan Sontag

18 de dezembro de 2025

FIQUE POR DENTRO

Stellan Skarsgård e Elle Fanning dividem a tela em 'Valor Sentimental'. Imagem: Mer Film / Divulgação.

‘Valor Sentimental’ não salva ninguém

22 de dezembro de 2025
Da esquerda para a direita: Cameron Winter, Max Bassin, Dominic DiGesu, Emily Green. Imagem: Jeremy Liebman / Reprodução.

Geese transforma exaustão em movimento em ‘Getting Killed’

22 de dezembro de 2025
Jeremy Allen White segue entregando grandes atuações na série. Imagem: FX Productions / Divulgação.

Na quarta temporada, ‘O Urso’ reencontra seu eixo entre ambição e simplicidade

20 de dezembro de 2025
Juliana Belo Diniz desafia o biologicismo e recoloca o sofrimento mental em seu contexto humano. Imagem: Juliana Veronese / Divulgação.

‘O que os psiquiatras não te contam’ e a urgência de devolver complexidade à saúde mental

19 de dezembro de 2025
Instagram Twitter Facebook YouTube TikTok
Escotilha

  • Sobre
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
  • Agenda
  • Artes Visuais
  • Colunas
  • Cinema
  • Entrevistas
  • Literatura
  • Crônicas
  • Música
  • Teatro
  • Política
  • Reportagem
  • Televisão

© 2015-2023 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.

Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
  • Sobre a Escotilha
  • Contato

© 2015-2023 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.