• Sobre
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
Escotilha
Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
Escotilha
Home Literatura

‘Uma mulher transparente’: o noir carioca de Edgard Telles Ribeiro

Inspirado pelos clássicos da literatura policial, ‘Uma mulher transparente’, de Edgard Telles Ribeiro, esbarra em uma trama frágil e personagens sem cor.

porJonatan Silva
19 de junho de 2020
em Literatura
A A
Edgard Telles Ribeiro

O escritor Edgard Telles Ribeiro. Imagem: Reprodução.

Envie pelo WhatsAppCompartilhe no LinkedInCompartilhe no FacebookCompartilhe no Twitter

Borges, já cego, disse – em uma de suas conferências – que Poe não apenas inventou só a literatura policial, mas também o leitor de literatura policial. Em alguma medida, o argentino previa a ideia do padrão, de um fazer literário que exige um certo caminho a ser seguido por quem lê e por aquele que escreve. Uma mulher transparente, de Edgard Telles Ribeiro, parece entender como poucos a necessidade de fiar no lance de dados do mistério. E isso acontece para o bem e para o mal.

Telles criar, a partir de um assassinato anônimo nas ruas do Rio de Janeiro no começo dos anos 1960, uma narrativa histórica, um passeio pelos anos de chumbo brasileiro – que parecem bater à nossa porta novamente. O narrador – um autor de verbetes de enciclopédia e, posteriormente, romancista – se debruça sobre o crime e fantasmas que nem conhece passam a rondar a sua vida. Somente duas décadas mais tarde, se dá conta de que ali se esconde uma armadilha invisível, um truque do destino capaz de enlouquecer os envolvidos.

Para dar voz à sua paranoia, que cresce à medida em que os anos passam, não consegue se livrar da lembrança de, minutos antes daquela morte numa tarde quente, ter visto seu chefe com uma arma na cintura. Misturado a esse turbilhão, paira ainda o inexplicável afogamento da esposa do patrão.

Uma mulher transparente é um livro que empilha hipóteses, sem oferecer uma resposta em troca.

E é nessa ânsia de encontrar respostas que acaba por conhecer Gilda, a femme fatale e esposa de Guilherme, amigo do narrador nos seus tempos de enciclopédia e testemunha oculta do assassinato. Como uma Rita Hayworth de Copacabana, Gilda vive em um mundo flutuante, um lugar entre a fantasia e a realidade. Como dita a regra da literatura policial, é ela quem leva o narrador – pelas mãos – ao inferno.

Clichês

Nesse noir carioca, Telles escorrega nos clichês que formam sua narrativa e nas pontas que arma para deixar soltas mais tarde. São elementos que não apenas subvertem a expectativa, mas descontroem a história e levam o leitor para um campo minado. A impressão que fica é, não raras vezes, de incompletude, como se houvesse algo para ser dito, entretanto, optou-se por um silêncio forçoso e desmedido.

Uma mulher transparente é um livro que empilha hipóteses, sem oferecer uma resposta em troca. Apesar de seu texto ágil, e uma trama que poderia, facilmente, prender o leitor, Telles deixa passar a oportunidade de escrever um diálogo importante entre os nossos tempos e o regime militar, e acaba por fazer da obra um retrato opaco sobre um momento ainda confuso e obscuro. No final o que se vê é que o livro esbarra em uma trama frágil e personagens sem cor.

UMA MULHER TRANSPARENTE | Edgard Telles Ribeiro

Editora: Todavia;
Tamanho: 128 págs.;
Lançamento: Abril, 2018.

Compre o livro e ajude a Escotilha

link para a página do facebook do portal de jornalismo cultural a escotilha

Tags: Book ReviewCrítica LiteráriaEdgar Allan PoeEdgard Telles RibeiroJorge Luís BorgesLiteraturaLiteratura PolicialnoirResenhaTodaviaUma mulher transparente

VEJA TAMBÉM

Chico Buarque usa suas memórias para construir obra. Imagem: Fe Pinheiro / Divulgação.
Literatura

‘Bambino a Roma’: entre memória e ficção, o menino de Roma

29 de maio de 2025
Nascido em Fortaleza, o escritor Pedro Jucá vive em Curitiba. Imagem: Reprodução.
Literatura

‘Amanhã Tardará’ emociona ao narrar o confronto de um homem com seu passado

28 de maio de 2025

FIQUE POR DENTRO

Calçadão de Copacabana. Imagem: Sebastião Marinho / Agência O Globo / Reprodução.

Rastros de tempo e mar

30 de maio de 2025
Banda carioca completou um ano de atividade recentemente. Imagem: Divulgação.

Partido da Classe Perigosa: um grupo essencialmente contra-hegemônico

29 de maio de 2025
Chico Buarque usa suas memórias para construir obra. Imagem: Fe Pinheiro / Divulgação.

‘Bambino a Roma’: entre memória e ficção, o menino de Roma

29 de maio de 2025
Rob Lowe e Andrew McCarthy, membros do "Brat Pack". Imagem: ABC Studios / Divulgação.

‘Brats’ é uma deliciosa homenagem aos filmes adolescentes dos anos 1980

29 de maio de 2025
Instagram Twitter Facebook YouTube TikTok
Escotilha

  • Sobre
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
  • Agenda
  • Artes Visuais
  • Colunas
  • Cinema
  • Entrevistas
  • Literatura
  • Crônicas
  • Música
  • Teatro
  • Política
  • Reportagem
  • Televisão

© 2015-2023 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.

Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
  • Sobre a Escotilha
  • Contato

© 2015-2023 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.