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John Shirley leva leitor às profundezas da cidade de Rapture

'Bioshock: Rapture', de John Shirley, expõe visão crítica sobre o Livre Mercado em história de uma colônia isolada no fundo do mar que descende ao caos.

porArthur Marchetto
30 de agosto de 2018
em Literatura
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John Shirley leva leitor às profundezas da cidade de Rapture

Imagem: Reprodução.

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Lançado pela Editora Novo Século, Bioshock: Rapture foi escrito por John Shirley e trata da romantização de um jogo homônimo, publicado em 2007. Baseado na pesquisa do universo por trás do jogo (também conhecido como lore), o livro conta o processo de criação da cidade de Rapture e apresenta acontecimentos anteriores ao primeiro jogo da trilogia

Em um primeiro momento, acompanhamos a figura do criador de Rapture, Andrew Ryan. Proveniente de uma família judia da Bielorrússia, Andrew vê o levante dos bolcheviques destruir o negócio de sua família e, ainda garoto, precisa se mudar para os Estados Unidos. Com uma economia em ascensão, demora pouco tempo para que Ryan adquira status, riqueza e fama em solo estadunidense.

No entanto, sua visão de mundo começa a se modificar quando vê o estado de bem-estar social desenvolvido na década de 1930 nos EUA e, somando-se à visão que desenvolveu na União Soviética, passa a acreditar que qualquer um que viva dependendo dos outros é um “parasita”. A gota d’água de sua insatisfação ocorre quando os EUA lançam a bomba de Hiroshima e Ryan vê a corrupção total de seus ideais: a ciência e a determinação à serviço de “parasitas” que poderiam destruir qualquer coisa que não pudesse ser apreendida.

Dessa forma, visualizando uma catástrofe nuclear, Andrew Ryan decide criar um país que sobreviverá à guerra e servirá de exemplo para o mundo. Um país que, segundo ele, “não era impossível de se criar no fundo do mar, era impossível tê-lo criado fora dele”. Sendo assim, ele idealiza a cidade de Rapture e coloca seu plano em prática ao recrutar pessoas que aderiram a sua ideia de livre-mercado, livre-arbítrio e de homens livres que podem tomar suas decisões e crescerem sozinhos. Depois de muito investimento, Rapture é secretamente construída e tem como habitantes aqueles convidados pelo empresário.

Depois disso acompanhamos a segunda fase, conhecida como a “Era de Ouro” de Rapture – onde há, também, indícios da futura decadência. Ryan selecionava quem ele acreditava ser apto às suas ideias e que poderiam se livrar do reino da superfície, vivendo sob poucas regras. A norma mais rígida era: “Não haverá contatos com a superfície”. Ou seja, Andrew tinha medo de que outras organizações, como a religião ou os comunistas e seus sindicatos, alterassem a organização da cidade.

Nesse contexto de oposições, conhecemos as personagens que protagonizam a segunda parte do romance. Frank Golard é um trambiqueiro metido a ator que pretende entrar em Rapture a qualquer custo pois enxerga várias maneiras de fazer fortuna. Teenabaum e Dr. Suchong são figuras responsáveis por avanços tecnológicos – sem as fronteiras da moral e do bom costume que os reprimiam na superfície. Por fim, Dra. Lamb aparece como uma líder dos trabalhadores que fizeram suas favelas nos fundos de Rapture e mostra que os ideais liberais não são tão maravilhosos assim, servindo como adversária política.

Durante toda essa fase, conhecemos também Frank Fountaine, um homem que faz sua fortuna contrabandeando, roubando e investindo pesado em pesquisas científicas que causam revoltas e marcam o fim da era de ouro. Tais pesquisas envolviam a criação de plasmids, poderes concedidos através da manipulação genético que corrompem e viciam seus usuários.

No entanto, sua visão de mundo começa a se modificar quando vê o estado de bem-estar social desenvolvido na década de 1930 nos EUA e, somando-se à visão que desenvolveu na União Soviética, passa a acreditar que qualquer um que viva dependendo dos outros é um ‘parasita’.

Ao criar seu império de venda dos poderes, como combustão espontânea e telecinese, Fountaine obriga Ryan a contradizer seus ideais e travar batalhas contra o “livre comércio” de plasmids construído pela Futurismo Fountaine. Suas ações deixam os usuários insatisfeitos e todo o corpo social de Rapture se volta contra seu criador. A conclusão de tais eventos nos coloca próximo aos acontecimentos do primeiro jogo.

Como cita cenários, personagens e ações que são vistas dentro do game, o livro trabalha bastante com a questão da familiaridade dos jogadores – ainda que seja uma boa leitura para quem não conhece o jogo. Apesar disso, em alguns momentos Shirley deixa a corda da tensão afrouxar além do necessário.

A construção da visão política é um fator interessante da trama, embora seja bastante superficial. Enfatizando as fraquezas do comunismo na União Soviética de 1917, no estado de bem-estar social de 1930 nos EUA e nas tragédias causadas pelo livre mercado, John Shirley apresenta uma introdução acerca de alguns questionamentos políticos e econômicos, ainda que o ponto forte do livro seja a expansão do cenário de Rapture.

BIOSHOCK: RAPTURE | John Shirley

Editora: Novo Século;
Tradução: Caio Pereira;
Tamanho: 406 págs.;
Lançamento: Novembro, 2013.

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Tags: BioshockBook ReviewCrítica LiteráriaEditora Novo SéculoJohn ShirleyLiteraturaLiteratura FantásticaRaptureResenhaResenha de Livros

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