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Divertido e lúdico, ‘Era uma vez uma história’ transporta o espectador para o Brasil colonial

'Era uma vez uma história' questiona os limites da narrativa histórica trazendo a formação do Brasil a partir de linguagem acessível e conectada aos jovens.

porMaura Martins
22 de maio de 2017
em Televisão
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Divertido e lúdico, 'Era uma vez uma história' transporta o espectador para o Brasil colonial

O ator Dan Stulbach e a historiadora Lilia Schwarcz em 'Era Uma Vez Uma História'. Imagem: Reprodução.

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De que material é feita a história? Muitos pesquisadores – como o historiador Paul Veyne, no livro Como se escreve a história – já se debruçaram sobre esta questão em busca de uma resposta mais precisa. Afinal, por mais que se pretenda “objetiva”, a história, tal como qualquer outro discurso sobre o mundo, está atrelada a filtros e a visões diversas. Contar a história é criar uma narrativa, da mesma forma como faz um romance, um filme ou uma série televisiva – obviamente, com outros propósitos.

Esta é, em alguma medida, a perspectiva sobre a qual surge a série Era uma vez uma história, programa exibido pela Band em quatro episódios. São quatro narrativas que fazem um passeio na história do Brasil desde a fuga da corte portuguesa para a colônia, em 1808. Trata-se de uma superprodução: cada capítulo custou R$ 1 milhão. O investimento é bastante evidente quando se assiste a cada um dos programas, pois se trata de uma narrativa arrojada, que mistura atores e historiadores, cenas gravadas em Brasil e Portugal, e um apurado trabalho com gráficos e animações que tornam a história contada acessível a um público jovem – justamente aquele que tem cada vez menos interesse a olhar para o passado.

A mensagem de Era uma vez uma história é clara e oportuna: a história apenas nos interessa na medida em que esclarece porque vivemos assim agora.

Voltando à questão inicial deste texto, em Era uma vez uma história, há um posicionamento evidente: a ideia de que, para se falar sobre os fatos históricos, não há apenas uma única narrativa possível. É perfeitamente viável recontar os acontecimentos para as novas (e velhas) gerações de uma forma, digamos, mais divertida e lúdica – e isso não significa, necessariamente, perder o rigor e a precisão daquilo que se narra.

E como o programa busca tudo isso? Para começar, vejamos a estratégia da escolha dos apresentadores: encabeçam a atração o ator Dan Stulbach (que se tornou conhecido pelo seu trabalho na Globo e posteriormente apresentou o programa CQC, na própria Band), e a historiadora Lilia Moritz Schwarcz, professora da USP e autora de vários livros sobre história do Brasil. A mistura entre o popular e o acadêmico, portanto, já se evidencia nessa primeira escolha, a qual se desenrola bastante bem: Dan e Lilia têm uma boa química e conseguem levar o programa em um tom de conversa, de bate papo sobre algo que interessa a ambos. Por mais que tenhamos em Lilia Schwarcz a figura da especialista, ela não adota um tom professoral ou hierárquico na sua postura. Parecem dois amigos andando nas ruas do Rio de Janeiro, de São Paulo e de Lisboa enquanto conversam sobre histórias engraçadas acerca do seu país.

E aí está, acredito, a grande sacada de Era uma vez uma história: a graça do programa não está exatamente no que se conta, mas na forma pela qual esta história é contada. Enquanto narradores que nos guiam numa viagem ao passado, Dan Stulbach e Lilia Schwarcz atravessam tempos históricos e misturam a linguagem de hoje com os acontecimentos ocorridos há séculos. A mensagem é clara e oportuna: a história apenas nos interessa na medida em que esclarece porque vivemos assim agora. Por esta mesma razão, faz todo sentido que os apresentadores transitem entre hoje e ontem, observando in loco Dom Pedro ou José Bonifácio enquanto faziam suas articulações.

Além disso, há a preocupação evidente em adaptar o texto para que mantenha um diálogo com as linguagens digitais. Por exemplo: no episódio 2, ao explicar o “Dia do Fico” (quando Dom Pedro se rebelou contra as ordens da corte portuguesa que exigiam sua volta a Portugal), o texto narrado em off explica que a frase de Dom Pedro foi mais longa, mas a versão que ficou popularmente conhecida (a sentença “se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, digam ao povo que fico”) é a adaptada ao Twitter, com até 140 caracteres.

Do mesmo modo, há um esforço de desmistificar certos momentos da história, trazendo verdadeiras aulas expostas de forma dinâmica e mesmo interativa. Outro exemplo: ao tratar do famoso quadro “Independência ou Morte”, de Pedro Américo, que retrataria o grito dado por Dom Pedro às margens do Rio Ipiranga, Lilia Schwarcz traz uma verdadeira aula de semiótica, na qual explica as incongruências da pintura. Tudo isto é ilustrado por meio de uma animação bem didática que “redesenha” o quadro em tempo real, para a boa compreensão do público.

Em seus apenas quatro episódios, Era uma vez uma história se encerra com o desejo de uma nova temporada que continue a traduzir a história do Brasil para a grandiosa audiência da TV aberta. Por enquanto, é possível assistir a todos os capítulos no canal da Band no YouTube.

Tags: bandComo se escreve a históriaCQCCrítica TelevisivaDan StulbachDia do FicoDom PedroEra uma vez uma históriaHistória do BrasilLilia SchwarczPaul VeynePedro AméricoTelevisãoUSP

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