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Apreciação de discos de vinil conceituais: um exílio da contaminação digital

Obras conceituais como 'The Wall' e 'Ópera do Malandro' pedem um retorno - mesmo que breve - ao analógico.

porDaniel Pala Abeche
28 de agosto de 2018
em Música
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Apreciação de discos de vinil conceituais: um exílio da contaminação digital

Imagem: Pixabay.

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O que álbuns como The Wall, do Pink Floyd; Tommy, do The Who, e Ópera do Malandro, de Chico Buarque, possuem em comum? Além de ocuparem o hall de clássicos incontestáveis da música popular contemporânea, são discos conceituais. O disco de vinil, que amargou sua decadência comercial em idos dos anos 90 e ressurgiu como uma fênix no final da década passada, é uma mídia realmente ímpar.

Tanto por suas características estruturais, como a capa e os encartes em que os detalhes são vistos com clareza, até os charmosos chiados que impulsionam veementemente a contemplação sonora dos mais românticos. O bom e velho bolachão é um formato que possibilitou apreciações que não fazem tanto sentido na era digital.

Antes de me julgar saudosista, saiba que reconheço a democratização de acesso que a internet possibilita, tanto quantitativa, quanto qualitativa. No ciberespaço encontramos obras que jamais acharíamos fisicamente no mundo estritamente offline e ouvi-las se tornou muito mais prático. Não quero ser pedante, apenas realçar uma característica inerente aos discos de vinil – e também aos CDs, em menor escala – que o próprio formato digital dificulta: apreciar uma obra conceitual.

Gostaria de evocar o grande pensador francês Edgar Morin, que tanto batalhou pelo pensamento complexo, ou seja, pela recusa de um pensamento binário condicionado pelo sim ou não, pelo certo e pelo errado. Não quero acusar nada, nem julgar nada, somente ressaltar um ponto de vista específico sobre uma mídia que se dava por perdida e que agora permeia prateleiras de livrarias em edições de 180 gramas e com belíssimo trabalho gráfico, o disco de vinil.

Esta maneira de imersão em uma obra musical, com um conceito por trás, funciona muito bem nas mídias físicas. Entretanto, tal empreitada não alcança sucesso em uma plataforma digital, por exemplo.

Um álbum conceitual como The Wall, uma verdadeira ópera-rock, possui uma sequência lógica de canções que somente ao serem contempladas na ordem certa proporcionarão a experiência almejada pelo artista. Agregados a esta experiência estão, também, os trabalhos gráficos representados pela capa, encarte e as letras ali expostas.

Esta maneira de imersão em uma obra musical, com um conceito por trás, funciona muito bem nas mídias físicas. Entretanto, tal empreitada não alcança sucesso em uma plataforma digital, por exemplo.

A chance de as músicas não estarem na sequência correta, serem interrompidas por anúncios ou estarem intercaladas com canções de outras obras do artista é enorme. Além do mais, é bem possível que a música esteja apenas como pano de fundo para alguma outra função que você esteja realizando.

Não há problema em ouvir “Goodbye blue sky” antes de “In the flesh”, ambas de The Wall, seguido de “Breathe”, de Dark Side of the Moon, em uma audição aleatória. Mas a experiência de ouvir The Wall na sequência, compreendendo o bojo de seu conteúdo lírico e construção melódica, é uma experiência que ultrapassa o ato de simplesmente ouvir música.

Do mesmo modo, Ópera do Malandro opera muito bem se ouvirmos na sequência elencada no disco. Só assim compreendemos sua história, suas variações rítmicas e melodias. Esta é a graça de um disco conceitual, apreciá-lo como um filme ou um livro.

Não que tenha que ser sempre assim, obviamente nos apegamos mais àquela música do que a outra. Entretanto, a experiência completa só é proporcionada ao conhecer toda a obra, pois em um disco conceitual, cada música é parte intrínseca de uma obra maior que só faz sentido quando juntamos todas as suas peças, ou seja, todas as suas canções.

Talvez por tal fato, a contemplação de obras conceituais da forma mais absorta possível exija, vez ou outra, um retorno às origens, um retorno às mídias tradicionais. Mais do que uma apreciação vintage, é um exílio, por vezes, necessário para se higienizar da contaminação digital que assola com tanta potência todos os nossos atos. Tal purificação nos aproxima da essência da música, tantas vezes pensada de forma complexa e intrincada, cuja força exige de nós também um esforço em compreender e imergir em discos que podem trazer uma.

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Tags: analógicoChico BuarqueCríticadigitaldisco conceitualdisco de vinilopera do malandroPink Floydthe wallThe Whotommy

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