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‘Ela disse’ evidencia o poder do jornalismo para mudar o mundo

'Ela disse - os bastidores da reportagem que impulsionou o #MeToo' evidencia a reportagem que derrubou o produtor cinematográfico Harvey Weinstein.

Maura Martins por Maura Martins
28 de janeiro de 2020
em Ponto e Vírgula
A A
Jodi Kantor e Megan Twohey, repórteres do The New York Times

Jodi Kantor e Megan Twohey, repórteres do The New York Times. Imagem: Divulgação.

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Talvez você já conheça essa história: em 2018, o conhecido produtor Harvey Weinstein – provavelmente responsável pela distribuição de boa parte dos filmes a que você assistiu nas últimas décadas – foi processado por uma série de crimes sexuais cometidos por ele ao longo de pelo menos trinta anos. Todos os meandros desses episódios até que chegassem à acusação judicial culminaram num movimento mundialmente conhecido como #MeToo, que tem como objetivo a exposição pública de abusos sofridos por mulheres.

Agora o que talvez você não saiba: as denúncias sobre Weinstein vieram à tona por meio de um trabalho de apuração feito pelas jornalistas Jodi Kantor e Megan Twohey, do jornal The New York Times. Foram elas – num trabalho paralelo ao de outros colegas jornalistas, como Ronan Farrow, da revista The New Yorker – que apuraram e convenceram que várias mulheres aceitassem contar sua história de abuso ao mundo, em uma reportagem publicada em 5 de outubro de 2017. E é exatamente este (todo o rigoroso e cansativo processo para a produção da reportagem) o tema de Ela disse – Os bastidores da reportagem que impulsionou o #MeToo, de autoria das duas jornalistas, que ganharam o prêmio Pulitzer por esse trabalho.

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Ela disse, portanto, tem dois eixos claros. No primeiro, ele busca narrar, por meio de uma apuração que se expõe o tempo todo no livro, quais foram abusos (documentados – deixando claro que há muitas histórias ainda não contadas, e que provavelmente nunca serão) cometidos pelo poderoso Harvey Weinstein com mulheres que sonhavam com uma carreira no cinema. Mais importante que isso: o livro busca esclarecer o contexto que garantia que as mulheres não falassem nada, e por que tantas pessoas em torno de Weinstein viam suas ações e não faziam nada para impedi-lo.

Neste sentido, o livro se torna um importante documento que evidencia e busca desconstruir a chamada cultura do estupro (e, por isso, aparenta-se de outro livro reportagem ótimo: Missoula, de Jon Krakauer). Em resumo, o termo busca “desnaturalizar” a ideia de que o abuso e/ou o estupro ocorre de apenas uma única forma, e de que ser explorada sexualmente seria parte inerente da condição feminina. Nos casos envolvendo Weinstein, o modus operandi era sempre semelhante: o produtor organizava encontros de negócios com mulheres e as constrangia para situações sexuais num acordo (velado ou não) de que elas seriam beneficiadas posteriormente pela sua influência em Hollywood.

O mais impactante na obra, porém, é entrar em contato com os verdadeiros bastidores deste universo dos ricos e famosos, coordenado por gente com dinheiro o suficiente para comprar silêncios, contratar advogados sedentos e engendrar estratégias para que a investigação morresse.

O pior de tudo é que os abusos nunca vinham à tona porque Weinstein, auxiliado por um time de advogados, fazia contratos de sigilo com as vítimas, que recebiam um bom dinheiro para que nunca contassem a ninguém o que havia ocorrido.

A reflexão trazida em Ela disse é pertinente: ainda que as indenizações trouxessem uma sensação de justiça, elas não ajudavam a perpetuar as ações do abusador, fazendo que ele repetisse os mesmos crimes com outras mulheres?

São discussões de absoluta relevância, e as experientes repórteres não se abstêm de um debate voltado aos dissensos na questão judicial envolvendo o assédio sexual.

No segundo eixo do livro, ele se torna um importantíssimo documento a jornalistas e estudantes. Conforme esclarece o subtítulo, Ela disse faz um trabalho de “desmonte” da reportagem de Jodi e Megan, mostrando ao leitor como elas fizeram para conseguir concluir a investigação e tornar pública a denúncia no The New York Times.

O que lemos aqui é praticamente uma aula de jornalismo investigativo, que exibe os meandros do trabalho: como, por exemplo, as repórteres se comunicavam com as fontes, como esclareciam se a conversa era on ou off the record, e de que modo tentavam – misturando paciência e persuasão – que mulheres decidissem vir a público externando abusos que haviam prejudicado suas vidas, tendo consciência de que tudo mudaria para elas (nem sempre para o melhor) a partir dessa decisão.

O mais impactante na obra, porém, é entrar em contato com os verdadeiros bastidores deste universo dos ricos e famosos, coordenado por gente com dinheiro o suficiente para comprar silêncios, contratar advogados sedentos e engendrar estratégias para que a investigação morresse. Em certo momento, Jodi e Megan contam que Harvey Weinstein fez uso dos serviços de uma empresa de espionagem que visava despistar as jornalistas e levantar possíveis manchas na reputação das mulheres que o acusavam.

Impactante e com uma escrita muito envolvente, Ela disse é uma obra fundamental para todos os que ainda acreditam que movimentos civis, como o #MeToo, têm a capacidade de mudar as coisas. Mas, acima de tudo, é uma empolgante ode à força e ao poder do jornalismo.

ELA DISSE – OS BASTIDORES DA REPORTAGEM QUE IMPULSIONOU O #METOO | Jodi Kantor e Megan Twohey

Editora: Companhia das Letras;
Tradução: Débora Landsberg, Denise Bottmann, Isa Mara Lando, Julia Romeu;
Tamanho: 376 págs.;
Lançamento: Novembro, 2019.

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