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Bruno Carboni: “Construímos um roteiro sobre as brechas de contato no muro da polarização”

Em entrevista à Escotilha, Bruno Carboni, diretor de 'O Acidente', fala sobre as escolhas e as inspirações do seu filme, que fala de duas mulheres que se conectam após um incidente no trânsito.

porMaura Martins
24 de outubro de 2023
em Cinema, Entrevistas
A A
diretor Bruno Carboni

O diretor Bruno Carboni durante a filmagem de 'O Acidente'. Imagem: Tuane Eggers.

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O diretor Bruno Carboni está entre os nomes de destaque da nova geração de realizadores do cinema brasileiro. Formado em Produção Audiovisual pela PUCRS, ele atuou como montador de mais de 20 filmes, além da série Cidade Invisível.

Na direção, esteve à frente dos curtas Quarto de Espera (ao lado de Davi Pretto) e O Teto sobre Nós (que venceu o prêmio de melhor direção de curtas no Festival de Gramado). Em 2022, lançou seu primeiro longa-metragem, O Acidente, ganhador em Gramado do Prêmio SEDAC/IECINE de Longas Gaúchos nas categorias de melhor atriz (para Carol Martins), melhor direção de arte e melhor roteiro (assinado por Carboni e Marcela Ilha Bordin).

Nessa entrevista à Escotilha, Bruno Carboni reflete sobre a ideia por trás do filme e o que ele pretende discutir sobre a sociedade vigente.

ESCOTILHA » O Acidente venceu o prêmio de Melhor Roteiro em Gramado. Queria que você contasse como surgiu a ideia que o filme se iniciasse por um acidente de bicicleta que desencadeia consequências muito complexas.

Bruno Carboni » Posso dizer que o embrião desta ideia veio a partir de um vídeo que me deparei nas redes sociais, por volta de 2016. Nele, via-se justamente uma ciclista sendo carregada no capô de um carro e, ao fim do vídeo, notava-se que quem dirigia o veículo era outra mulher e que tinha sua adolescente junto com ela. Tal vídeo vinha acompanhado de um depoimento da ciclista, que se mostrava chocada, mas também moralmente intrigada com a situação, pois não gostou da maneira violenta como a polícia tratou a outra mulher.

Diria então que foi determinante essa inspiração e que nela tinha esse contexto do choque entre as duas mulheres e as complexidades que surgiram disso. A partir daí, compartilhei essa situação com a roteirista Marcela Bordin e a ficção foi tomando conta das nossas cabeças e os personagens criando vida própria.

Na minha percepção, o filme parece falar sobre a possibilidade de encontro entre pessoas situadas em dois lados opostos (como um causador e uma vítima de um acidente), mostrando que elas têm mais em comum do que acreditavam. Havia alguma intenção em fazer um filme que provocasse essa discussão sobre um mundo polarizado e sobre as pequenas violências?

Diria que sim, que a polarização política que vivemos no Brasil nos últimos anos foi um pouco o combustível para a construção dessa história toda. Polarização essa que já se notava neste video que citei, de 2016, mas que com o passar dos anos ficou muito mais intensa.

Só que essa polarização dá a ideia de que há um verdadeiro muro, onde as pessoas de um lado simplesmente não influenciam mais as do outro. Mas nos parecia que nas relações materiais da vida os encontros ainda possuem a potência de modificar seus participantes e que, por fim, as transformações políticas dependem disso, então buscamos construir um roteiro onde houvesse brechas de contato neste muro da polarização.

O diretor Bruno Carboni. Imagem: Divulgação.

“A polarização política que vivemos no Brasil nos últimos anos foi um pouco o combustível para a construção dessa história”.

Bruno Carboni

A personagem Joana tem uma interpretação incrível da atriz Carol Martins, mas também parte de uma concepção muito interessante no roteiro. Ela se expressa de maneira contida, com poucas reações emocionais, e mais por conta de suas ações. Como se deu a concepção dessa personagem?

Fico realmente feliz em ter encontrado a Carol para representar a Joana e virei fã do trabalho dela! Sobre a criação da personagem, penso que tudo girou em torno da ideia de que um verdadeiro “acidente” é algo imprevisível, que vem de onde não se enxerga e que invariavelmente vai ocasionar movimentações inesperadas pelo seu acontecimento.

Por isso parecia mais contrastante uma personagem que tenta evitar acidentes, buscando estar no controle do que acontece ao redor, para tentar conter este imponderável (lembrando que ela não conta para a parceira sobre o atropelamento). Nos parecia interessante esta atitude relacionada à gravidez dela também, pois nunca se sabe como esta nova pessoa vai ser e como ela vai modificar a nossa vida.

Apesar desta tentativa de controle da Joana, o encontro com os outros personagens vai trazendo uma série de acidentes que vão literalmente carregando ela, sem que a mesma consiga contê-los, apesar de todos os esforços.

O Acidente é seu primeiro longa-metragem, e ele já apresenta uma marca autoral bastante evidente. Queria saber quais são suas principais referências cinematográficas e como elas se refletem no filme.

O processo de desenvolvimento deste filme coincidiu com meu mestrado, em que desenvolvi uma dissertação sobre alteridade e cinema. Nela acabei fazendo um paralelo entre os cineastas Jean Epstein, Robert Bresson, Pedro Costa e Bruno Dumont… então certamente este tema, da alteridade, e estes diretores acabaram influenciando a linguagem que desejava colocar em prática.

Mas as referências acabam sendo muitas e bem diversas… citaria também os roteiros desdramatizados do cinema romeno como uma referência (em especial o cineasta Corneliu Porumboiu) e também a série dos contos morais do Éric Rohmer, que sempre assisto com enorme prazer.

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Tags: Bruno CarboniCidade InvisívelCinemaCinema BrasileiroEntrevistaMarcela Ilha BordinO Acidente

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