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Liberdade e melancolia em ‘Bom Dia, Tristeza’, de Françoise Sagan

Narrado em primeira pessoa, 'Bom Dia, Tristeza, de Françoise Sagan, retrata as experiências de uma garota de 17 anos no sul da França.

porAdriano Abbade
25 de maio de 2018
em Literatura
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Liberdade e melancolia em ‘Bom Dia, Tristeza’, de Françoise Sagan

Imagem: Reprodução.

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Quando o romance Bonjour Tristesse foi lançado em 1954, na França, a autora contava então com 18 anos. Era a estreia literária de Françoise Sagan (1935 – 2004). Em pouco tempo, o livro se tornou um grande sucesso, sendo adaptado para o cinema em 1958 pelo diretor austríaco Otto Preminger e traduzido para mais de vinte idiomas. Amiga do filósofo e escritor Jean-Paul Sartre, Sagan foi associada ao existencialismo por seu estilo de vida boêmio e pouco convencional para os padrões da época. Com sua postura transgressora e perfil de enfant terrible, Françoise Sagan também se envolveu em polêmicas e escândalos, como as condenações por posse de cocaína nos anos 90 e por fraude fiscal em 2002. Ao longo de sua carreira, escreveu romances, roteiros de cinema e peças de teatro.

Bom Dia, Tristeza é narrado em primeira pessoa por Cécile, uma garota de 17 anos que aproveita as férias de verão no litoral sul da França. O romance tem como cenário de fundo o mar mediterrâneo, onde as ações se desenrolam entre praias, cassinos e pousadas de verão. Órfã de mãe, Cécile é acompanhada por seu pai, o galanteador Raymond, e por Elsa, sua jovem amante.

Em meio a esse clima de descontração a narradora inicia um relato direto e conciso, com frases curtas e cadenciadas, explorando a dimensão psicológica de si e dos outros personagens que compõem a narrativa.

Cécile leva uma vida confortável e semidesregrada ao lado do pai, bebendo e fumando exageradamente. Enquanto desfruta as praias da região, conhece Cyril, um jovem de vinte e seis anos, estudante de Direito. Livre de cobranças e responsabilidades, a protagonista aproveita sua liberdade para explorar novas sensações e descobrir sentimentos como o desejo, a paixão, o amor. “O gosto pelo prazer, pela felicidade, representa o único lado coerente de minha personalidade” (P. 20). Essa liberdade, porém, se vê ameaçada com a chegada inesperada de uma terceira pessoa, Anne Larsen, uma estilista parisiense que fora amiga de sua mãe.

Desejo, traição e remorso

A chegada de Anne Larsen instaura o primeiro conflito da trama. Cécile teme a incompatibilidade de ideias entre Anne e Elsa e calcula as consequências desse encontro imprevisto. Na visão da narradora, elas representam personalidades opostas e conflitantes. Elsa Mackenbourg exibe traços de frivolidade e encarna o perfil da femme fatale, enquanto Anne, 13 anos mais velha que Elsa, é uma profissional de sucesso, culta e sofisticada. Para Cécile, essa diferença de personalidades coloca em risco a tranquilidade daquele doce idílio.

Certa vez, Raymond decide passar uma noite em Cannes, na companhia de Cécile, Elsa e Anne. Logo na chegada, ele desaparece com Anne, deixando Elsa com crises de ciúme. Penalizada pelo estado de Elsa, Cécile decide sair em busca do pai, que é flagrado no estacionamento do cassino, em companhia de Anne. Após uma discussão, Raymond e Anne decidem retornar juntos para a pousada, deixando Cécile voltar com Elsa. Desapontada com a atitude de Raymond, Elsa resolve regressar sozinha e não retorna para a pousada onde estavam hospedados.

Após o retorno, Anne e Raymond anunciam seu casamento, levando a protagonista a um estado de pânico. O que preocupa Cécile é o estilo de vida de Anne, que representa uma ameaça aos seus hábitos e à liberdade que goza ao lado do pai. “Era absolutamente indispensável sacudir-me, reencontrar meu pai e a vida de outrora” (p. 47). Para isso, coloca em prática um plano de coloração maquiavélica para impedir o casamento entre Anne e Raymond.

O plano assume rumos inesperados, excedendo todas as expectativas e lançando Cécile em um profundo sentimento de remorso e melancolia em consequência de seus atos. Desse modo, o remorso e a culpa sentidos pela narradora no desfecho da trama é o preço pago por um desejo ilimitado de prazer e liberdade, o fruto colhido de um plano arquitetado por ela mesma, sem medir ou vislumbrar suas trágicas consequências. Bom Dia, Tristeza, as últimas palavras enunciadas pela narradora ao amanhecer, é também um verso do poema La vie Immédiate, de Paul Éluard, presente como epígrafe do romance.

BOM DIA, TRISTEZA | Françoise Sagan

Editora: BestSeller;
Tradução: Sieni Maria Campos;
Tamanho: 112 págs.;
Lançamento: Agosto, 2007.

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Tags: Bom Dia TristezaBonjour TristesseBook ReviewCrítica LiteráriaEditora BestSellerFrançoise SaganLiteraturaLiteratura FrancesaResenhaReviewRomanceSagan

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