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‘Twin Peaks’: o efeito Laura Palmer

Twin Peaks: o Mistério, box com dez discos de Blu-ray, inclui as duas temporadas da série criada por David Lynch e traz cenas inéditas, além de documentário.

porPaulo Camargo
24 de agosto de 2014
em Televisão
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'Twin Peaks': o efeito Laura Palmer

Sheryl Lee interpreta Laura Palmer em 'Twin Peaks', sucesso de David Lynch. Imagem: Divulgação.

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O diretor David Lynch já havia ingressado no seleto time dos diretores autorais do cinema norte-americano, quando, em fins da década de 1980, surgiu a possibilidade de ele criar uma série para a televisão, em parceria com Mark Frost, roteirista do aclamado seriado policial Hill Street Blues, exibido nos Estados Unidos entre 1981 e 1987, pela rede NBC.

O Homem Elefante (1980) e Veludo Azul (1986) haviam rendido a Lynch duas indicações ao Oscar de melhor direção. Os críticos estavam fascinados tanto pelo depurado rigor estético de seu cinema, algo evidente desde o longa-metragem de estreia, Eraserhead (1977), quanto com a evidente habilidade do cineasta em criar tramas desconcertantes, provocativas.

O olhar lançado sobre a típica vida suburbana norte-americana, revelado em Veludo Azul, até hoje um dos maiores sucessos na carreira do diretor, intrigou o público – e a indústria, que, de alguma forma, queria trazê-lo para o entretenimento de massa.

Dessa busca por inovação e choque, nasceu a série Twin Peaks, que fará 25 anos em 2015, mas começa a ser celebrada desde já, com o lançamento em Blu-ray de Twin Peaks: o Mistério. No box estão, em alta definição, as duas temporadas produzidas no início da década de 1990, bem como o filme Fire Walk with Me/Os Últimos Dias de Laura Palmer (1992), cuja trama reconstitui fatos cronologicamente anteriores à ação do seriado e também alguns acontecimentos ocorridos após o seu desfecho.

A caixa, que acaba de chegar às lojas brasileiras, contém 90 minutos de cenas inéditas, excluídas na edição final, e takes alternativos feitos para o piloto da série, que teve duas edições, uma para o mercado norte-americano e outra para o internacional, com um desfecho mais claro e fechado, para que pudesse ser lançada como uma obra independente, caso o seriado não emplacasse. O pacote também apresenta um novo minifilme com Lynch e os atores que viveram a família Palmer, incluindo um retorno às vidas dos personagens hoje.

Melodrama

Laura Palmer e o agente Dale Cooper
Laura Palmer e o agente Dale Cooper. Imagem: Reprodução.

Há, no entanto, uma razão ficcional para que Twin Peaks: o Mistério tenha sido lançado um ano antes de seu 25º aniversário. Em um dos episódios da trama, que se desenrola em 1989, a personagem central, Laura Palmer (Sheryl Lee), cujo assassinato é o ponto de partida da história, aparece em um dos sonhos do agente do FBI Dale Cooper (Kyle McClachlan), encarregado de investigar sua morte, e sussurra em seu ouvido: “Verei você em 25 anos”. A promessa foi cumprida.

Embora Twin Peaks gire em torno de um crime e, a rigor, possa ser classificada como uma obra de suspense e mistério, Lynch e Frost beberam de outras fontes ao criar a série. Uma das influências inegáveis são as soap operas, telenovelas exibidas no horário vespertino pelos canais norte-americanos.

São tramas mirabolantes, muitas vezes inverossímeis, exibidas anos a fio, que têm fortes conexões com o cinema melodramático norte-americano dos anos 1950 e 1960. Sabe-se que uma das grandes inspirações da série foi o filme A Caldeira do Diabo (1957), de Mark Robson, que fez enorme sucesso em todo o mundo ao retratar a vida de uma pequena cidade norte-americana, cuja aparente calmaria esconde segredos, intrigas e escândalos.

O êxito do longa, que chegou a ser indicado ao Oscar de melhor filme, foi tamanho, que daria origem a um seriado televisivo homônimo, exibido entre 1964 e 1969, revelando os jovens Ryan O’Neill (de Love Story – Uma História de Amor) e Mia Farrow (O Bebê de Rosemary).

De A Caldeira do Diabo, veio a ideia de contar, em Twin Peaks, uma história que envolvesse personagens de uma pacata localidade no estado de Washington, no noroeste dos EUA, que da noite para o dia, em decorrência de um crime traumático, visse seus segredos mais terríveis virem à tona.

Fenômeno cultural e objeto de culto

Fenômeno cultural e objeto de culto
Cena de ‘Twin Peaks’. Imagem: Reprodução.

Embora Twin Peaks gire em torno de um crime e, a rigor, possa ser classificada como uma obra de suspense e mistério, Lynch e Frost beberam de outras fontes ao criar a série.

Graças ao prestígio de David Lynch, ele e Mark Frost tiveram grande liberdade, muito mais do que a habitual naqueles tempos, para elaborar o conceito por trás de Twin Peaks.

De início, já tinham em mente a imagem que abre o piloto, e serve de ponto de partida para a trama: o corpo de uma adolescente, linda, loira e popular, é encontrado à margem de um lago enregelado e ninguém sabe quem pode tê-la assassinado.

O interessante é que a pergunta “Quem matou Laura Palmer?”, que faria a série se tornar um fenômeno da cultura pop, era apenas um aspecto da trama, na qual se misturam suspense, melodrama, surrealismo, humor negro e terror sobrenatural.

Mais importante para Lynch e Frost do que solucionar o mistério, era retratar, do lado de dentro, uma cidade onde cidadãos acima de qualquer suspeita estariam, na verdade, imersos em perversões, incesto, prostituição, tráfico de drogas e outros atos ilícitos – sem falar de surreais universos paralelos.

Essas histórias acabaram embaladas pela climática e algo fantasmagórica trilha sonora de Angelo Badalamenti, cuja contribuição é hoje indissociável do produto final.

O impacto da série na programação da rede ABC, que exibiu as duas temporadas, foi inesperado para um projeto tão autoral e ousado. A audiência chegou a 28 pontos, considerado altíssimo para os padrões da televisão norte-americana.

Muito rapidamente, Twin Peaks foi elevada à condição de febre, tornando-se pauta de reportagens nos grandes jornais e revistas, além de assunto de conversas de bar. Após seu término, virou objeto de culto.

A primeira temporada teve, além do piloto, mais sete episódios. A segunda fornada, com mais 22 capítulos, teve menor impacto. Ainda assim, reafirma a série como divisor de águas na história da teledramaturgia.

No Brasil, Twin Peaks estreou na TV Globo em abril de 1991, sendo exibida depois do Fantástico. A emissora e reeditou, fazendo vários cortes e criando, inclusive um final alternativo. Para piorar, uma reportagem do jornal Folha de S. Paulo, por ocasião do desfecho da atração nos EUA, revelou o assassino de Laura Palmer, sem pensar nos leitores daqui.

TEXTO PUBLICADO ORIGINALMENTE NO JORNAL GAZETA DO POVO EM 24/08/2014.

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Tags: Dale CooperDavid LynchKyle McClachlanLaura PalmerMark FrostO Homem ElefanteOscarSeriadoSérieSheryl LeeTV ReviewTwin PeaksVeludo Azul

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