• Quem somos
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
11 de agosto de 2022
  • Login
Sem Resultados
Veja Todos Resultados
Escotilha
  • Cinema & TV
    • Canal Zero
    • Central de Cinema
    • Espanto
    • Olhar em Série
  • Literatura
    • Contracapa
    • Ponto e Vírgula
  • Música
    • Caixa Acústica
    • Prata da Casa
    • Radar
    • Vitrola
  • Teatro
    • Em Cena
    • Intersecção
  • Artes Visuais
    • Mirante
    • Visualidades
  • Crônicas
    • Helena Perdiz
    • Henrique Fendrich
    • Paulo Camargo
    • Yuri Al’Hanati
  • Colunas
    • À Margem
    • Vale um Like
  • Cinema & TV
    • Canal Zero
    • Central de Cinema
    • Espanto
    • Olhar em Série
  • Literatura
    • Contracapa
    • Ponto e Vírgula
  • Música
    • Caixa Acústica
    • Prata da Casa
    • Radar
    • Vitrola
  • Teatro
    • Em Cena
    • Intersecção
  • Artes Visuais
    • Mirante
    • Visualidades
  • Crônicas
    • Helena Perdiz
    • Henrique Fendrich
    • Paulo Camargo
    • Yuri Al’Hanati
  • Colunas
    • À Margem
    • Vale um Like
Escotilha
Sem Resultados
Veja Todos Resultados
Home Artes Visuais Visualidades

Marina Abramović: o corpo é o meio

Levando ao extremo os limites da mente e do físico, Marina Abramović conseguiu mostrar ao mundo o que é performance - e influenciou gerações no meio tempo.

Mariana Benevides por Mariana Benevides
30 de julho de 2017
em Visualidades
A A
Marina Abramović: o corpo é o meio

Marina ao fim de uma de suas mais famosas e perigosas performances. "Rhythm 0" (1975), Galleria Arte Contemporanea Napoli Campania. Imagem: Reprodução.

Compartilhe no TwitterEnvie pelo WhatsAppCompartilhe no Facebook

Era 1975. Marina Abramović, aos 29 anos, estava no começo de sua carreira – apesar de saber desde sempre que queria se tornar artista, vinha de um cenário familiar conturbado.

Começava seu legado com uma performance que mais tarde seria considerada a mais arriscada de toda sua trajetória. Com 72 itens dispostos em uma mesa – que iam desde flores a um revólver carregado com balas -, a artista se pôs à mercê do público da Galleria Arte Contemporanea Napoli Campania durante seis horas.

Anúncio. Deslize para continuar lendo.

Na performance, o corpo é o meio e o objeto: é uma arte efêmera e imaterial, uma troca potente entre artista e público. A proposta desta, em questão, era clara. Poderiam fazer o que quisessem com o corpo de Marina e os 72 objetos expostos, e ela não oferecia resistência.

Em um experimento que poderia ser claramente tanto artístico quanto antropológico, os espectadores da Galeria enlouqueceram com o poder que tinham em suas mãos.

Em pouco tempo de performance, o corpo de Marina Abramović foi movido de um lado para o outro. O crítico de arte Thomas McEvilley, que observava todo o ato, disse que as coisas começaram tímidas, mas depois escalaram rapidamente.

No fim, as roupas de Marina haviam sido cortadas, e ela jazia nua, com cortes de gilete e faca por todo corpo e um revólver carregado e apontado para a própria jugular colocado em suas mãos.

Ao término das seis horas de exposição, ela se levantou e todo o público presente correu. As pessoas que flagelaram e acorrentaram seu corpo, acariciaram seus seios e partes íntimas, não tiveram coragem de encará-la.

Não importa quantas fotos e vídeos registrem seus atos, somente o público presente saberá o que é assistir e participar. O corpo é o meio, o corpo é o objeto, o corpo é a arte.

Acredito que grande parte das pessoas poderia considerar, inicialmente, a proposta desta performance absurda, além da artista meramente louca.

Há de se portar, de fato, um pouco de loucura para ter a coragem deMarina Abramović. Compreendo a reação inicial, mas endosso que uma performance bem planejada e estruturada tem fins muito além de nossa pré-compreensão.

Certeiramente, a artista afirmaria mais tarde que a performance em questão revela algo terrível sobre a humanidade: “mostra quão rápido uma pessoa pode machucar você quando as circunstâncias o permitem.

Mostra quão fácil é desumanizar alguém que não luta de volta, que não pode se defender. Mostra que, se providenciada a situação, a maioria das pessoas consideradas ‘normais’ pode se tornar verdadeiramente violenta”. A força dessas constatações é inegável – e esse era apenas o começo da carreira de Marina Abramović.

O legado Abramović

Considerada a “avó da performance“, Marina teve uma infância oprimida no pós-guerra do leste europeu que moldou a mulher criativa que se tornaria, já que, sempre solitária, foi forçada a criar um mundo de distrações para si mesma. Já adulta, seus pais ainda lhe batiam como punição e por vezes queimaram alguns de seus quadros. É curioso pensar que uma mulher tão transgressora e à frente de seu tempo fugiria de casa somente aos 29 anos: em suas palavras, não o fez antes porque simplesmente “nunca havia passado por sua cabeça”.

Parte de uma família muito tradicional de Belgrado, seus progenitores eram heróis de guerra. Pergunto-me o que pensaram quando a filha, já aos 30 anos, foi morar com o namorado em uma van em Amsterdam, sustentando-se somente da arte. Pergunto-me também o que pensaram quando depois se tornou um ícone da história da arte contemporânea.

Muitos tentaram reproduzir os feitos de Marina Abramović. Rhytmn 0, por exemplo, foi recriado por inúmeros artistas. Outras performances de destaque incluem Breathing In/Breathing Out (1977), realizado com seu companheiro Ulay, onde, ajoelhados e unidos pelas bocas, esvaziavam e enchiam os pulmões com o ar um do outro, levando-os à exaustão e à ingestão extrema de gás carbônico; Rest Energy (1980), também em parceria com Ulay, onde o ex-companheiro apontava uma flecha engatilhada para seu peito enquanto a artista segurava o arco; The Lovers (1989), que simbolizava a separação do casal e envolvia 90 dias de caminhada na Grande Muralha da China. Os dois saíram de extremidades opostas da Muralha para se despedirem em um último encontro no meio do monumento.

A vida da artista é bastante cinematográfica – quem sabe até renda um bom filme no futuro. Provavelmente não estará à sua altura, mas nenhuma película se aproxima realmente da realidade de quem é e era uma personalidade da arte como Marina.

Por não receber amor da família, a artista foi atrás de outras coisas que pudessem lhe fornecer algo semelhante. E encontrou tal sentimento na sua relação com o público – sem ele, sua arte jamais existiria, porque a performance está intrinsecamente ligada aos seus espectadores. O corpo como meio – o corpo como ato efêmero.

Marina, pioneira na popularização da performance, provou ser esta a única forma de arte verdadeiramente desatada de amarras econômicas: apesar de rica em essência, ainda é e sempre será imaterial. Não importa quantas fotos e vídeos registrem seus atos, somente o público presente saberá o que é assistir e participar. O corpo é o meio, o corpo é o objeto, o corpo é a arte. E não podemos pendurá-lo em casa.

VOCÊ CHEGOU ATÉ AQUI, QUE TAL CONSIDERAR SER NOSSO APOIADOR?

Jornalismo de qualidade tem preço, mas não pode ter limitações. Diferente de outros veículos, nosso conteúdo está disponível para leitura gratuita e sem restrições. Fazemos isso porque acreditamos que a informação deva ser livre.

Para continuar a existir, Escotilha precisa do seu incentivo através de nossa campanha de financiamento via assinatura recorrente. Você pode contribuir a partir de R$ 8,00 mensais. Toda contribuição, grande ou pequena, potencializa e ajuda a manter nosso jornalismo.

Se preferir, faça uma contribuição pontual através de nosso PIX: [email protected] Você pode fazer uma contribuição de qualquer valor – uma forma rápida e simples de demonstrar seu apoio ao nosso trabalho. Impulsione o trabalho de quem impulsiona a cultura. Muito obrigado.

CLIQUE AQUI E APOIE

Tags: Arteartes visuaiscorpo é o meioFotografiaMarina AbramovićPerformance
Post Anterior

‘O circo’: a alegoria da arte circense brasileira nos anos 60

Próximo Post

O Brasil de lá

Posts Relacionados

Xadalu Tupã Jekupé e a arte indígena na sociedade

Xadalu Tupã Jekupé e a arte indígena na sociedade

21 de junho de 2022
Fernando Calderari nos deixa órfãos de suas “marinas”

Fernando Calderari nos deixa órfãos de suas “marinas”

15 de dezembro de 2021

E se nudez fosse normal?

30 de setembro de 2018

Quem vai queimar? Museu Nacional e a frágil cultura brasileira

16 de setembro de 2018

‘O Corpo é uma Cidade’ na 5ª Bienal de Quadrinhos de Curitiba

8 de setembro de 2018

Quem decide o que é arte na rua?

19 de agosto de 2018

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

  • O primeiro episódio de WandaVision nos leva a uma sitcom da década de 1950.

    4 coisas que você precisa saber para entender ‘WandaVision’

    0 shares
    Share 0 Tweet 0
  • ‘Tudo é rio’, de Carla Madeira, é uma obra sobre o imperdoável

    0 shares
    Share 0 Tweet 0
  • ‘Procura-se’ trabalha suspense a partir do desespero de casal com filha desaparecida

    0 shares
    Share 0 Tweet 0
  • ‘A Ilha’ traz personagens perturbados para elevar e manter o suspense

    0 shares
    Share 0 Tweet 0
  • ‘A Casa Mágica da Gabby’: por muito mais gatinhos fofinhos e coloridos

    0 shares
    Share 0 Tweet 0
Instagram Twitter Facebook YouTube
Escotilha

  • Quem somos
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
  • Artes Visuais
    • Mirante
    • Visualidades
  • Cinema & TV
    • Canal Zero
    • Central de Cinema
    • Espanto
    • Olhar em Série
  • Colunas
    • Cultura Crítica
    • Vale um Like
  • Crônicas
  • Literatura
    • Contracapa
    • Ponto e Vírgula
  • Música
    • Caixa Acústica
    • Prata da Casa
    • Radar
    • Vitrola
  • Teatro
    • Em Cena
    • Intersecção

© 2015-2022 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.

Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Cinema & TV
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Colunas
  • Artes Visuais
  • Crônicas
  • Sobre a Escotilha
  • Contato

© 2015-2022 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.

Welcome Back!

Login to your account below

Forgotten Password?

Retrieve your password

Please enter your username or email address to reset your password.

Log In