Como já mencionei aqui na Escotilha, sempre gostei de comédias, dramas e romances adolescentes. Por isso, sempre que posso, troco uma série ou filme mais “maduro”, digamos assim, por elas. Para a minha surpresa, no entanto, a nova série da Netflix chamada Elite está longe de ser discreta e delicada.
É crucial que temas importantes sejam abordados da forma mais realista possível par que os jovens consigam entender o que espera “o mundo lá fora”.
Chamada de “mistura de Rebelde, Gossip Girl e Riverdale“, a série espanhola, que reúne atores que ficaram conhecidos mundialmente por La Casa de Papel, não tem pudor nenhum para mostrar cenas de sexo, inclusive em relacionamentos homoafetivos e a três, muito menos para falar sobre HIV, preconceitos como homofobia e racismo.
Falo isto de forma positiva e sem moralismo – afinal, a adolescência é marcada como uma época de descobrimento da sexualidade, do seu papel na sociedade, mudança de comportamento com a família, acesso a álcool, tráfico de drogas e festas. Com os personagens de Elite, então, tudo parece muito mais intensificado.
Mas é claro que o drama tem um enredo. O objetivo principal da série é fazer com que o espectador especule para descobrir quem cometeu um grave crime dentro de uma escola particular, onde estuda a classe alta da cidade. E quando falamos em classe alta, queremos dizer no nível de grandes empresários, inclusive envolvidos em esquemas de corrupção que vão sendo revelados ao longo da história, ganhando relevância para o drama.
Tudo começa quando três alunos de famílias simples e foram dos padrões de riqueza do local recebem uma bolsa de estudos para estudar neste colégio. Eles são Samuel (Itzan Escamilla), Nádia (Mina El Hammani) e Christian (Miguel Herrán). Lá, os bolsistas sofrem discriminação pela classe social, apaixonam-se, envolvendo-se em crimes, entre muitas outras coisas que séries como Malhação talvez não mostrariam de forma tão explícita.
É fácil dizer que os problemas de cada personagem ficaram ainda maiores com o envolvimento com os novos alunos, mas isso não significa que a discriminação não deixou de dar as caras. Antes de acontecer o crime principal, outro menos grave ameaça prejudicar a vida e reputação dos personagens mais ricos e, claro, que os pobres foram os primeiros suspeitos.
Mesmo longe de ganhar um Grammy, a série vale a pena ser assistida por adolescentes pois, como já foi citado acima, a adolescência não é fácil e os sentimentos são potencializados. É crucial que temas importantes sejam abordados da forma mais realista possível par que os jovens consigam entender o que espera “o mundo lá fora”, independente da classe social.
A primeira temporada completa está disponível na Netflix, que já confirmou uma continuação.