• Sobre
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
Escotilha
Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
Escotilha
Home Televisão

Netflix fez renascer a saga do ‘Demolidor’

Marvel e Netflix trouxeram a saga do 'Demolidor' em uma versão seriada e salvaram a reputação do super-herói.

porAlejandro Mercado
30 de novembro de 2015
em Televisão
A A
Netflix fez renascer a saga do 'Demolidor'

Imagem: Reprodução.

Envie pelo WhatsAppCompartilhe no LinkedInCompartilhe no FacebookCompartilhe no Twitter

Quando em 2003, já longos 12 anos atrás, a Marvel e a FOX decidiram adaptar as aventuras do Demolidor, ou Daredevil, confesso que um misto de empolgação e excitação tomou conta de mim. Não fui um adolescente que consumiu avidamente HQs e afins, mas levei comigo pela infância, adolescência e vida adulta alguns heróis deste mundo fantástico das histórias em quadrinhos. Um deles foi Matt Murdock, o homem por trás da roupa vermelha do “Defensor Destemido”, que, apesar de extenso, seria o nome mais fiel ao original. Entretanto, Demolidor – O Homem sem Medo foi um desastre.

Ben Affleck, que viverá o novo Batman (que os deuses permitam que esteja em melhor forma), conseguiu com o personagem o Framboesa de pior ator. Falo isso apenas como um indicativo de quão ruim o longa-metragem foi. Affleck não conseguiu dar a força necessária ao personagem. Nas telas do cinema, o Demolidor parecia uma versão sem visão do Homem-Aranha da trilogia com Tobey Maguire: bobo, juvenil, quase um não-merecedor dos “dons” que possuía. Como o filme garantiu uma “extensão”, o capítulo exclusivo da Elektra foi como pisar em cocô e não conseguir se livrar. Pior, apenas garantiu que o cheiro ficasse mais impregnado.

Talvez por isso, quando soube que a Netflix pretendia lançar a saga de Matt Murdock em formato de seriado, fiquei um tanto ressabiado. Para quem não está muito familiarizado com os quadrinhos, nem tenha assistido ao filme, Demolidor conta a história de Matthew “Matt” Michael Murdock, que ficou cego quando era apenas um adolescente após se envolver em um acidente com um caminhão que carregava lixo tóxico. Em compensação, a partir deste momento, seus outros sentidos foram ampliados, de forma que ele conseguia ouvir pessoas à distância, identificá-las pelo odor, ler sem ser em braile e etc.

Na série, já conhecemos Murdock (Charlie Cox, de Boardwalk Empire) quando adulto e recém-formado em direito. Drew Goddard, o responsável pelo desenvolvimento de Demolidor para a TV, conseguiu dar vida nova ao personamgem. O seriado é inúmeras e infinitas vezes mais sombrio e maduro que o filme. A primeira temporada é focada em apresentar o personagem, seus amigos e seu primeiro grande inimigo. Foggy Nelson (Elden Henson, de Efeito Borboleta) foi seu colega de faculdade e é sócio no escritório de advocacia aberto em Hell’s Kitchen, bairro de Nova York onde cresceram; Karen Page (Deborah Ann Woll, de True Blood) é uma jovem ajudada por Nelson e Murdock que torna-se secretária do escritório de advocacia deles; e Wilson Fisk (o excelente Vincent D’Onofrio, de Nascido para Matar) é o antagonista, um empresário com passado obscuro e que planeja dominar Hell’s Kitchen.

Somos constantemente confrontados com o conceito de justiça: os fins justificam os meios?

Existem elementos no Demolidor que o aproximam do Batman. Em primeiro lugar, o personagem é um anti-herói que vive nas sombras, tal qual Bruce Wayne. A grande diferença é que Matt não é um homem rico, pelo contrário. Ele decide retornar ao seu bairro de infância para abrir o escritório e encontrar um equilíbrio entre clientes pagos e benfeitorias aos moradores de Hell’s Kitchen. A segunda coisa que aproxima ambos personagens é o conflito sobre os limites da justiça. Em Demolidor, somos constantemente confrontados com o conceito de justiça: os fins justificam os meios? Vale tudo pelo bem maior? Quem garante que o que lutamos seja o bem maior? O que é ser um cidadão de bem?

E são justamente estes elementos que tornam a série tão boa, já que Drew Goddard e sua equipe de roteiristas não se esforçam em responder estas perguntas, mesmo que elas sejam constantemente jogadas no colo do espectador. Em determinado momento, o próprio Murdock questiona seus valores acerca da justiça, chegando a acreditar, por vezes, que suas medidas fogem ao que ele acredita ser correto. Talvez a vantagem do seriado seja apresentar esse conflito moral (e filosófico) de forma sutil e absurdamente humana, logo, nos pegamos pensando nestes conceitos sem que sejamos forçados.

Vincent D’Onofrio constrói um dos melhores vilões da atualidade, e não apenas pensando em TV. Seu Wilson Fisk é frio e calculista, mas permite escapar várias camadas de humanidade. Em alguns momentos, chegamos a pensar que ele está arrependido de alguma maldade que tenha cometido, que logo se perde na próxima sequência. Ele e o Demolidor pensam ser diamatralmente opostos, contudo, são muito parecidos. Suas visões sobre futuro e sobre “fazer o bem” são distorcidas, mesmo que em algum momento possam parecer próximas dos padrões socialmente aceitos. A construção de Wilson Fisk, o Rei do Crime (ainda que ele ainda não o seja na primeira temporada), é paralela à do Demolidor, quase como uma metáfora para nos mostrar que o bem e o mal estão mais próximos do que imaginamos, e que, embora achemos que estamos do lado certo, podemos estar redondamente enganados.

A primeira temporada completa de Demolidor está disponível no serviço de streaming Netflix. A segunda temporada tem estreia prevista para abril de 2016. Já aguardamos ansiosamente.

Tags: Ben AffleckCharlie CoxDeborah Ann WollDemolidorDrew GoddardElden HensonFoggy NelsonNetflixSeriadoSérieVincent D'OnofrioWilson Fisk

VEJA TAMBÉM

Já cancelada, série apresenta muitos problemas de execução. Imagem: Peacock / Divulgação.
Televisão

‘Teacup’ se equilibra entre uma colher de tensão e uma pitada de frustração

17 de junho de 2025
Otavio Muller e Ailton Graça brilham como Pablo e Luisão. Imagem: Globoplay / Divulgação.
Televisão

‘Pablo e Luisão’ é a melhor criação da comédia brasileira dos últimos anos

16 de junho de 2025
Please login to join discussion

FIQUE POR DENTRO

Novo filme faz parte de uma nova trilogia, cuja sequência já foi filmada. Imagem: Columbia Pictures / Divulgação.

‘Extermínio 3: A Evolução’ revisita os escombros de uma nação

23 de junho de 2025
Autora produziu um dos maiores fenômenos literários das últimas décadas. Imagem: Marcia Charnizon / Divulgação.

Por que os leitores amam — e nem toda crítica gosta — de ‘Tudo É Rio’, de Carla Madeira

20 de junho de 2025
'Cais' foi o grande vencedor do Olhar de Cinema. Imagem: Divulgação.

Olhar de Cinema afirma-se como território de risco, memória e insurgência estética

19 de junho de 2025
Elvis Presley e a pequena Lisa Marie. Imagem: Reprodução.

‘Rumo ao Grande Mistério: Memórias’ relata a tragédia de ser filha de Elvis Presley

19 de junho de 2025
Instagram Twitter Facebook YouTube TikTok
Escotilha

  • Sobre
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
  • Agenda
  • Artes Visuais
  • Colunas
  • Cinema
  • Entrevistas
  • Literatura
  • Crônicas
  • Música
  • Teatro
  • Política
  • Reportagem
  • Televisão

© 2015-2023 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.

Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
  • Sobre a Escotilha
  • Contato

© 2015-2023 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.