Após uma estreia bem-sucedida no Sesc Avenida Paulista, o grupo de dança Zona Agbara se prepara para levar seu espetáculo Engasgadas, segundo rito para regurgitar o mundo a diferentes regiões de São Paulo. Composto exclusivamente por mulheres pretas e gordas, o grupo tem como objetivo promover a visibilidade e a valorização da produção artística dessas artistas.
As apresentações, que acontecerão gratuitamente, estão agendadas para os meses de junho e julho em diversos espaços culturais da cidade. Sob a direção de Gal Martins, Engasgadas é uma obra que envolve o público em uma dramaturgia coreográfica forte e provocadora.
Valorização da arte das mulheres pretas e gordas
Seis intérpretes sobem ao palco para expor as múltiplas violências que seus corpos sofreram ao longo de suas vidas e como essas experiências se transformam em potência através de uma memória de futuro ancestral.
A proposta do espetáculo é fazer com que as pessoas reflitam sobre a padronização da beleza, a gordofobia e a liberdade em todos os sentidos. Zona Agbara, com seis anos de trajetória, busca trazer ineditismo ao circuito cultural, sendo o único grupo na cidade de São Paulo formado exclusivamente por mulheres pretas e gordas.
O coletivo destaca a necessidade de mudar as perspectivas de estudos e abordagens que ainda mantêm corpos padronizados como únicos pensadores e condutores de processos e metodologias em dança.
As pautas abordadas pelo grupo são urgentes e buscam desafiar as perspectivas tradicionais, questionando os padrões estabelecidos e promovendo novas abordagens em dança.
O coletivo destaca a necessidade de mudar as perspectivas de estudos e abordagens que ainda mantêm corpos padronizados como únicos pensadores e condutores de processos e metodologias em dança.
“Esse é um trabalho que parte de um depoimento coletivo sobre todas essas questões que nos atravessam, mas, principalmente, da vontade de cravar um espaço legítimo da produção de dança contemporânea de corpas pretas e gordas”, sinaliza o grupo, formado por Iolanda Costa, Letícia Munhoz, Suzana Araujá, Gustav Couber, Rosângela Alves e a diretora, Gal Martins.
Romper estereótipos e além
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A Zona Agbara está empenhada em revisar os pilares do estigma da gordofobia, um preconceito estrutural e institucionalizado que permeia todos os aspectos da sociedade. O grupo propõe uma revisão desses pilares, eliminando olhares que patologizam a “gordura que as moldam”.
Através da arte e do movimento, a companhia paulistana busca alcançar novos imaginários, desafiar os discursos dominantes e promover uma sociedade mais inclusiva e justa.
Após a circulação do espetáculo Engasgadas, segundo rito para regurgitar o mundo, a Zona Agbara planeja a criação de uma nova obra chamada Pilares.
Essa produção será uma “femenagem” à poeta Tula Pilar, falecida em 2019, representando um próximo passo na trajetória do grupo, que continuará a contribuir para a valorização e a representatividade das mulheres pretas e gordas na cena artística.
SERVIÇO | Engasgadas, segundo rito para regurgitar o mundo
Onde e Quando:
- Centro Cultural da Diversidade (R. Lopes Neto, 206 – Itaim Bibi), dia 09 de junho, às 19h e 22h;
- Fábrica de Cultura da Brasilândia (Av. General Penha Brasil, 2508 – Brasilândia), dia 13 de junho, às 15h e 20h30;
- Espaço Pombas Urbanas (Av. dos Metalúrgicos, 2100 – Cidade Tiradentes), dia 16 de junho, às 15h e 19h, e 17 de junho, às 19h;
- Fábrica de Cultura Jaçanã (R. Raimundo Eduardo da Silva, 138 – Jaçanã), dia 4 de julho, às 19h;
- Teatro Paulo Eiró (Av. Adolfo Pinheiro, 765 – Santo Amaro), dias 7 e 8 de julho, às 21h, e dia 9 de julho, às 19h;
Quanto: Entrada gratuita.
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