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A eternidade de Monarco

Baluarte e presidente de honra da Portela, Monarco faleceu no último sábado, em decorrência de complicações de uma cirurgia. Patrimônio da agremiação, do samba e da música brasileira, sambista deixa legado inestimável.

porAlejandro Mercado
13 de dezembro de 2021
em Música
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Monarco na época de lançamento de seu último álbum de estúdio, em 2018

Monarco na época de lançamento de seu último álbum de estúdio, em 2018. Imagem: Marcos Hermes/Reprodução.

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Foi na Zona Norte do Rio de Janeiro, no bairro de Cavalcante, que nasceu Hildemar Diniz, o Monarco. Baluarte e presidente de honra da Portela, o grande amor de sua vida, Monarco morreu no último sábado, 11, em decorrência de complicações de uma cirurgia no intestino, aos 88 anos.

Ainda criança chegou a Oswaldo Cruz, berço da escola de samba que deixaria em prantos desde o último fim de semana. Terra de bambas cantada por Noel (“Salve Estácio, Salgueiro, Mangueira, Oswaldo Cruz e Matriz”, trecho de “Palpite Infeliz”, samba composto em 1935), foi lá que os caminhos de Monarco e Portela se cruzaram, através de Paulo da Portela, de quem foi discípulo.

Já fisgado pelo samba, foi ali, na escola e em Oswaldo Cruz, que Monarco lapidou suas músicas. “Na Portela que eu me aperfeiçoei. Em Nova Iguaçu eu fazia umas bobagenzinhas, bem mal acabadas, rimas pobres”, contou certa vez em documentário realizado anos atrás. Porém, fez questão de ressaltar: “Mas eu já tinha o dom”. E tinha.

Fruto de um período em que nas escolas de samba do Rio de Janeiro se cantavam canções umas das outras, foi também de Cartola que captou influências, ainda que não definitivas a ponto de o levarem para a Mangueira.

Filho de pais separados, a ausência de dinheiro não permitia com que adquirisse fantasias para participar do Carnaval, o que não significa que ficava longe da Azul e Branco. “Tinha uma corda que colocavam para não invadirem o conjunto, na Praça Onze. Eu segurava aquela corda, que era uma maneira de desfilar. Eu ia aos ensaios, conhecia a música. Desfilava assim, era minha maneira de participar”.

Baluarte e presidente de honra da Portela, o grande amor de sua vida, Monarco morreu no último sábado.

Internado desde novembro no Hospital Federal Cardoso Fontes, o sambista não resistiu às complicações da cirurgia realizada e deixou o Carnaval em silêncio. Em nota publicada pela diretoria da Portela, a escola afirmou que Monarco deixou os palcos com um último samba no local que mais amava. “Sua última apresentação em público foi onde mais gostava de cantar, em casa, na quadra da Majestade do Samba”.

Tendo ingressado na Ala de Compositores da escola nos anos 1950, é autor de sambas clássicos como “Passado de Glória”, utilizado por muito tempo como esquenta (samba executado na concentração, antes de ir para a avenida) antes dos desfiles da Azul e Branco.

Além de canções marcadas nas vozes de outros intérpretes, Monarco deixou 16 álbuns de estúdio, o primeiro deles, Portela Passado de Glória, produzido por outro grande amigo, Paulinho da Viola. O último, de 2018, Monarco de Todos os Tempos, já era um registro de um artista ligeiramente distante de seu amor, mas deixava evidente o lado mais íntimo do sambista, em faixas capazes de falarem de tristeza apesar de “feitas num mar de alegria”.

Monarco sempre resistiu às agonias do tempo, mantendo-se fiel às raizes do samba e à Portela – apesar de um breve flerte com a Unidos de Jacarezinho, na década de 1960. Como diz a canção de Nelson Sargento, “o samba agoniza, mas não morre”. Monarco, então, não morreu, virou um samba eterno.

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