Apesar de todas as dificuldades que enfrentamos neste difícil 2016, o ano foi extremamente frutífero para a música paranaense em seus mais variados gêneros.
Nossa equipe reuniu em um único texto os 10 discos que melhor refletem este ano para a música no estado. Todos eles fazem parte desta listagem por terem acrescentado algo marcante à cena musical local. A única regra durante a montagem deste texto é que os discos tivessem sido lançados entre 1º de janeiro e 5 de dezembro de 2016.
Excetuando-se o “Disco do Ano” e a “Revelação do Ano”, os demais discos estão colocados seguindo ordem aleatória.
- Apenas o Essencial – Forma Única (Essence Movement)
A cena hip-hop paranaense é uma das mais fortes e prolíficas do país. A Forma Única não apenas cria um recorte cotidiano encaixando bem rima e lirismo, mas faz isso resgatando parte da essência do rap clássico. Ainda por cima, Apenas o Essencial conta com “Já Foi”, um dos melhores raps nacionais de 2016.
- Dawn – The Shorts (Independente)
A The Shorts deu prosseguimento estético e musical ao que havia sido mostrado no primeiro EP. Dawn revelou um quinteto mais maduro e trouxe psicodelia a um grupo que já marca a cena local como uma das melhores da nova safra.
- Stolen Byrds – Stolen Byrds (Independente)
Enquanto gigantes do rock como o Black Sabbath encerram a carreira, a Stolen Byrds mostra com seu álbum homônimo que é possível oxigenar o metal, resultado em uma sonoridade coesa e pesada. Stolen Byrds é rock puro, sincero, denso e atual.
- Vassiliki – Marrakesh (Honey Bomb Records)
Vassiliki é um disco contemplativo, que tenciona o frio e o calor da própria cidade, num bate bola clássico entre o rock alternativo e o rock psicodélico tipicamente brasileiro. O disco mostrou que não há limites ao que o grupo é capaz de fazer.
- Coyoh – Bernardo Bravo (Independente)
Coyoh é um álbum caloroso e erótico. Bernardo Bravo faz um bom trabalho ao entregar flertes entre a MPB mais tradicional e outros tantos ritmos, brasileiros ou não. O álbum propõe um diálogo sobre comportamento, cultura e vida, de maneira sensual e impactante.
- Gris – Juliana Cortes (Tratore)
Juliana não apenas reafirmou seu talento com Gris, mas aproximou ainda mais o Paraná do restante do Sul, mesclando a essência da Estética do Frio ao calor do pop. Um dos melhores discos “subtropicalistas” da última década.
- Chanti Alpïsti – Trombone de Frutas (Independente)
Já é de outros tempos que a Trombone de Frutas é um dos grupos mais inventivos do Paraná. Chanti Alpïsti é um reflexo de todas as texturais conceituais e experimentais que os músicos da banda imprimem em tudo que fazem. Um registro que rompe a normativa da música em tempos de urgência.
- Matheus Godoy – Matheus Godoy (Independente)
Em seu primeiro trabalho solo, Godoy trouxe intimidade e calor. Matheus ainda foi além, resgatando o folk, o blues e o country tão presentes no roots rock. É um registro que nos aproxima do cantor, o trovador intimista das araucárias.
REVELAÇÃO DO ANO
- sOLa – Luana Godin (Independente)
Para um estado tão marcado pelas suas idiossincrasias, sOLa, de Luana Godin, é um refresco inventivo, capaz até mesmo de reconectar o Paraná às raízes do Brasil. Um disco que oferece a possibilidade de redescobrimento e de reencontro.
DISCO DO ANO
- Aprendiz do Sal – Stella-viva (Matraca Records)
Para um ano tão incrível para a música paranaense, definir o “Disco do Ano” foi tarefa duríssima. Aprendiz do Sal veio na reta final do ano, trazendo de volta a possibilidade de conferirmos um dos grupos mais interessantes que o Paraná possui. É um registro conceitual e experimental, mas também é a cara do Paraná; é curitibano em toda sua potência. A união precisa entre poesia, estética e sonoridade.