• Sobre
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
Escotilha
Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
Escotilha
Home Literatura

‘Bula para uma vida inadequada’: Yuri Al’Hanati e a vida em estado puro

porJonatan Silva
8 de novembro de 2019
em Literatura
A A
Bula para uma vida inadequada, de Yuri Al'Hanati

O escritor e jornalista Yuri Al'Hanati. Imagem: Divulgação.

Envie pelo WhatsAppCompartilhe no LinkedInCompartilhe no FacebookCompartilhe no Twitter

A crônica é o gênero literário tipicamente brasileiro: a sua cordialidade é, na verdade, um pretexto para o escrutínio minucioso das cidades, das pessoas e dos costumes. João do Rio, Rubem Braga, Nelson Rodrigues e Clarice Lispector não me deixam mentir. Se o cronista outrora foi um retratista circunspecto ao seu espaço físico, hoje é um cidadão do mundo, um agente do não lugar. A crônicas que dão corpo a Bula para uma vida inadequada, estreia literária do jornalista Yuri Al’Hanati, também não me deixam mentir.

Para além da ideia do flanêur e do voyeur, nos textos – publicados em sua maioria aqui na Escotilha – Al’Hanati é um observador singular. Na rua – durante uma conversa com o vendedor de abacaxi –, pela janela do apartamento – quando observa de longe a monotonia da cidade – ou discutindo a hospitalidade em países europeus pouco convencionais – Sérvia e Letônia, por exemplo –, Bula para uma vida inadequada investiga a essência das relações e das possibilidades de interação entre pessoas e lugares.

Diante da vida, em contraponto ao sonho, Bula para uma vida inadequada é a literatura frente ao impasse, um chamado à sensibilização sem qualquer abstração.

Se por um lado existe a urgência e a atemporalidade que a internet exige – ou pensamos que exige –, por outro as crônicas concentram em seus poucos parágrafos exatamente aquilo que precisa ser dito. Nesses pequenos conflitos pós-modernos – o telemarketing invasivo atrás de um tal Cléber, o almoço em um restaurante para lá de conversador ou a burocracia kafkiana de um banco estatal –, o cronista se agigante entre uma ironia fina e de um sarcasmo delicado. Tudo deliberadamente construído para criar a atmosfera de uma literatura lúdica na tentativa de fugir da nossa modernidade líquida.

“Viver é que é o grande perigo”, dizia Belchior. Diante da vida, em contraponto ao sonho, Bula para uma vida inadequada é a literatura frente ao impasse, um chamado à sensibilização sem qualquer abstração. É o cotidiano em estado puro, puríssimo é possível dizer, cuja complexidade e necessidade de ajuste só podem ser comparadas ao funcionamento, quase que estoico, de uma máquina de pinball.

Bula para uma vida inadequada é sagaz ao capturar o zeitgeist e explorá-lo com um elemento comum, quase banal, como se não fosse ele o reflexo de uma sociedade cada vez mais sociopata e hedonista. Sendo a crônica é um bálsamo, como disse Luís Henrique Pellanda na apresentação do livro, por que parecemos ainda estar tão equivocados? Difícil dizer, mas talvez nem exista resposta. Quem sabe tudo o que é preciso saber já está escrito nas páginas dos livros.

BULA PARA UMA VIDA INADEQUADA | Yuri Al’Hanati

Editora: Dublinense;
Tamanho: 160 págs.;
Lançamento: Junho, 2019.

[button color=”red” size=”small” link=”https://amzn.to/2K3wCqB” icon=”” target=”true” nofollow=”false”]Compre com desconto[/button]

link para a página do facebook do portal de jornalismo cultural a escotilha

Tags: Book ReviewBula para uma vida inadequadaCríticaCrítica LiteráriaCrônicaDublinenseescotilhaLiteraturaLuís Henrique PallandaResenhaReviewsextaYuri Al'Hanati

VEJA TAMBÉM

A escritora francesa Anne Pauly. Imagem:  Édition Verdier / Divulgação.
Literatura

‘Antes Que Eu Esqueça’ traz uma abordagem leve e tocante sobre o luto

30 de junho de 2025
Autora produziu um dos maiores fenômenos literários das últimas décadas. Imagem: Marcia Charnizon / Divulgação.
Literatura

Por que os leitores amam — e nem toda crítica gosta — de ‘Tudo É Rio’, de Carla Madeira

20 de junho de 2025

FIQUE POR DENTRO

Brad Pitt está bastante confortável em cena. Imagem: Warner Bros. / Divulgação.

‘F1: O Filme’ acelera com estilo, mas nunca sai totalmente do piloto automático

1 de julho de 2025
A escritora francesa Anne Pauly. Imagem:  Édition Verdier / Divulgação.

‘Antes Que Eu Esqueça’ traz uma abordagem leve e tocante sobre o luto

30 de junho de 2025
Jon Hamm volta à boa forma com Coop. Imagem: Apple TV+ / Divulgação.

‘Seus Amigos e Vizinhos’ trata o privilégio com cinismo e humor ácido

30 de junho de 2025
Longa de Babenco foi indicado em quatro categorias no Oscar, levando a de melhor ator. Imagem: HB Filmes / Divulgação.

‘O Beijo da Mulher Aranha’, de Hector Babenco, completa 40 anos como marco do cinema latino-americano

27 de junho de 2025
Instagram Twitter Facebook YouTube TikTok
Escotilha

  • Sobre
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
  • Agenda
  • Artes Visuais
  • Colunas
  • Cinema
  • Entrevistas
  • Literatura
  • Crônicas
  • Música
  • Teatro
  • Política
  • Reportagem
  • Televisão

© 2015-2023 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.

Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
  • Sobre a Escotilha
  • Contato

© 2015-2023 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.