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‘Uma Estranha na Cidade’: a literatura nos tempos do wi-fi

'Uma Estranha na Cidade', primeiro livro de crônicas de Carol Bensimon, dialoga com o cotidiano e os dramas dos centros urbanos.

porJonatan Silva
13 de maio de 2016
em Literatura
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'Uma Estranha na Cidade': a literatura nos tempos do wi-fi

Imagem: Reprodução.

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Toda crônica é o cotidiano transformado em literatura, em expressão e sentido – uma decodificação do invisível. Os textos de Uma Estranha na Cidade (Não Editora, 146 págs.), da escritora gaúcha Carol Bensimon, não fogem à regra. Em um tempo no qual as crônicas se tornaram um mero desabafo virtual (leia mais sobre esse “fenômeno”), Carol se revela sagaz e sarcástica, e às vezes até dolorosa.

Flutuando entre – a bem embasada – “A Cultura da não exclusividade”, uma ode ao amor quase livre, e a deliciosa “Porto Alegre”, o livro se desdobra em um espelho dos dramas dos grandes centros: gente perdida na caótica geografia urbana e gente perdida em sua confusa imensidão interna. É um discurso jovem, é claro, mas a autora de Sinuca Embaixo d’Água e Todos Adorávamos Caubóis se coloca versátil, capaz de sustentar uma opinião forte, como sua contrariedade à criminalização da maconha, por exemplo. Não é preciso concordar, mas tolerar – no sentido de respeitar, mesmo – sempre.

A crônica, de costume, é um texto leve falando de algo pesado, denso, complexo, como “Ainda assim, vai ser bonito”, uma reflexão sobre nossas muletas culturais – bandas, livros, filmes que nos fazem seguir em frente. Antes de mudar o mundo, nos dizem as letras de Carol, é preciso que nos reinventemos. É simples, mas não é fácil.

A cor local de Uma Estranha na Cidade dá tom à obra, o que não restringe a leitura aos porto-alegrenses. Em uma entrevista recente, Carol disse que não pretende sair de sua cidade – embora já tenha morado em Paris e passado umas semanas nos EUA – por ser provinciana demais. Isso a coloca em pé de igualdade com muitos curitibano e, ao mesmo tempo, estabelece um vínculo. Isso explica existir uma porção de cada texto que se encaixa a qualquer um e em qualquer lugar. E isso é literatura puramente.

Carol parece dar adeus à literatura pré-fabricada que tempos atrás tomou conta das prateleiras nacionais nas livrarias (parte por influência dos romances comerciais norte-americanos, parte por má vontade das editoras em descobrir talentos).

De alguma maneira, o que mais impressiona e chama atenção nos trabalhos de Carol é justamente essa capacidade de se colocar alhures mesmo estando tão perto. Em tempos de desterritorialidade e wi-fi não é de impressionar, ainda que poucos escritores tenha conseguido, mas é um fato que a coloca a milhas de vantagens de outros conterrâneos mais famosos e traduzidos.

Granta

Carol parece dar adeus à literatura pré-fabricada que tempos atrás tomou conta das prateleiras nacionais nas livrarias (parte por influência dos romances comerciais norte-americanos, parte por má vontade das editoras em descobrir talentos). Ela esteve entre os jovens selecionados pela revista Granta, em 2012, para representar a seleção de melhores escritores. De longe, ao lado de Antônio Xerxernesky, Carola Saavedra e Michel Laub, ela está entre o que há de melhor.

Na coletânea publicou “Faíscas”, texto que se tornaria o primeiro capítulo de Todos Adorávamos Caubóis, e já dava sinais da escritora – da grande escritora – que viria ser. Bem-vinda, Carol.

UMA ESTRANHA NA CIDADE | Carol Bensimon

Editora: Não Editora;
Tamanho: 144 págs.;
Lançamento: Março, 2016.

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Tags: Antônio XerxerneskyBook ReviewCarol BensimonCarola SaavedraCríticaGrantaLiteraturaLiteratura Brasileiraliteratura gaúchaMichel LaubNão EditoraResenhaUma Estranha na Cidade

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