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‘Açúcar de Melancia’: a doce psicodelia de Richard Brautigan

'Açúcar de Melancia', de Richard Brautigan, é um retrato ácido e poético da cultura hippie dos anos 1960.

porJonatan Silva
22 de julho de 2016
em Literatura
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'Açúcar de Melancia': a doce psicodelia de Richard Brautigan

Richard Brautigan, autor de 'Açúcar de Melancia'. Imagem: Reprodução.

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Açúcar de Melancia (José Olympio, 241 páginas) é um romance singular, lisérgico e muito mais inflamado do que possa parecer. Escrito em um dos momentos de maior criatividade de Richard Brautigan (1935 – 1984), entre maio e julho de 1964, o livro é uma aventura como poucas na literatura norte-americana. O romance, que bem pode ser um agrupamento de contos em ordem cronológica, condensa com exatidão o espírito de liberdade que tanto caracterizou os anos 60.

Brautigan, como um bom beat, cria o irônico povoado de euMORTE, grafado assim mesmo, um lugar em que muitas coisas são feitas com açúcar de melancia ou óleo de melantruta. Ao contrário do que o nome delicado pode sugerir, os habitantes do lugar – e aí se inclui o protagonista sem nome – são gente comum, capaz dos gestos mais gentis e também das atitudes mais questionáveis.

Com precisão cirúrgica, o livro é uma grande alegoria da cidade de São Francisco e o clima hippie que imperava na época e, ao mesmo tempo, denuncia o apatismo das pessoas que, por vezes, só enxergavam seus próprios interesses. Parte dessa interpretação de mundo vem da sua própria história: Brautigan e a irmã foram abandonados em um hotel quando estavam apenas 6 e 2 anos, respectivamente, e, praticamente, precisaram se virar sozinhos.

Por isso, a maior façanha de Açúcar de Melancia está justamente no tom doce empregado para narrar tragédias: da gangue do mau-caráter naFERVURA, que comente suicídio coletivo, às investidas sexuais do narrador contra a garçonete Pauline. O retrato de uma comunidade hippie é certeiro, mas sem ser piegas ou iconoclasta.

O crítico Trevor Allen, em 1973, resumiu o livro como um culto à juventude dos Estados Unidos, o que não deixa de ser verdade, ainda que seja somente um dos “lados da história”. Apesar da identificação de toda uma geração, não foi possível impedir que o romance “caísse em desuso”. O esquecimento de sua obra, e a paranoia dos anos 70, seria decisivo para o fim de Brautigan: um tiro na cabeça disparado por sua Magnum .44.

Por isso, a maior façanha de Açúcar de melancia está justamente no tom doce empregado para narrar tragédias.

À beira-mar

O culto a Brautigan, e em especial a Açúcar de Melancia, ganhou forma quase duas décadas depois do seu suicídio, quando o escritor japonês Haruki Murakami revelou sua admiração. “Era como descobrir o Novo Mundo”, disse. O autor de Kafka à Beira-Mar usaria de maneira muito semelhante o nonsense e o caos, sem deixar que o livro perca o sentido.

Há quem ligue Brautigan a Charles Bukowski, outro gênio maldito da prosa e da poesia, o que, de certa maneira, não é um erro – lembrando que o Velho Buk jamais foi beat – mas é o desejo apenas de enquadrar em gêneros quaisquer dois escritores que nunca se deixaram rotular.

AÇÚCAR DE MELANCIA | Richard Brautigan

Editora: José Olympio;
Tradução: Joca Reiners Terron;
Tamanho: 240 págs.;
Lançamento: Junho, 2016.

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Tags: Açucar de melanciaBook Reviewcharles bukowskiCríticaCrítica Literáriageração beatHaruki MurakamiJosé OlympioLiteraturaliteratura norte-americanaResenhaRichard Brautigan

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