• Quem somos
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
26 de maio de 2022
  • Login
Sem Resultados
Veja Todos Resultados
Escotilha
  • Cinema & TV
    • Canal Zero
    • Central de Cinema
    • Espanto
    • Olhar em Série
  • Literatura
    • Contracapa
    • Ponto e Vírgula
  • Música
    • Caixa Acústica
    • Prata da Casa
    • Radar
    • Vitrola
  • Teatro
    • Em Cena
    • Intersecção
  • Artes Visuais
    • Mirante
    • Visualidades
  • Crônicas
    • Helena Perdiz
    • Henrique Fendrich
    • Paulo Camargo
    • Yuri Al’Hanati
  • Colunas
    • À Margem
    • Vale um Like
  • Cinema & TV
    • Canal Zero
    • Central de Cinema
    • Espanto
    • Olhar em Série
  • Literatura
    • Contracapa
    • Ponto e Vírgula
  • Música
    • Caixa Acústica
    • Prata da Casa
    • Radar
    • Vitrola
  • Teatro
    • Em Cena
    • Intersecção
  • Artes Visuais
    • Mirante
    • Visualidades
  • Crônicas
    • Helena Perdiz
    • Henrique Fendrich
    • Paulo Camargo
    • Yuri Al’Hanati
  • Colunas
    • À Margem
    • Vale um Like
Escotilha
Sem Resultados
Veja Todos Resultados

E viva o Teatro Oficina!

Coluna presta homenagem aos 60 anos de profissionalização do lendário Teatro Oficina, comemorados no último dia 16 de agosto.

Bruno Zambelli por Bruno Zambelli
20 de agosto de 2021
em Em Cena
A A
Zé Celso, a cara do Oficina

Imagem: Reprodução.

Compartilhe no TwitterEnvie pelo WhatsAppCompartilhe no Facebook

“Tudo é caso de sangue. Não é fácil ser um homem livre: fugir da peste, organizar encontros, aumentar a potência de agir, afetar-se de alegria, multiplicar os afetos que exprimem ou envolvem um máximo de afirmação. Fazer do corpo uma potência que não se reduz ao organismo, fazer do pensamento uma potência que não se reduz à consciência”.
Gilles Deleuze

Em primeiro lugar é preciso bater cabeça, prestar reverência, acender uma vela, destampar o vinho e gritar em alto e bom tom: o Oficina é mesmo tudo isso que dizem por aí, bicho, e é ainda muito mais. Mas muito mesmo.

Anúncio. Deslize para continuar lendo.

Fundado em 1958 por José Celso Martinez Corrêa, Amir Haddad, Carlos Queiros Telles e outros tantos estudantes da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, na cidade de São Paulo, e profissionalizado em 1961, o Teatro Oficina se consolidou no cenário mundial como uma das mais combativas, inventivas e importantes companhias do teatro moderno, responsável não apenas por montagens históricas ao longo dos anos, como também pela transformação radical que chacoalhou o teatro nacional na década de 1970.

É fato: o Teatro Brasileiro deve tudo ao Oficina, inclusive seu folêgo recente que não o deixa sufocar diante do descaso e das ofensivas estúpidas e criminosas do atual governo. No último dia 16 de agosto, a lendária trupe, comandada com beleza e rigor pelo xamã Zé Celso, completou 60 anos de existência com sua produção a todo vapor.

Demonstrando potência e beleza, afirmando o teatro como possibilidade de resistência, e por que não de insistência, acreditando tanto na vida quanto no sonho, defendendo seu prédio, seu espaço de criação, e sua história da ameaça constante da especulação imobiliária e do horror que atormenta e maltrata tudo aquilo que não está à venda na prateleira da vida.

Correndo na contramão de um mundo careta, o Teatro Oficina é exemplo de delírio em épocas em que a maioria dos seres humanos escolheram a realidade, tão doída e miserável, em detrimento do acaso. Cravado no número 520 da icônica Rua Jaceguai, bairro do Bixiga, o espaço pensado pela genial Lina Bo Bardi, e sonhado por José Celso, é uma espécie de oásis no meio de uma metrópole como São Paulo.

Primeiro estudo para o Teatro Oficina feito por Lina Bo Bardi
Primeiro estudo para o Teatro Oficina feito por Lina Bo Bardi. Imagem: Reprodução.

Ouso dizer que não há pessoa no mundo que desceu a Brigadeiro Luiz Antônio em direção ao Bela Vista tendo como pouso final o teatro em frente ao elevado que não tenha se encantado com a beleza e a potência que fazem daquele espaço um dos lugares mais acolhedores e mágicos do mundo. Entrar no Teatro Oficina, descer a sua rampa como quem desbrava um novo mundo, rezar aos pés da sua cezalpina gigantesca que se abre em flor e força por entre um paredão de vidro que dá pra toda São Paulo, é uma experiência única que transforma e ecoa no fundo da alma.

Entrar no Teatro Oficina é uma experiência única que transforma e ecoa no fundo da alma.

Inquieto, o grupo fez de tudo e sempre muito bem. Revolucionou a linguagem teatral no Brasil, influenciou estéticas revolucionárias como o tropicalismo, renovou a linguagem audiovisual e demonstrou que artes cênicas, ecologia, arquitetura, sexualidade e a própria vida são o que fazemos dela e não aquilo que o mundo nos dá mastigado e insosso.

Se há no Braisl uma estética realmente brasileira, ela nasce e vive no oco daquele templo. Devorando de Shakespeare a Oswald de Andrade, de Artaud aos Sertões, épico fundacional brasileiro, o grupo bebeu tanto em Boal quanto em Tadeuz Kantor, foi de Gorki a Zé Vicente, e continua tocano sua locomotiva dionisíaca em direção ao infinito onde nossos olhos de pobres mortais não conseguem ver nada se não a fuligem do desconhecido.

Sempre impecável, com um tanto de santidade e outro tanto de satyro, a engrenagem do atual Uzyna Uzona é uma máquina azeitada de teatro e de imaginação. Curados e encantados na luta e pela luta, crentes na ação de resistir e submergir do caos, todos os artistas e trabalhadores que fazem do Oficina essa portentosa companhia são como sertanejos empunhando sonhos e esperança em nome da paixão e da teimosia que transformam diariamente em combustível para incendiar e explodir os alicerces dessa vidinha mal passada que nos é imposta.

O sexagénario sonho de Zé Celso e sua trupe de anjos barrocos assopra velas e, com o perdão do clichê, quem ganha o presente é o povo brasileiro, afinal, no meio de tanta ignorância, afundados na lama da intolerância e da maldade humana como estamos, a longevidade do Oficina é prova viva e fecunda de que é possível brotar em trepadeiras, crescendo pelas fendas, para reinventar um país e através dessa invenção criar um novo mundo.

'O Rei da Vela', espetáculo marcante dos 60 anos do Teatro Oficina
‘O Rei da Vela’, espetáculo marcante dos 60 anos do Teatro Oficina. Imagem: Reprodução.

Oscar Wilde escreveu certa vez que só existem duas tragédias na vida. A primeira delas é não conseguir o que se quer, a segunda… a segunda é conseguir. Mesmo com o nada feito, com a sala escura, com o nó no peito e a cara dura, o Teatro Oficina vai levando a dor e a delícia de ser, elegantemente, a experiência cênica mais duradoura e importante de que se tem notícia.

A nós, pobres mortais, cabe o espanto e o agradecimento por eles serem tanto e tão guerreiros. Daqui, de olhos marejados e peito aberto, só é possível sorrir e festejar, desejando a toda a rapaziada do Oficina, e ao inigualável Zé Celso, todo amor e toda força que o mundo pode suportar.

Viva o Teatro Oficina!

Tags: Amir HaddadArtes CênicasCarlos Queiros TellesJosé Celso Martinez CorrêaLina Bo BarditeatroTeatro brasileiroTeatro Oficinal
Post Anterior

‘Hacks’ mostra atrito de gerações através do humor

Próximo Post

40 anos do SBT: para onde vai a emissora que tem torcida?

Posts Relacionados

Crítica: A ousadia musical de ‘A Hora da Estrela ou o Canto de Macabéa’ – Festival de Curitiba

Crítica: A ousadia musical de ‘A Hora da Estrela ou o Canto de Macabéa’ – Festival de Curitiba

12 de abril de 2022
Cena de 'Pessoas Brutas'

Crítica: ‘Pessoas Brutas’ discute a possibilidade de ética e felicidade no Brasil – Festival de Curitiba

8 de abril de 2022

Crítica: ‘O Mistério de Irma Vap’ ganha tom político no Teatro Guaíra – Festival de Curitiba

4 de abril de 2022

Crítica: ‘G.A.L.A.’ é uma viagem ao fim do mundo – Festival de Curitiba

30 de março de 2022

Festival de Curitiba vai começar; confira indicações da mostra principal

25 de março de 2022

FIC – Festival Internacional de Circo começa hoje; confira espetáculos

23 de março de 2022

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

  • O primeiro episódio de WandaVision nos leva a uma sitcom da década de 1950.

    4 coisas que você precisa saber para entender ‘WandaVision’

    0 shares
    Share 0 Tweet 0
  • 25 anos de ‘Xica da Silva’, uma novela inacreditável

    0 shares
    Share 0 Tweet 0
  • ‘Tudo é rio’, de Carla Madeira, é uma obra sobre o imperdoável

    0 shares
    Share 0 Tweet 0
  • Matt Damon brilha como pai atormentado de ‘Stillwater’

    0 shares
    Share 0 Tweet 0
  • ‘O Nome da Morte’ usa violência crua em história real de matador de aluguel

    0 shares
    Share 0 Tweet 0
Instagram Twitter Facebook YouTube
Escotilha

  • Quem somos
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
  • Artes Visuais
    • Mirante
    • Visualidades
  • Cinema & TV
    • Canal Zero
    • Central de Cinema
    • Espanto
    • Olhar em Série
  • Colunas
    • Cultura Crítica
    • Vale um Like
  • Crônicas
  • Literatura
    • Contracapa
    • Ponto e Vírgula
  • Música
    • Caixa Acústica
    • Prata da Casa
    • Radar
    • Vitrola
  • Teatro
    • Em Cena
    • Intersecção

© 2015-2021 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.

Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Cinema & TV
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Colunas
  • Artes Visuais
  • Crônicas
  • Sobre a Escotilha
  • Contato

© 2015-2021 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.

Welcome Back!

Login to your account below

Forgotten Password?

Retrieve your password

Please enter your username or email address to reset your password.

Log In