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Home Música

Radkey e a paulada que o garage punk precisava

porGuilherme Aranha
29 de julho de 2016
em Música
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Após ganhar minha primeira coletânea dupla dos Beatles aos 12 anos de idade e iniciar as aulas de violão que nunca surtiram efeito na minha carreira artística, um desejo profundo pelo mundo das bandas passou a fazer parte da minha vida. Eu levava para a escola, todos os dias, meu walkman ou meu discman para escutar alguns sons novos com os amigos.

O combinado era o seguinte: eu levava o discman e os fones de ouvidos earplug para a gente ouvir ao mesmo tempo; a galera levava algum CD de rock que eles curtiam e a gente passava os míseros 20 minutos do recreio curtindo um som. Lembro-me até hoje da minha professora de redação dizendo, sem surpresa alguma, que ela já esperava que eu fizesse meu projeto de 6ª série relacionado a bandas. Escrevi um pequeno livro contando a história de três irmãos do meio dos Estados Unidos iniciando a banda na sua garagem.

Existe um ditado popular que diz que as histórias são sempre as mesmas, só o que mudam são os personagens. Aquela história que parecia tão original para minha cabeça aos 12 anos era só mais um retrato da vida real e em breve eu toparia com aquele enredo em algum lugar. Foi quando um amigo meu chegou para mim — mais uma vez— falando que “meu Deus, você precisa ouvir esse som”.

O enredo por trás de Dark Black Makeup narra com perfeição tudo que idealizei naquela história. Três irmãos do Missouri, educados em casa, formam uma banda na garagem da casa. O visual deles combina o sujo do punk com várias referências nerds: moicanos e jaquetas rasgadas com bottons cobrindo as camisetas do Homem-Aranha ou do Deadpool. Essa é a Radkey, o trio barulhento e maravilhoso formado pelos irmãos Radke: Isaiah, Solomon e Dee.

Da esq. p/ dir.: Isaiah, Solomon e Dee Radke Foto: Divulgação
Da esq. p/ dir.: Isaiah, Solomon e Dee Radke. Foto: Divulgação.

Radkey é fascinante em todos os aspectos, mesmo com apenas um álbum.

Radkey é fascinante em todos os aspectos, mesmo com apenas um álbum. Do começo ao fim, o álbum flui maravilhosamente como a sequência de um boxeador pronto para levar o oponente a nocaute. A batida é crua, a levada é rápida e as letras são simples, sem muita poesia, nem tempo a perder. E o visual dos garotos é surpreendente: a versão mais nova do grupo Death, o trio que impressionou o mundo 40 anos depois com um protopunk digno.

Lançado em 2015, Dark Black Makeup é uma ode incrível a tudo que os anos 90 ofereceu de melhor. A sonoridade suja do grunge e do garage, conduzida por elementos do punk e das referências coloridas do começo dos 90s são a tônica do trio norte-americano. A guitarra de Dee é recheada de lindas combinações de fuzz e overdrives que acentuam tudo que os irmãos fazem ali na cozinha. E para quem é apaixonado por punk, vai se surpreender com aquele quê de Glenn Danzig na voz do jovem vocalista e com muitas lembranças de Misfits no decorrer das faixas.

O grande destaque, na minha opinião, pode ser para as faixas “Le Song” e “Evil Doer”. Enquanto uma abre com um Na Na Na feroz e acordes frenéticos, a outra deslancha uma sonoridade madura e o grudento “I need a moment…” (além de um dos berros mais arrepiantes do disco), traduzindo toda a essência de um grupo que veio para se divertir, mas não para brincar. Outro ponto importante de ressaltar é a representatividade dos jovens com a comunidade negra apaixonada pelo estilo e mostrando que são tão talentosos quanto várias bandas do circuito e que a cultura afro é extremamente importante e bem-vinda no estilo — os garotos inclusive se igualam ao talento da própria Death e do Bad Brains, cuja influência é bem clara na faixa “Glore”.

Radkey em apresentação Foto: Divulgação
Radkey em apresentação. Foto: Divulgação.

O restante do trabalho é marcado pelo lindo contraste de referências e originalidades. A cada faixa é possível ressaltar pequenos traços de bandas grandes do circuito, junto com o toque musical dos três garotos que sabem improvisar na hora certa e do jeito certo. Os solos extensos e bem feitos de guitarra também dão uma sobrevida à simplicidade punk da banda e faz a garagem tremer suas paredes.

Radkey tem ganhado cada vez mais espaço com seu trabalho. E o resultado é mais que justo. A banda já se apresentou em festivais importantes como o Riot Fest, o Download Festival e o Coachella, assim como marcou presença no importantíssimo Afropunk e até no peculiar SXSW. O fato é que a banda merece a ascensão e tem feito material de respeito para isso.

Dark Black Makeup já pode entrar, num futuro próximo, na lista de álbuns importantes do garage punk contemporâneo, por ter uma sonoridade perfeita e de volta às suas raízes. E Radkey, saindo do interior dos Estados Unidos e sem inventar muito, já mostrou ter conquistado seu espaço no gênero.

De volta ao meu livrinho, o Guilherme de 12 anos ia ficar feliz de poder reler a historinha besta que escreveu, mas com todo o background e uma banda que não vai mais sair do seu iPod daqui uns anos. Pena que ele só vai conhecer essa banda só lá na frente.

Ouça “Dark Black Makeup” na íntegra no Spotify

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Tags: Crítica MusicalDark Black Makeupgarage rockMúsicaRadkey

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