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Home Literatura

‘A Orgia Perpétua’: Mario Vargas Llosa e o bovarismo apaixonado

'A Orgia Perpétua', de Mario Vargas Llosa, é um resgate íntimo de um homem libertinamente apaixonado pela literatura.

porJonatan Silva
29 de janeiro de 2016
em Literatura
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O peruano Mario Vargas Llosa

O peruano Mario Vargas Llosa. Imagem: Reprodução.

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Quando o escritor peruano Mario Vargas Llosa é mencionado, seu nome parece estar associado a apenas dois eventos importantes: a candidatura à Presidência de seu país no começo dos anos 1990 e o Nobel, recebido em 2010. Pouca gente parece se dar conta de que o autor de A Casa Verde (1965) e Conversas na catedral (1969) é fanático por Gustave Flaubert (1821 – 1880), e em especial o polêmico Madame Bovary (1856).

A relação de Llosa com a história da adúltera Emma Bovary é o tema de A Orgia Perpétua (Alfaguara, 280 págs.). Publicado no Brasil no final do ano passado, o livro é uma adaptação apaixonada da tese de mestrado do peruano, apresentada na década de 1970, e está recheado de um caráter autobiográfico e biográfico – ainda que a proposta não seja exatamente essa.

Llosa não investe no academicismo e tampouco é um amante parcial ao recobrar a vida de Flaubert e o que o levou a escrever seu clássico. De chofre se percebe que o francês não foi tão original quanto seus críticos o acusaram: Emma foi inspirada em uma mulher real e que, igualmente, chocou a população de seu país ao ser infiel ao marido rico. A Orgia Perpétua é divertido e inteligente, mostrando ao leitor como o bonachão Flaubert passou de um homem obcecado pelos pés de sua amante a escritor de leitura fundamental (para não dizer obrigatória).

O peruano decodifica o que o francês deixou, persegue os debates pessoais de Flaubert e tenta contextualizar o que está nas páginas do livro. É uma empreitada sofrida e perigosa, mas que, ao que tudo indica, parece ter dado certo.

O peruano decodifica o que o francês deixou, persegue os debates pessoais de Flaubert e tenta contextualizar o que está nas páginas do livro. É uma empreitada sofrida e perigosa, mas que, ao que tudo indica, parece ter dado certo. Existe também um quê de memória afetiva. Madame Bovary foi o primeiro livro que Vargas Llosa comprou quando chegou a Paris, em 1959, com “pouco dinheiro e a promessa de uma bolsa”.

Os percursos – e percalços – do escritor, que se empenhou muito para que não precisasse trabalhar, é de uma sagacidade à parte – além, claro, dos anos que passou debruçado sobre a sua escrivaninha para que Emma Bovary pudesse nascer.

Flaubertiano

É impossível não pensar nas possíveis relações entre a obra de Flaubert e os livros de Llosa, principalmente depois de esmiuçar os detalhes mais íntimos do francês. Até certo ponto, A Orgia Perpétua é um resgate íntimo de um homem libertinamente apaixonado pela literatura e pelas possibilidades que ela possui.

A crueza de Tia Julia e o Escrevinhador (1977) e o caráter histórico de O Sonho do Celta (2010) são tipicamente flaubertianos. À luz não é difícil perceber a influência e as claras recriações de cenas. Mas também não há como negar que Llosa superou a síndrome da influência e caminhou – muito bem, obrigado – sozinho.

A ORGIA PERPÉTUA | Mario Vargas Llosa

Editora: Alfaguara;
Tradução: José Rubens Siqueira;
Tamanho: 280 págs.;
Lançamento: Setembro, 2015.

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Tags: A Orgia perpétuaAlfaguaraBook ReviewCríticaGustave FlaubertLiteraturaliteratura francesaliteratura peruanaMadame BovaryMario Vargas LlosaResenha

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