• Sobre
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
Escotilha
Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
Escotilha
Home Cinema

‘O Som ao Redor’ é uma crônica hipnótica do Brasil contemporâneo

Com uma narrativa inteligente, de impressionante fluência, 'O Som ao Redor' é um filme que nunca grita. Sugere, deixando espaço para que o espectador pense.

porPaulo Camargo
10 de janeiro de 2013
em Cinema
A A
Famílias de classe média compõem personagens do longa. Imagem: Reprodução.

Famílias de classe média compõem personagens do longa. Imagem: Reprodução.

Envie pelo WhatsAppCompartilhe no LinkedInCompartilhe no FacebookCompartilhe no Twitter

Entra hoje em cartaz no Espaço Itaú de Cinema, em Curitiba, uma semana depois estrear com grande sucesso de público no Rio de Janeiro, São Paulo e Recife, O Som ao Redor, primeiro longa-metragem do diretor pernambucano Kleber Mendonça Filho. É, sem exagero, um dos mais relevantes filmes realizados no Brasil nos últimos anos.

Consagrado pela crítica internacional, e listado como um dos melhores do ano por importantes veículos, como o jornal norte-americano The New York Times e a revista britânica Sight and Sound, o longa de Mendonça, também vencedor de vários prêmios em festivais dentro e fora do país, é uma obra obrigatória para quem pretende compreender, em toda a sua complexidade, a sociedade brasileira contemporânea.

O roteiro tem como foco a vida cotidiana em uma rua do bairro Setúbal, de classe média abastada, situado na zona sul de Recife. A região é quase toda controlada por Francisco (o veterano Waldemar José Solha, de Era Uma Vez Eu, Verônica), um senhor de engenho que agora vive na cidade grande, cercado de filhos e netos, mas de certa forma ainda a defender uma ordem social patriarcal e autoritária apenas disfarçada pela fachada de modernidade – ele é o dono de quase todos os imóveis do local e tenta manter tudo e todos sob seu controle velado.

O Som ao Redor, consagrado pela crítica internacional e vencedor de vários prêmios, é um dos filmes brasileiros mais relevantes e pertinentes dos últimos anos.

Embora reine uma aparente tranquilidade na vizinhança, a calmaria não convence: há uma tensão, de início apenas sugerida, que sobretudo se apresenta por meio de sons – daí o título do filme. Latidos de cães, barulhos de aspiradores de pó, carros freando, vozes, apitos, sirenes. Todos têm significados e servem de costura para a trama, que ganha novo rumo quando Francisco permite que Clodoaldo (Irandhir Santos, de Tropa de Elite 2) se instale na rua com um serviço particular de segurança.

Devagar, o filme discute, sem recorrer ao didatismo ou a discursos ideológicos simplificadores, temas diversos, porém entrelaçados, como o conflito entre classes sociais, violência urbana, o poder paralelo das milícias e a especulação imobiliária nos grandes centros.

Com uma narrativa inteligente, de impressionante fluência, Mendonça opta pela contenção: faz um filme que nunca grita. Sugere, deixando espaço para que o espectador pense, oferecendo uma crônica sem grandes sobressaltos, mas hipnótica, dos ritmos da vida em sua pequenez, em seus detalhes, da qual emerge a radiografia perturbadora de uma sociedade que vive os efeitos de uma acelerada transformação, mas, ao mesmo tempo, ainda se encontra assombrada pelas crueldades de seu passado oligárquico e violento. Um filmaço, em todos os sentidos.

ESCOTILHA PRECISA DE AJUDA

Que tal apoiar a Escotilha? Assine nosso financiamento coletivo. Você pode contribuir a partir de R$ 15,00 mensais. Se preferir, pode enviar uma contribuição avulsa por PIX. A chave é pix@escotilha.com.br. Toda contribuição, grande ou pequena, potencializa e ajuda a manter nosso jornalismo.

CLIQUE AQUI E APOIE

Tags: CinemaCinema BrasileiroCríticaCuritibaIrandhir SantosKléber Mendonça FilhoO Som ao RedorSight and SoundThe New York TimesWaldemar José Solha

VEJA TAMBÉM

12ª edição começa nesta quarta-feira. Imagem: Divulgação.
Cinema

8 ½ Festa do Cinema Italiano reúne produções de ontem e hoje

25 de junho de 2025
Imagem de Andy Warhol diante de suas serigrafias. Imagem: Autoral Filmes / Divulgação.
Cinema

‘Andy Warhol – Um Sonho Americano’ desvenda a origem da genialidade do famoso artista

25 de junho de 2025
Please login to join discussion

FIQUE POR DENTRO

Assinada por George Moura e Sergio Goldenberg, produção é nova aposta da Globo. Imagem: Globoplay / Divulgação.

‘Guerreiros do Sol’ e a reinvenção do cangaço na dramaturgia brasileira contemporânea

26 de junho de 2025
12ª edição começa nesta quarta-feira. Imagem: Divulgação.

8 ½ Festa do Cinema Italiano reúne produções de ontem e hoje

25 de junho de 2025
Imagem de Andy Warhol diante de suas serigrafias. Imagem: Autoral Filmes / Divulgação.

‘Andy Warhol – Um Sonho Americano’ desvenda a origem da genialidade do famoso artista

25 de junho de 2025
Cena de 'Eros', de Rachel Daisy Ellis. Imagem: Reprodução.

Sem pudores, ‘Eros’ aborda a sexualidade brasileira a partir dos motéis

24 de junho de 2025
Instagram Twitter Facebook YouTube TikTok
Escotilha

  • Sobre
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
  • Agenda
  • Artes Visuais
  • Colunas
  • Cinema
  • Entrevistas
  • Literatura
  • Crônicas
  • Música
  • Teatro
  • Política
  • Reportagem
  • Televisão

© 2015-2023 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.

Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
  • Sobre a Escotilha
  • Contato

© 2015-2023 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.