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‘Tá no ar’: quando a televisão critica a televisão

Humor autocrítico de 'Tá no ar: A TV na TV' resgata a televisão brasileira e conquista o público jovem.

porMaura Martins
11 de abril de 2015
em Televisão
A A
Marcelo Adnet e Marcius Melhem

Marcelo Adnet e Marcius Melhem. Imagem: TV Globo/Reprodução.

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Quebrando a má fase do humor na televisão brasileira – recentemente, foram anunciados o fim de Agora é tarde, na Band, e a reformulação total do modorrento Zorra Total – o programa Tá no ar: a Tv na Tv retornou à grade da Globo em fevereiro deste ano e continua funcionando como um respiro à programação. Em diversos sentidos.

O programa conta com um forte elenco provindo, em parte, do teatro – dando continuidade, de certa forma, à tradição Porta dos Fundos, ao demonstrar a crescente tendência de que os veículos menos populares hoje pautem, inclusive, as mídias hegemônicas. Dentre os atores comediantes, se destacam especialmente Welber Rodrigues (da trupe Melhores do Mundo, responsável pelo quadro hilário “Jardim Urgente”), Marcius Melhem (cujo talento se apagava nos blockbusters estilo Os caras de pau, o que demonstra que, em humor, texto é tudo), e, claro, Marcelo Adnet, que parece ter se livrado da “maldição” de fracasso que cercava as estrelas importadas da MTV para as grandes emissoras.

‘Tá no ar: a tv na tv’ é um programa extremamente antenado: revela perfeita consciência tanto do comportamento do público, quanto de seus gostos e suas rejeições.

Adnet explora no programa todas as facetas do seu talento camaleônico: mais do que um grande imitador, suas habilidades envolvem a sensibilidade para capturar nuances culturais das regiões do país e mimetizar perfeitamente os sotaques. A personificação de um político paranaense no programa veiculado nesta semana, por exemplo, é irretocável (veja aqui). Da mesma forma, o quadro “Balada Vip”, que satiriza os programas de “gente diferenciada” estilo Amauri Junior (veja aqui) traz os cariocas Melhem e Adnet encarnando com muita perspicácia típicos paulistanos.

O formato de Tá no ar se sustenta na reprodução da lógica do espectador de televisão que, descontente com a programação das emissoras, está sempre propenso a “zapear”, pulando de canal em canal, assistindo a quase nada (ou a quase tudo). É, portanto, um programa extremamente antenado: revela perfeita consciência tanto do comportamento do público, quanto de seus gostos e suas rejeições. Um sintoma disso é que, não por acaso, a Rede Globo disponibiliza todo o programa fragmentado em seu site, o que facilita o compartilhamento e a viralização dos quadros e personagens na internet. Uma estratégia – conforme a própria emissora já esclareceu – que pensa em formas de atingir um público mais jovem, que muitas vezes não pode (e nem quer) acompanhar o programa na sua plataforma original, a televisão.

Mas talvez a grande sacada de Tá no ar esteja em revelar a capacidade da televisão – aqui representada na sua maior emissora – em “fagocitar” a própria crítica e rir de si mesma. Boa parte dos quadros tira sarro dos formatos televisivos, muitos já desgastados. É o caso do quadro “Jardim Urgente” (que “homenageia” os programas policialescos estilo Brasil Urgente) em que o apresentador Jorge Bevilacqua denuncia crimes cometidos entre crianças – uma crítica, obviamente, aos exageros e distorções deste tipo de programa. Em uma das edições, veiculou-se uma entrevista exclusiva com uma menina que teria matado aula, numa clara cutucada à entrevista feita por Gugu na Record com Suzane Von Richthofen. No quadro “Decoro na Tv”, os tradicionais programas de namoro são caricaturados em uma dinâmica em que políticos buscam outros para formar alianças sólidas – uma crítica tanto ao desgaste destes formatos quanto ao atual cenário político do país.

Não sendo isto suficiente, Tá no ar consegue ainda se apropriar da própria crítica à Rede Globo, hoje alvo de constante desconfiança (discussão já abordada nesta coluna). Muitos dos quadros ridicularizam os próprios programas da emissora, internalizando a crítica da qual são alvos. Há mesmo um quadro fixo do “militante anti-rede Globo”, cujo sotaque nos revela ser um nordestino (talvez já prevendo algum tipo de análise ou hipótese sobre esta escolha) que grava semanalmente um vídeo caseiro no qual denuncia abusos e mentiras da “toda poderosa” (veja aqui). O personagem, incorporado por Marcelo Adnet, é uma espécie de lunático cujas opiniões agrupam todo tipo de teoria da conspiração acerca do poder e dos desmandos da Globo, hoje repercutidas em larga escala na internet. No mesmo sentido, todas as edições de Tá no ar se encerram com uma espécie de “fala povo” gravado nas ruas em que pessoas comuns, ao serem entrevistadas, aproveitam para denunciar toda sorte de crítica ao veículo, ao estilo “Globo mente”.

O programa parece ter fôlego para muitas outras temporadas, pela quantidade de talentos agrupados, pelo nível do texto, e por resgatar o teor da autocrítica explorado em humorísticos anteriores, como Tv Pirata, que satirizava com sucesso as novelas e programas da época. Como a crítica à televisão parece não ter fim, Tá no ar aponta que também não parecem ter fim os caminhos para explorar essa crítica com intuito de humor.

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Tags: Amauri JuniorBalada VipbannerGugu LiberatoJardim UrgenteMarcelo AdnetMarcius MelhemRede GloboSuzane Von RichthofenTá no arTv na tvWelbert Rodrigues

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