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Home Música

Somos um fluxo d’água nas canções de Beto Cupertino

porLucas Paraizo
23 de fevereiro de 2017
em Música
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“Não há mérito algum num dom, não há céu algum sobre o sol, não há critério algum de bom. É tudo arbitrário, e não contém glúten”. Um certo ceticismo, uma descrença nos discursos e nos exageros do dia a dia. A vida é arbitrária e “o ocaso não falha”. Esses sentimentos que estiveram presentes de alguma forma em toda a discografia da banda goiana Violins (2001 – 2011) estão vivos novamente nas canções de Beto Cupertino, o compositor e vocalista da banda que acaba de lançar seu primeiro disco solo: Tudo Arbitrário.

Se o Violins foi uma das melhores bandas de rock alternativo do Brasil na década passada (ouso dizer que, talvez, a melhor – ao lado do Ludovic), foi pelo timbre das guitarras e as grandes letras de Beto. Textos inteligentes, ácidos e analíticos sobre a condição humana criados de forma, acima de tudo, bela. Das traições de Grandes Infiéis (2005) aos temas pesados e violentos de Tribunal Surdo (2007), Beto sempre soube escrever grandes letras e as cantar em belo e suave tom. O mesmo ocorreu depois do fim da banda no projeto paralelo dos membros, a Tonto, que trazia algumas letras mais esperançosas e outros toques às melodias.

As letras têm a exposição impiedosa dos traços humanos, o ceticismo com a sociedade e um sentimento recorrente de incômodo com o show de opiniões que é o mundo atualmente.

Toda essa trajetória de quase 20 anos na música reflete agora em Tudo Arbitrário (Independente, 2017), um disco lançado de forma independente e com download gratuito na internet, financiado em parte através de um crowdfunding, tudo no melhor estilo lado B que sempre acompanhou o Violins. Beto traz as guitarras já conhecidas e músicas com estética muito parecidas com as da banda, com letras com a marca da sua composição. A exposição impiedosa dos traços humanos, o ceticismo com a sociedade e um sentimento recorrente de incômodo com o show de opiniões que é o mundo atualmente. A necessidade de opinar sobre qualquer coisa nas redes sociais é o tema logo da faixa que inicia o disco, a ótima “Meme”, que abre caminho para duas canções que vão para um lado mais intimista e nostálgico do músico: “Todas as Coisas” e “Casa da Fazenda”.

Mas é o ser humano o assunto das canções de Beto. É o traço pessoal, a intimidade, o pensamento mais obscuro. As análises lá do disco Redenção dos Corpos (2009) estão presentes aqui novamente, mas voltadas para a primeira pessoa e misturadas ao sentimento do narrador em meio aos fatos atuais. Tudo isso ao lado do ceticismo que falo no começo do texto e que está claro no trecho da canção que dá nome ao disco e que abre essa resenha. Se tudo é arbitrário, é porque temos bem menos controle sobre a vida do que imaginamos. “A verdade da tristeza passa / e a verdade da alegria também passa / a gente é um fluxo d´água”, canta em “Todas as Coisas”.

Quem conheceu o Violins vai se sentir em casa na obra de Beto Cupertino. Quem nunca ouviu a banda, tem aqui uma bela mostra das composições do músico goiano que inspiraram muita gente na década passada. É música feita com sinceridade e letras feitas para martelarem a sua cabeça por dias, pensando sobre cada frase dita. Tudo isso com belos arranjos e rock alternativo de qualidade.

Tags: bandas brasileirasBeto Cupertinocantores brasileirosCrítica MusicalMúsicamúsica nacionalResenhaRockTudo ArbitrárioViolins

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