A sinopse da Netflix me fez acreditar que a série Good Girls era uma comédia leve, apesar do tema envolver a criminalidade. No entanto, a trama surpreende e se mostra mais séria e menos engraçada do que se imagina.
Para contextualizar, vamos ao resumo: Good Girls, série criada por Jenna Bans, conta a história de três amigas que estão passando por um sufoco financeiro e não sabem de onde tirar dinheiro. Então, em uma conversa, surgiu a brincadeira de assaltar um estabelecimento, sugestão que acabou sendo acatada por todas.
As três personagens principais são Beth Boland (Christina Hendricks), mãe de quatro filhos que recentemente descobriu uma traição do marido; Ruby Hill (Retta), melhor amiga de Beth, que precisa de muito dinheiro para tratar a doença de sua filha, Sarah, que necessita de um transplante de rim; e, por fim, Annie Marks (Mae Whitman), irmã mais nova de Beth, mãe solteira de uma garota e funcionária de um supermercado.
Cada uma com o seu problema financeiro, o desejo de assaltar só aumenta e, de fato, acontece. O local escolhido é o supermercado em que Annie trabalha como caixa.
O assalto foi concluído com sucesso, mas o que as três mulheres não esperavam é que haveria mais dinheiro do que se imaginava dentro do cofre. E foi assim que os problemas começaram.
O crime não compensa
Algumas decisões na vida acabam se tornando uma bola de neve e é exatamente isso o que Good Girls mostra. O que deveria ser um “simples” assalto para pagar algumas contas acaba se transformando em uma gangue que a cada vez mais se interessa em obter o máximo de dinheiro possível.
Quando se acha que tudo está se encaminhando, algo acontece e as mulheres acabam voltando à estaca zero, fazendo com que a série iniba as partes engraçadas para deixar os espectadores tensos com o futuro das, agora, criminosas.
Arrisco até mesmo a dizer que a série tem muito da fórmula de Breaking Bad e Ozark.
A série também apela bastante para o fator emocional, mostrando claramente os motivos que fazem elas continuarem na vida do crime. No caso de Beth, seu marido começou a se dar mal no trabalho e perder bastante dinheiro, e como ela sempre foi dona de casa, precisa começar do zero para encarar um divórcio e a criação de quatro filhos.
Para Ruby, a motivação é a doença de sua filha. Enquanto aguarda na lista de transplante, ela precisa tomar remédios caríssimos para ter uma vida tranquila. E até mesmo quando um doador aparecer, a quantia a se pagar por um novo órgão é bastante alta.
Já no caso de Annie, o dinheiro é necessário para pagar um advogado que defende a permanência de sua filha com ela, já que o pai entrou na justiça para obter a guarda, afirmando que ela não tem condições de dar uma vida digna para a filha.
Arrisco até mesmo a dizer que a série tem muito da fórmula de Breaking Bad e Ozark. A série estreou na NBC em fevereiro deste ano, mas chegou na Netflix no dia 4 de julho. A primeira temporada completa de Good Girls, com 10 episódios de um pouco mais de 40 minutos, está disponível completa na Netflix.