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‘Ruína y Leveza’: enquanto ainda somos (tão) jovens

Em 'Ruína y Leveza', publicado pela Não Editora, Julia Dantas cria uma fábula sobre perdas e ganhos.

porJonatan Silva
18 de março de 2016
em Literatura
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'Ruína y Leveza': enquanto ainda somos (tão) jovens

A autora Julia Dantas. Imagem: Reprodução.

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O que será que nos faz jovens? Se a pergunta fosse feita há exatas três décadas, a resposta seria certeira: temos nosso próprio tempo. E hoje? Fica a incógnita de um mundo conectado, capaz de nos carregar em jangadas de gigabytes pelo mar sem fio. A juventude não é a mesma, mas as incertezas são. Ruína y Leveza (Não Editora, 210 págs.), de Julia Dantas, é a síntese da insatisfação de uma juventude que, ao ter tudo, fica sem nada nas mãos.

O livro é a história de Sara, que deixa o Brasil para se aventurar no Peru – onde conhece Lucho, um argentino com quem pouco simpatiza. Não demora para entendermos que a viagem é o escape de um amor perdido. Sara não é tão ingênua quanto parece, mas não é tão esperta quanto deveria ser. Com a sutileza da idade, vai descobrindo que o amor é uma ferida: está presa ao corpo e aonde formos, ela também irá. O Peru não é aquilo que ela imaginava. E a vida também não é.

Henrique, o namorado que a traiu e arruinou o fairy tale de Sara, é um homem bem-sucedido: rico, jovem e sedutor. Mas ele não faz o tipo “príncipe encantado”. Julia consegue criar uma boa antítese: o homem cheio de melindres e delicadeza, mas que falha ao ser leviano demais. Ruína y Leveza é um romance à beira do real, às raias do que se vê ao olharmos pela janela. Por isso ele nos fala de perto, intimista e trágico.

Perdas e ganhos

Julia Dantas constrói um livro sobre perdas e ganhos – em que tudo acontece porque Sara decide que sim, é preciso perder-se para que se encontre. Sara é uma espécie de Macabeia ou a menina de Felicidade Clandestina, que precisa sentir a dor para entender o que é o prazer. A personagem de Ruína y Leveza não é exatamente clariceana. E isso não importa. Não é preciso ser assim para ser forte.

Ruína y leveza é um romance à beira do real, às raias do que se vê ao olharmos pela janela. Por isso ele nos fala de perto, intimista e trágico.

E eis papel da escritora gaúcha: ser original, ainda que cause certa estranheza em que não esteja acostumado à nova safra – que, por sinal, parece abundante no Rio Grande do Sul: os Danieis Galera e Pellizari, Carol Bensimon, Michel Laub, Luísa Geisler, Paulo Scott e Antônio Xerxenesky.

Desconforto

Para transformar a realidade em algo mais aceitável, Sara se perde em sonhos – como a Judy do Belle & Sebastian – dentro do livro, como se houvesse um livro dentro de livro ou diversas camadas em uma narrativa que se cruza, mas não se confunde.

A vida de Sara é um grande desconforto, uma imensa necessidade de criar raiz em algum lugar. Ainda que saiba que o Peru não é o seu lugar, ela precisa testar, tentar, arriscar. A resposta é óbvia e amarga como todo remédio. “Agora eu começo sozinha”, diz Sara no final livro. Somente na última página ela percebe que é preciso se reconstruir como um barão partido ao meio e deixar de lutar contra moinhos de vento.

RUÍNA Y LEVEZA | Julia Dantas

Editora: Não Editora;
Tamanho: 208 págs.;
Lançamento: Janeiro, 2015.

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Tags: Antônio XerxeneskyBelle & SebastianCarol BensimonClarice LispectorCríticaDaniel GaleraDaniel Pellizarificçãoficção gaúchaJulia DantasLegião UrbanaLiteraturaLuísa GeislerMichel LaubNão EditoraPaulo ScottRenato RussoRuína y Leveza

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