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Em ‘Querida Konbini’, Sayaka Murata mostra o feminismo à japonesa

Em ‘Querida konbini’, Sayaka Murata satiriza convenções sociedade japonesa.

porMarilia Kubota
30 de outubro de 2018
em Literatura
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Em 'Querida Konbini', Sayaka Murata mostra o feminismo à japonesa

Imagem: Reprodução.

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Keiko Furukura, a protagonista de Querida Konbini (tradução de Rita Kohl), de Sayaka Murata, é uma jovem mulher, solteira, de 36 anos, funcionária de uma konbini, como são chamadas as lojas de conveniência no Japão. Através desta personagem, a autora ironiza a rígida sociedade japonesa, em que a disciplina e a hierarquia mascaram o controle social, especialmente em relação às mulheres.

O trabalho na loja dá a ela uma identidade social jamais obtida antes. Na infância e na adolescência, o comportamento da jovem era estranho aos padrões vigentes. Ela não conseguia reconhecer as normais sociais que prescrevem a contenção e o recato. Ao presenciar uma briga entre colegas na escola, por exemplo, intervém batendo em um deles com uma pá. A crítica de sua família e colegas a faz ficar silenciosa e evitar ter iniciativas impulsivas.

A adolescência solitária a faz encontrar no emprego da konbini uma alternativa de integração social. O treinamento para a despersonalização a agrada. Ela trabalha durante 18 anos na mesma loja. Ao sair da casa dos pais, ao entrar na faculdade, aluga uma quitinete. É neste estágio de sua vida que ela conhece Shiraha, um funcionário relapso. Ele é logo demitido, mas começa a fazer parte da vida de Keiko.

Como Keiko é solteira, é criticada por outras mulheres. A presença de Shiraha na vida dela tranquiliza tanto a sua irmã quanto as colegas de trabalho. Para elas, não importa saber que o homem é um aproveitador oportunista e misógino. A sua companhia significa a redenção de Keiko para a normalidade feminina.

Através desta personagem, a autora ironiza a rígida sociedade japonesa, em que a disciplina e a hierarquia mascaram o controle social, especialmente em relação às mulheres.

“Eu nunca tinha visto minha irmã tão radiante. Ouvindo sua voz exaltada, comecei a considerar que talvez não fosse tão despropositado afirmar que nosso mundo era apenas o período Jomon* coberto por um manto de modernidade. Quem diria… na verdade, sempre houve um manual. Ocorre que ele já está tão bem gravado na mente de todo mundo que não há necessidade de imprimi-lo. Existe um padrão de Ser Humano Normal a seguir, o mesmo desde o período Jomon. Finalmente eu compreendi.” (página 94) [*período arcaico das eras históricas japonesas, datado de 8.000 a 4.000 A.C.]

Murata nasceu em Inzai, na província de Chiba, em 1979. Quando criança, ela lia ficção científica e novelas de mistério emprestados de seu irmão e de sua mão e a mãe comprou para ele um processador de texto depois que ela tentou escrever uma novela à mão na escola elementar. Depois do ensino médio, a família mudou para Tóquio. Ela ganhou dois prêmios, em 2003 e em 2013 (Yukio Mishima), e em 2016 ganhou o Akutagawa com o décimo romance, Konbini ningen (Querida Konbini, título no Brasil), sendo reconhecida pela Vogue do Japão como “A Mulher do Ano”. O romance vendeu 600 mil cópias no Japão e, em 2018, foi o seu primeiro título traduzido para o inglês (Convenience Store Woman). Mesmo já exercendo o ofício de escritora, Murata trabalhou parte de seu tempo numa konbini, em Tóquio.

QUERIDA KONBINI | Sayaka Murata

Editora: Estação Liberdade;
Tradução: Rita Kohl;
Tamanho: 152 págs.;
Lançamento: Setembro, 2018.

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Tags: Book ReviewCrítica LiteráriakonbiniLiteraturaLiteratura Japonesaloja de conveniênciamisoginiaQuerida KonbiniResenhaResenha de LivrosRita KohlSayaka Murata

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