• Sobre
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
Escotilha
Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
Escotilha
Home Música

Há um espírito selvagem em Shilpa Ray e você precisa conhecê-lo

porFernanda Maldonado
28 de julho de 2017
em Música
A A
Envie pelo WhatsAppCompartilhe no LinkedInCompartilhe no FacebookCompartilhe no Twitter

As comparações da crítica especializada entre bandas novas e bandas do passado nem sempre representam a realidade, nem sempre são justas ou fiéis, e serão para sempre subjetivas. O estilo musical da cantora, instrumentista e compositora Shilpa Ray, do Brooklyn (Nova York), já foi comparado a Blondie, The Cramps e Screamin’ Jay Hawkins – por mais generalista que isso possa soar, e particularmente falando, eu não poderia discordar mais dessas comparações todas.

Existe sempre um impasse quando algo novo e inquestionavelmente original (nem sempre o novo é original) surge em cena, e nós, jornalistas, ouvintes, fãs e público geral, ficamos um tanto perdidos por não conseguirmos colocar todas as peças em suas devidas caixinhas. É importante se ter um norte e elevar a consciência de que tudo que surge hoje carrega fragmentos do passado e interferências do presente. O mundo conversa com todos. E, afinal, o que seria de um músico sem suas referências? Mas é satisfatório escutar algo que em um primeiro, segundo, terceiro momento, você não sabe explicar o que é. É quase como quando você se apaixona por alguém e aquilo te pega tão forte que os esforços para explicar aquele sentimento são absolutamente inúteis.

A primeira vez que ouvi uma música da banda Shilpa Ray and Her Happy Hookers, projeto anterior ao trabalho solo da artista, não pensei em qualquer outra banda para compará-la, mas me lembrei dos meus 13, 14 anos, quando eu cantava alto alguma canção que me dizia algo. Coração rasgando. É assim que essa mulher canta – com mil vezes mais técnica e talento, obviamente. No vídeo da performance ao vivo de “Erotolepsy”, que você pode assistir abaixo, Shilpa demonstra isso na prática.

Seu som é rotulado como punk, garage, blues, mas novamente… esqueça os rótulos. Sua história pessoal, suas performances, bandas formadas e discos gravados dizem muito mais do que um punhado de classificações. Falando primeiro sobre a música em si, dois elementos se destacam acima de quaisquer outros. Sua voz é em mezzosoprano, o intermédio entre o soprano e contralto no canto lírico e equivalente ao barítono no vocal masculino. Aquele tipo de voz que alcança tanto tons bem baixos quanto altos. Potência vocal que não é vista facilmente por aí, aliada a uma presença violenta ao vivo.

Shilpa Ray levou muitas vidas diferentes ou diferentes vidas já convergiram na vida de Shilpa Ray.

O segundo elemento de destaque é o uso de um harmônio indiano, instrumento conhecido por ser uma espécie de teclado/acordeão popular na Índia. O harmônio é formado por um conjunto de palhetas de cobre junto a um aparelho de bombagem de ar, e conforme o ar entra e sai, surge o som, controlado por um teclado. Shilpa vem de uma família indiana hinduísta e, em algumas entrevistas, contou que não escolheu voluntariamente tocar esse instrumento, mas foi forçada pela família a aprender ainda quando criança.

O que sua família não podia prever era que Ray usaria o conhecimento musical aprendido na infância por insistência dos pais, que queriam que a menina aprendesse música clássica indiana, para criar músicas ocidentalizadas, extremamente autênticas e contemporâneas. Ainda adolescente, a artista nascida em Nova Jérsei era proibida pelos pais de escutar o que tocava nas rádios. Até que, aos 16 anos, descobriu Velvet Underground e tudo (des)andou.

Shilpa Ray levou muitas vidas diferentes ou diferentes vidas já convergiram na vida de Shilpa Ray. Há alguns anos, ela fez uma viagem ao Nepal que acabaria por influenciar tanto as letras do álbum Last Year’s Savage (2015) quanto sua relação com a fé hindu. Canções como “Moksha” e “Burning Bride” atacam diretamente a corrupção que testemunhou pessoalmente quando viu como o governo indiano usa a religião contra seu próprio povo.

“Burning Bride” reimagina a prática hindu proibida de queimar uma esposa viva depois que seu marido falece, um ritual supostamente enraizado nas escrituras, mas que funcionou como um meio para que os sacerdotes tirassem dinheiro das pessoas a partir de parentes mortos. Ray sempre foi hindu. É algo que ainda compartilhar com sua família, mesmo que ela diga que a veem como “ovelha negra”. Apesar de suas convicções contra certas finalidades as quais a religião é usada, ela ainda sabe onde está sua fé, e afirma que há problemas com a instituição, mas há problemas com todas as instituições e o hinduísmo ainda é uma parte importante de quem ela é.

Apadrinhada por Nick Cave, liderou as bandas novaiorquinas Beat the Devil e Shilpa Ray & Her Happy Hookers, e hoje segue em carreira solo. Seu próximo disco, Door Girl, tem previsão de lançamento para 22 de setembro deste ano, pelo selo Nothern Spy Records.

Ouça ‘Last Year’s Savage’ na íntegra no Spotify

link para a página do facebook do portal de jornalismo cultural a escotilha

Tags: Crítica MusicalDoor GirlLast Year’s SavageMúsicaNick CaveNothern Spy RecordsNova YorkShilpa RayShilpa Ray & Her Happy Hookers

VEJA TAMBÉM

Stephen Sanchez traz seu som nostálgico ao C6 Fest. Imagem: Divulgação.
Música

C6 Fest – Desvendando o lineup: Stephen Sanchez

15 de maio de 2025
Aos 24 anos, Cat Burns vem ao Brasil pela primeira vez. Imagem: Divulgação.
Música

C6 Fest – Desvendando o lineup: Cat Burns

14 de maio de 2025
Please login to join discussion

FIQUE POR DENTRO

A artista visual Mariana Valente. Imagem: Reprodução.

Mariana Valente: “Clarice Lispector escrevia como quem cria um rasgo na linguagem”

16 de maio de 2025
Stephen Sanchez traz seu som nostálgico ao C6 Fest. Imagem: Divulgação.

C6 Fest – Desvendando o lineup: Stephen Sanchez

15 de maio de 2025
Claudio Cataño dá vida ao Coronel Aureliano Buendía na adaptação de 'Cem Anos de Solidão'. Imagem: Netflix / Divulgação.

‘Cem Anos de Solidão’ transforma o tempo em linguagem

15 de maio de 2025
Aos 24 anos, Cat Burns vem ao Brasil pela primeira vez. Imagem: Divulgação.

C6 Fest – Desvendando o lineup: Cat Burns

14 de maio de 2025
Instagram Twitter Facebook YouTube TikTok
Escotilha

  • Sobre
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
  • Agenda
  • Artes Visuais
  • Colunas
  • Cinema
  • Entrevistas
  • Literatura
  • Crônicas
  • Música
  • Teatro
  • Política
  • Reportagem
  • Televisão

© 2015-2023 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.

Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
  • Sobre a Escotilha
  • Contato

© 2015-2023 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.