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Uma contribuição de Machado de Assis para a ficção científica brasileira

Arthur Marchetto por Arthur Marchetto
4 de outubro de 2018
em Ponto e Vírgula
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As ilustrações do livro foram feitas pela artista Paula Cruz. Imagem: Reprodução.

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Em julho deste ano, a editora brasileira de ficção científica Plutão Livros lançou o livro Sobre a Imortalidade de Rui de Leão, uma coletânea de dois contos escritos por Machado de Assis: “Rui de Leão” (1872) e “O Imortal” (1882). As narrativas contam duas versões da história de Rui de Leão, um fidalgo português que viveu entre os tamoios, foi incorporado na tribo e, querido por todos, se apaixonou e casou com a filha do pajé da aldeia.

Numa noite em que o pajé estava prestes a morrer, Rui é chamado à cabana e, junto com o sogro, se embrenha na floresta. A trilha os leva até uma pedra onde, anos antes, o chefe da tribo enterrara um frasco com o elixir para a imortalidade. Essa cabaça se torna um presente do moribundo para o genro, pois, ainda que à beira da morte, o pajé queria descansar do cansaço de viver.

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Rui hesita em beber e guarda o frasco no mesmo lugar; no entanto, tempos depois, ao se adoentar em decorrência de praga de um padre que o amaldiçoou por se afastar do cristianismo, o fidalgo fica doente. Como último recurso contra a morte iminente, Rui resolve se esgueirar até o elixir e tomar uma golada. No dia seguinte, amanhece curado e, aos poucos, descobre que a poção funcionou: Rui se tornou imortal.

O relato que se constrói nas centenas de anos viajando entre Europa e as áreas rurais e urbanas do Brasil joga um novo olhar à produção de Machado de Assis, inserindo o autor dentro do período pioneiro da ficção científica brasileira. A presença já se faz notar no próprio título, que nos remete à uma das temáticas comuns na literatura especulativa, a busca pela imortalidade, como afirma o pesquisador Roberto de Sousa Causo no prefácio do livro.

Além disso, o tom plausível da história também marca um distanciamento do puramente maravilhoso. Quando Machado escreve que “É incrível que nenhuma história publicada daquele tempo mencione a chegada deste prodigioso sujeito à corte de Lisboa e os casos que aí houve”, ele nos coloca numa posição de “pode ser verdade”.

Além disso, o tom plausível da história também marca um distanciamento do puramente maravilhoso.

Essa intencionalidade pode ser percebida na hipótese científica que fundamenta a premissa dos contos. Na primeira narrativa, “Rui de Leão”, o elixir é construído nos moldes fantásticos estabelecidos por Todorov (que você aprofundar aqui), deixando suspenso o questionamento da origem do elixir: seria ele místico e dado pelos deuses, ou será que foi uma criação do conhecimento botânico do pajé?

“O Imortal” tem uma estrutura mais elaborada. Saindo do narrador neutro da primeira história, o conto passa a ser narrado por um dos filhos de Rui de Leão, um médico homeopata que vive no século XIX e, escondendo-se de uma noite chuvosa, conta os causos para seus amigos. Segundo Roberto Causo, a chuva “é um detalhe que sublinha a inspiração do conto gótico sobre a história machadiana”, afirma Roberto Causo. A mudança do narrador também retira o fantástico do mundo e coloca a incerteza na voz de uma personagem, técnica mais próximas das obras mais conhecidas, como Dom Casmurro e O Alienista.

Machado também postula algo importante para a tradição da ficção científica dentro do texto, conforme aponta o pesquisador no prefácio. No segundo conto, a perspectiva científica do elixir antigo é vista em perspectiva ao dizer: “A ciência de um século não sabia tudo; outro século vem e passa adiante. Quem sabe se os homens não descobrirão um dia a imortalidade, e se o elixir científico não será esta mesma droga selvática?”.

Uma ironia que se construiu ao longo dos anos, longe dos olhos do Machado, é o destaque que a homeopatia teve enquanto ciência na narrativa do conto, mas hoje é questionada por diversos campos científicos. A máxima similia similibus curantur (do latim, semelhante pelo semelhante se cura), é repetida ao longo das duas narrativas e representa um dos princípios do tratamento homeopático: a diluição e dinamização da substância que produz o sintoma no indivíduo saudável.

SOBRE A IMORTALIDADE DE RUI DE LEÃO | Machado de Assis

Editora: Plutão Livros;
Tamanho: 73 págs.;
Lançamento: Julho, 2018.

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Tags: ficção científicaMachado de Assiso imortalplutão livrosrui de leãoSobre a imortalidade de rui de leao
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