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Neil Gaiman: um panteão particular

A relação íntima de Neil Gaiman com o mitológico forma o cerne de sua obra, que ganhou novo lançamento pela editora Intrínseca.

porLuciano Simão
22 de maio de 2017
em Literatura
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Neil Gaiman: um panteão particular

Imagem: Reprodução.

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Se há um autor que tenha atingido o status de astro do rock dentro de seu gênero, com todas as facetas que tal fama representa, esse autor é Neil Gaiman. Desde sua estreia estrondosa no mundo dos quadrinhos com Sandman (descrita por Norman Mailer como “história em quadrinhos para intelectuais”), Gaiman consolidou seu nome – e sua voz autoral, sombria e fantástica – como um dos principais escritores de ficção especulativa de seu tempo. Hoje, graças à estreia da adaptação de Deuses Americanos para a televisão e ao lançamento recente de Mitologia nórdica (pela editora Intrínseca), as obras do autor voltam com força às livrarias. Não há mais desculpas, portanto, para não conhecê-las de perto.

Um aviso prévio: este mergulho no labirinto fantástico do gaimanverso é uma viagem sem volta. Desde o início, a linguagem única que marca os contos e romances de Gaiman mostra-se universalmente acessível – sem, contudo, sacrificar o lirismo, o humor britânico, o uso de arquétipos clássicos e as referências à arte e à cultura mundial. Esta última característica, o legado da cultura, é um ponto-chave, pois é à infinita imaginação da humanidade que o autor dedica sua obra. O fascínio pelo histórico e lendário – em outras palavras, a quase obsessão pelo folclórico – forma o cerne temático de suas narrativas. Um entusiasta da mitologia em todas as suas formas, dedicado ao estudo comparado das lendas e ritos dos mais diversos povos, Gaiman mescla a herança de culturas milenares e cria um verdadeiro panteão particular.

Um mergulho no labirinto fantástico do gaimanverso é uma viagem sem volta.

Dentre seus romances, Deuses Americanos (uma obra tão crucial para o estabelecimento da literatura de fantasia urbana quanto O Senhor dos Anéis para a fantasia clássica ou Duna para a ficção científica épica) é a mais evidente expressão do aspecto mitológico de sua escrita, apresentando versões contemporâneas de divindades nórdicas, eslavas, pagãs, abraâmicas e diversas outras, inseridas no cenário caótico de grandes centros urbanos. O trabalho de releitura de deuses e mitos antigos tem continuidade em Os Filhos de Anansi, em que Gaiman traz como foco a mitologia afrocaribenha. Todavia, Mitologia nórdica, seu lançamento mais recente, confirma que os mitos vikings, perpetuados pelas sagas e Eddas, recebem sua atenção especial. Carregados da voz do autor, os conflitos e tragédias de deuses como Odin, Loki e Thor tornam-se contos de fadas deliciosamente sombrios.

Cosmogonias pessoais

Porém, apesar da qualidade dessas releituras históricas, suas mais notáveis criações são seus próprios deuses, um extenso panteão de divindades e cosmogonias próprias que não encontram paralelo em qualquer outro escritor contemporâneo. Essa meticulosa construção de uma mitologia verdadeiramente gaimaniana teve início com a criação dos sete Perpétuos, seres atemporais que personificam aspectos fundamentais do universo e formam o elenco central da série Sandman, e culminou em O Oceano no Fim do Caminho, seu romance mais recente, em que apresentou aos seus milhões de leitores um breve vislumbre da vida da família Hempstock – avó, mãe e filha que detêm, em sua fazenda no interior da Inglaterra, os segredos do próprio universo. Ainda, as coletâneas Alerta de Risco e Coisas Frágeis trazem contos que surpreendem pela extrema diversidade de cenários e vozes, ao mesmo tempo em que reafirmam o poder de Gaiman de criar universos absolutamente seus.

Essa compreensão da importância do imaginário para a própria evolução humana – e para o estabelecimento de toda e qualquer sociedade – transcende os contos e romances e pode ser constatada também na obra de não-ficção do autor. Um extenso conhecimento do literário e sua relação com o mitológico, assim como a preocupação pessoal com o que, afinal, é uma história, ocupam lugar primordial em seus discursos, palestras, artigos e ensaios variados. Por isso, um último aviso: para entusiastas de sua ficção, conhecer a voz pessoal de Neil Gaiman é essencial. Seu mais poderoso narrador, afinal, é ele mesmo.

MITOLOGIA NÓRDICA | Neil Gaiman

Editora: Intrínseca;
Tradução: Edmundo Barreiros;
Tamanho: 288 págs.;
Lançamento: Março, 2017.

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DEUSES AMERICANOS (Edição Preferida do Autor) | Neil Gaiman

Editora: Intrínseca;
Tradução: Leonardo Alves;
Tamanho: 576 págs.;
Lançamento: Outubro, 2016.

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Tags: Alerta de RiscoCoisas FrágeisCrítica LiteráriaDeuses AmericanosIntrínsecaLiteraturaLugar NenhumMitologia NórdicaNeil GaimanO Oceano no Fim do CaminhoOs Filhos de AnansiSandman

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