• Sobre
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
Escotilha
Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
Escotilha
Home Literatura

‘A Orgia Perpétua’: Mario Vargas Llosa e o bovarismo apaixonado

'A Orgia Perpétua', de Mario Vargas Llosa, é um resgate íntimo de um homem libertinamente apaixonado pela literatura.

porJonatan Silva
29 de janeiro de 2016
em Literatura
A A
O peruano Mario Vargas Llosa

O peruano Mario Vargas Llosa. Imagem: Reprodução.

Envie pelo WhatsAppCompartilhe no LinkedInCompartilhe no FacebookCompartilhe no Twitter

Quando o escritor peruano Mario Vargas Llosa é mencionado, seu nome parece estar associado a apenas dois eventos importantes: a candidatura à Presidência de seu país no começo dos anos 1990 e o Nobel, recebido em 2010. Pouca gente parece se dar conta de que o autor de A Casa Verde (1965) e Conversas na catedral (1969) é fanático por Gustave Flaubert (1821 – 1880), e em especial o polêmico Madame Bovary (1856).

A relação de Llosa com a história da adúltera Emma Bovary é o tema de A Orgia Perpétua (Alfaguara, 280 págs.). Publicado no Brasil no final do ano passado, o livro é uma adaptação apaixonada da tese de mestrado do peruano, apresentada na década de 1970, e está recheado de um caráter autobiográfico e biográfico – ainda que a proposta não seja exatamente essa.

Llosa não investe no academicismo e tampouco é um amante parcial ao recobrar a vida de Flaubert e o que o levou a escrever seu clássico. De chofre se percebe que o francês não foi tão original quanto seus críticos o acusaram: Emma foi inspirada em uma mulher real e que, igualmente, chocou a população de seu país ao ser infiel ao marido rico. A Orgia Perpétua é divertido e inteligente, mostrando ao leitor como o bonachão Flaubert passou de um homem obcecado pelos pés de sua amante a escritor de leitura fundamental (para não dizer obrigatória).

O peruano decodifica o que o francês deixou, persegue os debates pessoais de Flaubert e tenta contextualizar o que está nas páginas do livro. É uma empreitada sofrida e perigosa, mas que, ao que tudo indica, parece ter dado certo.

O peruano decodifica o que o francês deixou, persegue os debates pessoais de Flaubert e tenta contextualizar o que está nas páginas do livro. É uma empreitada sofrida e perigosa, mas que, ao que tudo indica, parece ter dado certo. Existe também um quê de memória afetiva. Madame Bovary foi o primeiro livro que Vargas Llosa comprou quando chegou a Paris, em 1959, com “pouco dinheiro e a promessa de uma bolsa”.

Os percursos – e percalços – do escritor, que se empenhou muito para que não precisasse trabalhar, é de uma sagacidade à parte – além, claro, dos anos que passou debruçado sobre a sua escrivaninha para que Emma Bovary pudesse nascer.

Flaubertiano

É impossível não pensar nas possíveis relações entre a obra de Flaubert e os livros de Llosa, principalmente depois de esmiuçar os detalhes mais íntimos do francês. Até certo ponto, A Orgia Perpétua é um resgate íntimo de um homem libertinamente apaixonado pela literatura e pelas possibilidades que ela possui.

A crueza de Tia Julia e o Escrevinhador (1977) e o caráter histórico de O Sonho do Celta (2010) são tipicamente flaubertianos. À luz não é difícil perceber a influência e as claras recriações de cenas. Mas também não há como negar que Llosa superou a síndrome da influência e caminhou – muito bem, obrigado – sozinho.

A ORGIA PERPÉTUA | Mario Vargas Llosa

Editora: Alfaguara;
Tradução: José Rubens Siqueira;
Tamanho: 280 págs.;
Lançamento: Setembro, 2015.

COMPRE O LIVRO E AJUDE A ESCOTILHA

Tags: A Orgia perpétuaAlfaguaraBook ReviewCríticaGustave FlaubertLiteraturaLiteratura FrancesaLiteratura PeruanaMadame BovaryMario Vargas LlosaResenha

VEJA TAMBÉM

Autora produziu um dos maiores fenômenos literários das últimas décadas. Imagem: Marcia Charnizon / Divulgação.
Literatura

Por que os leitores amam — e nem toda crítica gosta — de ‘Tudo É Rio’, de Carla Madeira

20 de junho de 2025
Elvis Presley e a pequena Lisa Marie. Imagem: Reprodução.
Literatura

‘Rumo ao Grande Mistério: Memórias’ relata a tragédia de ser filha de Elvis Presley

19 de junho de 2025
Please login to join discussion

FIQUE POR DENTRO

Longa de Babenco foi indicado em quatro categorias no Oscar, levando a de melhor ator. Imagem: HB Filmes / Divulgação.

‘O Beijo da Mulher Aranha’, de Hector Babenco, completa 40 anos como marco do cinema latino-americano

27 de junho de 2025
Assinada por George Moura e Sergio Goldenberg, produção é nova aposta da Globo. Imagem: Globoplay / Divulgação.

‘Guerreiros do Sol’ e a reinvenção do cangaço na dramaturgia brasileira contemporânea

26 de junho de 2025
12ª edição começa nesta quarta-feira. Imagem: Divulgação.

8 ½ Festa do Cinema Italiano reúne produções de ontem e hoje

25 de junho de 2025
Imagem de Andy Warhol diante de suas serigrafias. Imagem: Autoral Filmes / Divulgação.

‘Andy Warhol – Um Sonho Americano’ desvenda a origem da genialidade do famoso artista

25 de junho de 2025
Instagram Twitter Facebook YouTube TikTok
Escotilha

  • Sobre
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
  • Agenda
  • Artes Visuais
  • Colunas
  • Cinema
  • Entrevistas
  • Literatura
  • Crônicas
  • Música
  • Teatro
  • Política
  • Reportagem
  • Televisão

© 2015-2023 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.

Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
  • Sobre a Escotilha
  • Contato

© 2015-2023 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.