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‘Solidão e outras companhias’: silêncio como metáfora para o desespero

'Solidão e outras companhias', livro de estreia de Márwio Câmara, é uma alegoria sobre o afastamento contemporâneo.

porJonatan Silva
28 de julho de 2017
em Literatura
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'Solidão e outras companhias': silêncio como metáfora para o desespero

Imagem: Reprodução.

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Se a literatura contemporânea brasileira às vezes parece um inseto em volta da lâmpada, olhando para o próprio umbigo por meio da autoficção, os lampejos de originalidade e inventividade saltam aos olhos rapidamente. Solidão e outras companhias, livro de estreia do jornalista e crítico literário carioca Márwio Câmara, é uma alegoria para o afastamento promovido diariamente pelos compromissos e pela tecnologia.

Como em Bonsai, do chileno Alejandro Zambra, Câmara constrói histórias de encontros e desencontros por meio de mapas literários em cada um dos contos que compõem o volume. Como um passeio pelos bosques da ficção, Márwio leva pela mão o leitor em jornadas pessoais através das três partes que dividem o livro – NÓS, VÓS e SÓS – e que não estão ali por acaso.

Solidão e outras companhias é um retrato delicado de uma sociedade apartada e pouco interessada no outro, como se a individualização fosse suficiente para manter o mundo em pé. Ao mesmo tempo, os contos de Márwio Câmara são como testemunhos de uma casa em ruínas e que, nem sempre, é possível de ser reconstruída.

O texto que dá título ao livro ou “A Chuva que me lembra dela”, por exemplo, são críticas ácidas – e pouco comuns – às relações volúveis que nos alimentam. “Virgínia” é uma galhofa à la Cortázar, uma brincadeira com a noção do personagem, tempo e espaço, enquanto “Primeira sessão” remete à Clarice inovadora de A Paixão segundo GH ou A Descoberta do mundo.

A obra de Márwio Câmara é atenta aos nossos dias, mas pode ser projetada adiante por sua visão aberta a um futuro cada vez mais segregado e apocalíptico.

Câmara aborda a questão do corpo como comunicação. Da letargia à euforia, seus personagens estão imbuídos em pequenas tragédias que os corroem e servem de consolo – chegando à beira do fantástico. Até certo ponto, as conveniências e convenções sociais não interessam, não são o que dá forma à narrativa pungente e bem alicerçada do autor, que foi finalista do Prêmio Rio de Literatura.

Gritos e sussurros

Não é difícil pensar em Solidão e outras companhias como um grande diálogo dentro da Trilogia do Silêncio, de Bergman, ou na Trilogia da Incomunicabilidade, de Antonioni – por coincidência, ou não, os dois cineastas morreram no mesmo dia em 2007 –, simultaneamente aos mais bizarros labirintos de Borges. A metáfora da toca de Kafka também caberia bem ao que Márwio Câmara elaborou.

O silêncio é uma metáfora para o desespero, ao passo que os gritos funcionam como engrenagem sólida no conformismo e da apatia – como o personagem chapliniano que passeia dentro da máquina do patrão sem se opor. A obra de Márwio Câmara é atenta aos nossos dias, mas pode ser projetada adiante por sua visão aberta a um futuro cada vez mais segregado e apocalíptico.

SOLIDÃO E OUTRAS COMPANHIAS | Márwio Câmara

Editora: Oito e Meio;
Lançamento: Maio, 2017.

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Tags: Alejandro ZambraBonsaiClarice LispectorCríticaCrítica LiteráriaEditora Oito e MeioIngmar BergmanJorge Luís BorgesJulior CortázarLiteraturaLiteratura BrasileiraMárwio CâmaraMichelangelo AntonioniSolidão e outras companhias

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