Sean Penn possui uma carreira cinematográfica marcada por algumas grandes atuações que lhe renderam cinco indicações ao Oscar de melhor ator: Os Últimos Passos de um Homem (1995), Poucas e Boas (1999), Uma Lição de Amor (2001), Sobre Meninos e Lobos (2003) e Milk – A Voz da Igualdade (2008). Venceu pelos dois últimos. Acostumado com os papéis marcantes em filmes dramáticos, como “Paul Rivers” de 21 Gramas (2003), Sean Penn mostra um outro lado em O Franco-Atirador, novo longa-metragem do diretor francês Pierre Morel de Busca Implacável (2008). Não confundir com o clássico de 1978 dirigido por Michael Cimino e com Robert De Niro no elenco.
Sean Penn interpreta Martin Terrier, um ex-mercenário que vive atormentado pelo passado como matador e por um amor deixado para trás. Ao executar um trabalho para o qual havia sido contratado, sua vida é destroçada, mostrando que o homem atrás do cano de seu fuzil não existe mais.
Anos mais tarde, quando acredita que tudo faz parte da história e vive como ajudante humanitário na República Democrática do Congo, ele se vê diante de uma encruzilhada na qual sua vida ganhou um preço. Para sobreviver, Terrier precisa vasculhar seu passado e reencontrar velhos amigos e inimigos, bem como seu antigo amor.
Para quem procura sua cota semanal de ação e adrenalina, o filme suprirá essa necessidade, sem dúvida alguma.
O início da trama faz crer quem assiste que o filme terá um apelo social, o que não seria de se estranhar tendo Penn no elenco. Contudo, logo somos demovidos desta ideia e vemos que a história do longa concentra na tensão existente entre Terrier e seu ex-chefe Felix (interpretado por um interessante – e caricato – Javier Bardem), por quem acredita ter sido traído em função de ambos amarem a mesma mulher, Annie (Jasmine Trinca de O Quarto do Filho).
O excesso de contextualização nos minutos iniciais atrapalha um pouco a compreensão e, ao dar um salto diretamente à ação, torna o filme menos do que poderia ser, ainda mais levando em consideração o elenco que Morel tinha em mãos. Outro detalhe negativo do filme é o retrato pouco fiel feito do Congo. É claro que o filme não tinha como intenção abordar a realidade do país africano, entretanto, não seria ruim uma maior fidelidade com o país e seus cidadãos. Ao menos Sean Penn entrega, mesmo que não brilhante brilhante, uma boa atuação.
O Franco-Atirador – quase um misto de A Identidade Bourne e Duro de Matar -, como todo filme de ação, está recheado de tiros (que não acertam ninguém), bombas, traições, amores impossíveis, trocas de reféns em locais públicos, agências secretas, dinheiro, guerras de poder e um mocinho enfrentando centenas de bandidos. Para quem procura sua cota semanal de ação e adrenalina, o filme suprirá essa necessidade, sem dúvida alguma.
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