Sex Education volta para a sua terceira temporada como uma das séries mais aclamadas da Netflix. O final da segunda fase deixou diversos pontos em aberto após Otis (Asa Butterfield) e Maeve (Emma Mackey) pararem de trabalhar juntos em sua “clinica do sexo”, dando dicas a alunos com problemas sexuais, e com a demissão do diretor do colégio de Moordale.
Para este novo ano, uma nova diretora assume o controle da “escola do sexo”, pronta para mudar a reputação do colégio – custe o que custar. Enquanto isso, os alunos vão se desenvolvendo, se des(construindo) e os coadjuvantes vão revelando-se muito mais do que aparentavam ser.
Claramente os grandes destaques dessa temporada foram Adam (Connor Swindells), um valentão que passa a se assumir gay e entra em relacionamento sério com o extrovertido Eric (Ncuti Gatwa), e Ruby (Mimi Keene), que saiu de sua participação tímida para ganhar destaque como a patricinha má que na verdade é uma menina insegura e sensível.
Além deles, temos diversas histórias paralelas, com a introdução de alunos não-binários no enredo da escola, o desenvolvimento de relacionamentos como de Ola (Patricia Allison) e Lily (Tanya Reynolds), o processo de Aimee (Aimee Lou Wood) para superar um abuso sexual e, claro, o desenrolar dos acontecimentos entre Otis e Maeve após um mal entendido.
Sex Education se mostra fora da curva quando se trata de séries adolescentes ao abordar assuntos realistas e com responsabilidade sobre sexo e sexualidade.
Sex Education se mostra fora da curva quando se trata de séries adolescentes ao abordar assuntos realistas e com responsabilidade sobre sexo e sexualidade, e não apenas mostrar adolescentes sedentos em uma espécie de soft porn – a exemplo de Elite. Uma Dra. Jean Milburn (interpretada maravilhosamente por Gillian Anderson) era o tipo de profissional que gostaríamos de ter tido em nossa escola enquanto éramos adolescentes inexperientes.
A série também é exceção quando se trata de múltiplos enredos. Em muitos casos, histórias paralelas em excesso acabam atrapalhando e tirando o foco dos personagens principais. Porém, em Sex Education é o oposto que acontece. O desenvolvimento de cada personagem é metodicamente construindo, influenciando a trama e contribuindo para que a história aconteça de maneira premeditada. Tudo sem forçar a barra.
Essa façanha está no fato de os personagens nunca serem o que parecem, pois o seriado é um consecutiva quebra de estereótipos. Que prova maior disso que um cadeirante com personalidade duvidosa? Sex Education é um grande exemplo de como ter inclusão e diversidade sem criar personagens caricatos ou capacitistas.
Com um humor afiado (destaque para o hilário episódio 5 dessa última temporada) Sex Education melhora a cada ano, sempre surpreendendo com personagens complexos e empáticos, ensinando lições que principalmente pais e familiares deveriam escutar. Que venha a próxima temporada!