Em 2011, a página Quebrando o Tabu foi lançada no Facebook, inicialmente com o objetivo de divulgar um documentário homônimo que aborda a questão das drogas no Brasil sob diferentes visões. Mas a página acabou por extrapolar a proposta inicial e começou a tratar de outros temas sociais, como racismo, política, aborto, feminismo, violência, entre outros. Hoje ela possui mais de 9,5 milhões de seguidores e é uma das mais influentes no Brasil.
Assim, dando continuidade ao projeto, agora em parceria com o canal GNT, estreou, no dia 13 de agosto, a série documental Quebrando o Tabu. São 10 episódios, sendo que já foram ao ar 6 com os seguintes temas: privacidade na internet, prostituição, LGBTfobia, racismo e resistência, aborto e a questão do armamento.
São 10 episódios, sendo que já foram ao ar 6 com os seguintes temas: privacidade na internet, prostituição, LGBTfobia, racismo e resistência, aborto e a questão do armamento.
Toda semana, o programa aborda um tema polêmico, de cunho social, que não encontra muito espaço e nem discussão em profundidade nas mídias tradicionais, em especial na televisão, já que a resistência para a abordagem dessas temáticas nesse meio é grande.
São vários os entrevistados que participam de cada episódio. No dia em que a discussão foi voltada para a situação da prostituição no Brasil e se ela é considerada e respeitada ou não como uma profissão, foram entrevistados um garoto, algumas garotas e travestis que se prostituem nos mais variados contextos sociais. A realidade na qual essas pessoas vivem e a diversidade dos motivos pelos quais estão nessa profissão foram mostrados com bastante clareza nesse episódio.
Outro aspecto interessante é que mesmo que cada episódio apresente uma linha clara de defesa, de posicionamento, o programa não deixa de contrapor o ponto de vista que defende. Na abordagem sobre a LGBTfobia, por exemplo, o pastor Silas Malafaia concedeu uma entrevista na qual expõe o seu conceito de família e seus pensamentos sobre a comunidade LGBTQI (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros, Queer e Intersexo). Esse contraponto, então, serve como um gancho para que se possa exemplificar o próprio contexto que é abordado no episódio, o da violência, da intolerância, etc., e corroborar as estatísticas apresentadas e os relatos de membros dessa comunidade.
Em mais uma iniciativa, o projeto Quebrando o Tabu contribui para a discussão de temáticas deveras polêmicas na sociedade. Ao levar esses assuntos para a televisão, ainda que em um canal da TV fechada – já que a resistência ainda é muito grande nos canais abertos, os idealizadores e criadores da série possibilitam um contato e uma percepção do telespectador para as questões recorrentes em seu cotidiano, mas que se encontram tão distantes e cheias de tabus nos produtos dos meios de comunicação tradicionais. Além disso, o programa visa contribuir para a construção de uma sociedade mais consciente e menos preconceituosa, levando para a televisão um pouco do ativismo exercido na internet por seus criadores.
Ainda faltam mais 4 episódios para serem exibidos, mas a expectativa já é pelas próximas temporadas e para que essas discussões cheguem à TV aberta.