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Coppola encontra verdade no artificialismo de ‘O Fundo do Coração’

'O Fundo do Coração' de Coppola é um fracasso financeiro, mas uma joia sublimemente artística com toques de surrealismo romântico.

porPaulo Camargo
7 de junho de 2018
em Cinema
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O Fundo do Coração

Nastassja Kinski está no auge de sua beleza em 'O Fundo do Coração'. Imagem: Divulgação.

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Um fracasso. O maior de todos na carreira do cineasta norte-americano Francis Ford Coppola, que perdeu cerca de US$ 30 milhões, teve de se desfazer de seu estúdio (American Zoetrope) e, de certa forma, nunca mais reconquistou o poder que teve nas mãos nos áureos tempos de O Poderoso Chefão 1 e 2 e de Apocalipse Now. O mais irônico – ou triste, dependendo do ponto de vista – é que O Fundo do Coração, causador dessa “hecatombe”, é um dos filmes mais sublimes e engenhosos em toda sua obra.

Visionário e inquieto, Coppola antecipa, em O Fundo do Coração, a reinvenção (ou seria ressurreição?) do “grande musical americano”, consolidada em 2001 com o espetacular Moulin Rouge – O Amor em Vermelho, do australiano Baz Luhrmann. Os pontos em comum entre os dois longas-metragens são inúmeros. Ambos são fantasias desvairadamente românticas, que assumem sem qualquer pudor os riscos do ridículo. E apostam na recriação do mundo em estúdio, ao investir na artificialidade estética para falar de emoções muito verdadeiras. Aí está a grande sacada do filme.

Visionário e inquieto, Coppola antecipa, em O Fundo do Coração, a reinvenção (ou seria ressurreição?) do ‘grande musical americano’, consolidada em 2001 com o espetacular Moulin Rouge – O Amor em Vermelho.

No centro da trama, estão Hank e Frannie, um casal típico da classe média norte-americana, vividos por Frederic Forrest (de A Rosa) e Teri Garr (de Tootsie). Em profunda crise conjugal, eles mergulham em uma noite interminável de sonho e fantasia numa Las Vegas limítrofe entre o real e o imaginário, mais ou menos como de fato é, quando a noite cai e o neon a transforma na chamada “Cidade do Pecado”.

O visual feérico, assumidamente kitsch, é também personificado pelas figuras improváveis de dois personagens que materializam as fantasias de Frannie e Hank. O saudoso Raoul Julia (de O Beijo da Mulher Aranha) é um príncipe galante para ela. Nastassja Kinski (de Tess), então no auge de sua beleza estonteante, é uma bailarina circense dos sonhos, na medida para Hank.

Nessa longa jornada noite adentro, marcada por episódios líricos, bizarros e – por que não? – ridículos, tudo é possível. Sobretudo se embalado pela antológica e belíssima trilha sonora de Tom Waits, que divide os microfones com a cantora country Crystal Gayle.

Quando o dia vem, e com ele a realidade, Hank e Frannie são os mesmos – mas algo único e profundo aconteceu. Cabe a Coppola, que jamais foi tão mágico num filme, explicar o quê. O cineasta, um mestre da mise-en-scène reinventa um subgênero do cinema clássico norte-americano dos anos 1930 e 40: a comédia do recasamento, de obras-primas como Aconteceu Naquela Noite (1934), Levada da Breca (1938) e Núpcias de Escândalo (1940).

Em todos esses filmes, a instituição do matrimônio é colocada à prova, quando tanto o homem quanto a mulher partem em busca de suas verdades existenciais antes de decidir se querem ou não continuar juntos. Um cinema libertário, em sua essência.

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